Ministro do Meio Ambiente da Finlândia explica como o país alcançou a liderança em tecnologia limpa

Na Finlândia, segundo o ministro, transformar os dejetos em energia foi a solução encontrada para os setores de mineração, papel e plástico

Carlos Abijaodi e Ville Niinistö

O Brasil precisa investir em tecnologia limpa para crescer com competitividade e enfrentar seus diversos problemas sociais. Esse foi o recado do ministro do Meio Ambiente da Finlândia, Ville Niinistö, durante Seminário sobre Tecnologia Limpa promovido pela CNI na sede da instituição, nesta terça-feira (1º). Segundo Niinistö, o governo de seu país decidiu, em conjunto com a iniciativa privada, regulamentar a emissão de gases estufas, a reciclagem de material e o destino dos resíduos sólidos. "Queremos evitar que se crie lixo. E, se o lixo é criado, tem que ser reciclado. Se não pode ser reciclado, que seja transformado em energia", disse Niinistö.

Para o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, o seminário foi uma oportunidade de conhecer as experiências bem-sucedidas . "A maior inserção das empresas brasileiras no mercado mundial passa pela energia. O Brasil tem recursos em abundância e deve trabalhar para agregar valor a seus produtos em processos e produtos mais sustentáveis", afirmou Abijaodi.

SOLUÇÕES LIMPAS - Na Finlândia, segundo o ministro, transformar os dejetos em energia foi a solução encontrada para os setores de mineração, papel e plástico. "Nosso governo está criando mercado para soluções limpas e sustentáveis". O país é conhecido como o principal do mundo em eco-inovação e líder mundial em bio-energia. Atualmente, 25% dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento são destinados a bio-energia. Esse volume deve subir para 38% até 2020. A Finlândia também está comprometida em acabar com o lixo orgânico nos próximos dois anos. Não à toa, as empresas finlandesas de tecnologia limpa geram negócios na ordem de US$ 35 bilhões por ano.

Para o país europeu, a eficiência energética é o setor que tem o maior potencial de desenvolver novos negócios. Dessa forma, o país reuniu quase duas mil grandes, médias e pequenas empresas numa organização chamada Cleantech Finland, para facilitar o acesso a outros mercados, promover todas as novas tecnologias desenvolvidas e dar consultoria. "Somos um país de engenheiros, pegamos coisas pouco favoráveis e usamos como fonte de inovação", diz a diretora executiva da CleanTech Finland, Kaisa Hernberg.

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