CNI vai liderar representação de empregadores da América Latina até 2024

Presidente do Conselho de Relações do Trabalho da CNI, Alexandre Furlan foi reeleito vice-presidente para a região da OIE, que representa setor privado nas discussões sobre normas trabalhistas internacionais

A indústria brasileira manterá seu papel de liderança da América Latina nos foros internacionais de debate sobre políticas na área trabalhista. Em reunião realizada em Genebra, nesta terça-feira (1º), o presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Alexandre Furlan, foi reconduzido à vice-presidência para a região no Conselho Diretivo da Organização Internacional de Empregadores (OIE), instituição que reúne 155 entidades empresariais de mais de 140 países.    

A eleição ocorreu durante a 109ª Conferência Internacional do Trabalho e definiu os mandatos de três anos da nova diretoria, que escolheu a norte-americana Michelle Parmelee, que é vice-presidente executiva e diretora de Talentos da Deloitte Global, como primeira mulher a presidir a entidade. Furlan exercerá seu terceiro mandato até 2023 representando entidades do setor privado de 34 países da América Latina e Caribe.    

Para o representante brasileiro, a recondução à vice-presidência reforça o papel de representação do Brasil na América Latina e a importância da CNI em discussões como na OIE e em instâncias Internacional, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT). “As discussões recentes na OIT sobre a reforma trabalhista brasileira, e a não inclusão do caso na lista curta deste ano, tornam ainda mais clara a importância de nossa participação na OIE e do nosso apoio à entidade na defesa de nossa visão de relações do trabalho nos foros internacionais”, afirma.    

Segundo ele, a participação na OIE ajuda a ampliar a voz do setor empresarial brasileiro nas discussões internacionais que podem afetar o ambiente de negócios, como ocorre na OIT e no B20 – foro oficial de diálogo entre o setor privado e os governos das 20 maiores economias do mundo. “A OIE abre um espaço para que os empregadores possam expressar suas opiniões para a formulação de políticas que contribuam para a melhora do ambiente de negócios e contribuam também para a modernização das normas trabalhistas internacionais ”, diz. 

A OIE e as discussões sobre a reforma trabalhista brasileira    

Diante das atenções que a reforma trabalhista brasileira vem recebendo nos debates da OIT, desde 2018, a OIE ganhou relevância para o setor produtivo nacional em sua representação em foros multilaterais. A entidade, cuja sede fica em Genebra, é quem atua na linha de frente, com o apoio da CNI e de outras entidades brasileiras, da defesa das posições dos empregadores em colegiados como a Comissão de Aplicação de Normas, o órgão de controle da OIT.    

Segundo Furlan, esse trabalho conjunto nos últimos anos, em que as entidades empresariais brasileiras conseguiram, com o apoio da OIE, a adesão de diversas congêneres nas discussões sobre o caso brasileiro foi fundamental para a reforma trabalhista ter tido o seu alinhamento à Convenção 98 da OIT reconhecido na Comissão de Aplicação de Normas em 2018 e 2019. “Nosso papel tem sido sempre contribuir para uma doutrina compatível com as relações do trabalho modernas e que as normas internacionais reflitam isso”, resume.    

O que é a OIE    

Fundada em 1920, a OIE é a voz do setor empregador em temas ligados a políticas do trabalho em instâncias multilaterais do mundo, como a OIT e outros órgãos das Nações Unidas, além do G20. O objetivo da OIE é garantir que políticas trabalhistas locais, regionais e internacionais assegurem um ambiente de negócios que estimule o empreendedorismo e o emprego.  

Relacionadas

Leia mais

Brasil fora da lista da OIT reforça alinhamento da legislação trabalhista à Convenção 98
Investimento privado para o bem do Brasil
“Brasil precisa de uma reforma tributária ampla e  não pode mais esperar”, avalia o presidente da CNI

Comentários