O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO), Marcelo Thomé da Silva de Almeida, tomou posse da presidência do Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Coemas) da Confederação Nacional da Indústria (CNI) na quarta-feira (31). Nascido no Rio de Janeiro, Thomé é arquiteto e urbanista com especialidade em gestão empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Atualmente também é presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil e Mobiliário de Porto Velho e presidente do Conselho Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de Rondônia. Em reunião do Coemas realizada na última segunda-feira (29), da qual Thomé participou, ele destacou que a sustentabilidade é determinante para um novo modelo econômico para o Brasil. “É um aspecto importante para inserção no mundo globalizado e mercado internacional e deve permear as estratégias empresariais”, declarou aos 60 participantes do encontro.
COEMAS – A questão dos biocombustíveis esteve entre os temas de destaque do Coemas. Segundo o consultor de Tecnologia e Meio Ambiente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Alfred Szwarc, os principais impactos dos biocombustíveis na mobilidade urbana estão relacionados à redução de consumo de energia e de emissões de poluentes atmosféricos e de gases de efeito estufa. “No ciclo completo, a emissão de CO2 pelo etanol é 89% menor que a da gasolina”, disse.
O analista de Infraestrutura do Departamento de Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), Paulo Roberto Costa, destacou a importância do Programa Renovabio para metas nacionais de descarbonização em 10 anos a serem cumpridas pelos distribuidores de combustíveis. Ele ressaltou que, para o avanço da iniciativa, conta-se com a criação de metodologia de avaliação de ciclo de vida para certificação dos processos de descarbonização do setor. “O foco do Renovabio é, sobretudo, o investidor”, comentou.
O Programa Rota 2030, de desenvolvimento da indústria automotiva brasileira, foi apresentado por Gustavo Victer, coordenador-geral da Secretaria de Desenvolvimento e Competitividade Industrial do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). Segundo ele, a iniciativa visa promover o desenvolvimento tecnológico com eficiência energética, maior segurança e conservação do meio ambiente. Para isso, o foco está no desenvolvimento de veículos híbridos e elétricos. “Até o fim do ano, será divulgado o Plano Nacional de Eletromobilidade”, anunciou.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - A assessora para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Rede Brasil do Pacto Global, Bárbara Dunin, explicou que os ODS são uma forma de integrar as agendas sociais, ambientais e econômicas. “Os ODS fazem parte da Agenda 2030, que é resultado de um processo participativo desenvolvido após a Rio+20, e tem como lema não deixar ninguém para trás”, complementou.
Conforme Bárbara, o setor empresarial é muito importante para contribuir no alcance das metas dos ODS já que consegue realizar “coisas incríveis” em um curto espaço de tempo. “As indústrias podem contribuir com os ODS por meio de suas atividades principais, com aquilo que gera riqueza”, destacou.
O assessor especial da CNI Shelley Carneiro acrescentou que a CNI vem trabalhando a relação entre os ODS e o setor privado brasileiro por meio de um grupo de trabalho, composto por empresas, associações setoriais e federações de indústrias. “É preciso enxergarmos os ODS de maneira integrada - quando investimos em saneamento, impactamos a saúde, reduzimos a desigualdade e os melhoramos a qualidade dos ambientes urbanos, o que envolve pelo menos 3 ODS”, finalizou.