Erguer edifícios, armar pontes ou pavimentar rodovias são atividades importantes social e economicamente para um país e exigem cuidados específicos com os profissionais que nelas atuam. Felizmente, o Brasil reduziu em 55% o número de acidentes laborais nos canteiros de obras entre 2012 e 2017, economizou R$ 31 milhões em procedimentos hospitalares na rede pública em 2017 e a indústria da construção tem perspectivas para avançar no fomento da qualidade de vida do trabalhador e na produtividade das empresas. Combate à informalidade, tecnologia e educação são aliados neste esforço.
Os dados constam no livro Segurança e Saúde na Indústria da Construção – Prevenção e Inovação, lançado na manhã desta terça-feira (16/04), durante o V Encontro Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho na Indústria da Construção, no Windsor Brasília Hotel, em Brasília. O evento, que tradicionalmente era realizado em outubro, passa agora a ser realizado no mês do Abril Verde.
Realizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), por meio da Comissão de Política de Relações Trabalhistas (CPRT), com a correalização do Serviço Social da Indústria (SESI), o encontro fortalece a discussão sobre o tema, dentro da ação estratégica da CBIC de disseminar a cultura de prevenção de acidentes, ao abordar quatro importantes temas:
- Indicadores em Segurança e Saúde no Trabalho
- Segurança e Produtividade
- Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho
- Inovações Tecnológicas
Paulo Mól, diretor de Operações do SESI, destacou que “um dos desafios do SESI é apoiar os trabalhadores e, por isso, a agenda de Segurança e Saúde no Trabalho é tão importante e tão relevante”, completando que o foco da instituição é a inovação e por isso os vários centros tecnológicos do sistema voltados à agenda de SST.
A combinação de segurança e saúde fortalece a indústria da construção e protege o trabalhador. “O esforço que temos feito, em correalização com o SESI e em parceira com outros atores, já produz frutos como a redução dos índices de acidentes na indústria da construção. Esse trabalho também é coerente com o combate à informalidade no setor. Nossa meta é garantir ao trabalhador as melhores condições de trabalho, de forma profunda", explica o presidente da CPRT e vice-presidente de Política de Relações Trabalhistas da CBIC, Fernando Guedes Ferreira Filho.
Já a presidente da Fundacentro, Marina Batilani, representando a Secretaria do Trabalho, destacou que a Fundacentro tem um papel muito relevante com esse cenário de preocupação de segurança e saúde do trabalhador. “Temos como premissa básica a prevenção de acidentes de trabalho e uma agenda de desburocratização, visando não burocratizar a criação de novos empregos”, disse.
O LIVRO - Os dados divulgados e debatidos durante o V Encontro Nacional fazem parte do livro Segurança e Saúde na Indústria da Construção – Prevenção e Inovação. Seus autores participaram de debate sobre os temas abordados. Tratam-se de consultores especializados em diferentes temas relacionados ao bem-estar do trabalhador da construção, que abordam em seus artigos pesquisas, estudos de caso, métodos diferenciados, soluções e propostas inovadoras, além de informações relativas à gestão de saúde e segurança do trabalho bem como exigências legais em vigor.
A publicação é uma realização da CBIC em correalização com o SESl e traz para as empresas e profissionais que se envolvem com a prevenção na indústria da construção orientações sobre aspectos relevantes a serem considerados durante o trabalho neste complexo segmento. Profissionais com amplo conhecimento e experiência tratam nessa publicação de temas modernos e de extrema relevância, como:
- Estatísticas de acidentes do trabalho;
- Custo financeiro do acidente;
- Indicadores proativos de segurança nas obras;
- Produtividade e saúde e segurança;
- Gestão de segurança e saúde no trabalho na indústria da construção;
- Trabalho em altura;
- Uso de novas tecnologias em saúde e segurança, incluindo drones e aplicação do BIM (Building Information Modeling).
O livro explica que, além de produzir um efeito positivo na produtividade dos trabalhadores, os programas de saúde e segurança do trabalhador também colaboram com outros efeitos positivos, como a redução de custos com a perda de materiais, a atração e retenção de colaboradores, e a melhoria da imagem institucional da empresa.
Os artigos apresentam ainda ações relevantes que devem ser implementadas, sendo indicada como principal medida a qualificação da mão de obra por parte das empresas. A conclusão é de que quanto menos anos de educação formal, quanto menos capacitado para a atividade for o trabalhador, maior é o risco de ocorrência de eventos acidentários.
O livro está disponível para download, no site da CBIC.