Melhorar saúde suplementar depende de qualidade de dados, destaca gerente-executivo do SESI

Emmanuel Lacerda esteve presente no Fórum Saúde Digital e Sustentabilidade, promovido pelo Instituto Coalizão Saúde nesta quinta-feira (23), em São Paulo

Evento debateu como novas tecnologias podem contribuir para melhorar o sistema de saúde suplementar

A qualidade dos dados e a confiança entre os diversos agentes da cadeia de saúde suplementar – contratantes, operadoras de saúde e rede de assistência à saúde – são os principais pilares para promover melhorias nesse sistema. A afirmação foi feita por Emmanuel Lacerda, gerente-executivo de Saúde e Segurança na Indústria do  Serviço Social da Indústria (SESI), durante o Fórum Saúde Digital e Sustentabilidade, promovido pelo Instituto Coalizão Saúde (Icos) nesta quinta-feira (23), em São Paulo.

Segundo Lacerda, a rede de assistência à saúde pode produzir e fornecer dados para se melhorar a gestão do sistema e melhorar os serviços sem necessariamente elevar custos. “Além disso, é preciso dar mais transparência para aumentar a confiança entre as partes interessadas, mantendo o respeito ao paciente e a confidencialidade das informações dos indivíduos”, complementou.

Ele destacou que a digitalização pode apoiar esse processo e a ajudar na criação de novos modelos. Inclusive, Lacerda contou que há empresas fazendo contratos diretos com o sistema de saúde assistencial. “Há ainda um foco maior na prevenção de doenças e na construção de protocolos de atendimentos, conhecidos como ‘Jornada do Paciente’”, relatou. 

Lacerda ressaltou ainda que é fundamental o papel das empresas na melhoria da qualidade dos serviços prestados pela rede assistencial. Por isso, o SESI em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) coordena, há dois anos, o Grupo de Trabalho em Saúde Suplementar (GTSS). “As empresas mobilizadas por esse grupo estão desenvolvendo projetos pilotos em parceria com a rede assistencial para avaliar a qualidade dos serviços prestados”, contou.

A iniciativa foi elogiada pelo diretor de Desenvolvimento Setorial da Agência Nacional da Saúde Suplementar (ANS), Rodrigo Aguiar. “É importante o protagonismo das empresas contratantes nas discussões sobre a melhoria do sistema de saúde suplementar”, declarou.

Emmanuel Lacerda, do SESI: digitalização pode ajuda na criação de novos modelos

EDUCAÇÃO – Para Charles Souleyman, diretor-executivo do Centro de Treinamento Edson Bueno, é preciso tornar o processo de atendimento aos pacientes mais simples e eficaz. “Temos de cuidar para que a qualidade não se confunda com a complexidade”, declarou. Segundo ele, a transformação do sistema de saúde suplementar passa pela educação das pessoas, que precisam ser esclarecidas que todos, inclusive eles próprios, pagam a conta da incorporação de benefícios no sistema. 

Para o presidente do Icos, Cláudio Rottemberg, a educação é fundamental para melhorar a decisão sobre saúde dos indivíduos, em questões do dia a dia, como a ingestão de alimentos. “O papel central não está em tecnologia, que é algo para melhorar o processo, mas em mudanças de comportamento, inclusive, dos médicos em se focar no cuidado das pessoas e não nas doenças”, disse.

Na visão do diretor de Acesso e Relações Governamentais da farmacêutica Abbvie, Rogério Afif,  a evolução do modelo de saúde suplementar se daria pelo compartilhamento de risco. “O ideal é a auto-regulamentação do setor, em que todos os atores discutam e promovam as melhorias necessárias”, assinalou. 

Relacionadas

Leia mais

SESI e ANS se reúnem para debater melhorias no sistema de saúde suplementar
Indústria defende padronização de dados na saúde suplementar
Indústria apresenta propostas para assegurar sustentabilidade do sistema de saúde suplementar

Comentários