CNI e ANA pactuam ações para o uso eficiente da água

A parceria foi celebrada durante reunião entre dirigentes de ambas as entidades, na sede da CNI, em Brasília

Mônica Messemberg, Gisela Forattini e Alexandre Comin

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) firmou, nesta quinta-feira (4), um acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA) para desenvolver ações de uso eficiente da água e melhorar o gerenciamento dos recursos hídricos. A parceria foi celebrada durante reunião entre dirigentes de ambas as entidades, na sede da CNI, em Brasília. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) também participará dessas ações.

A diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messenberg, ressaltou que a indústria já adota mecanismos e tecnologias voltados para o reúso da água. Para ela, a atuação conjunta, por meio do planejamento de ações para a gestão dos recursos hídricos, propiciará melhores resultados para o setor industrial. “Estamos todos com o mesmo propósito. O objetivo é consubstanciar um planejamento para a melhor utilização da água pela indústria”, afirmou.

A diretora acrescentou que a agenda incluirá medidas “realistas” para que, de fato, saiam do papel rapidamente. “Não podemos deixar de ser ambiciosos, mas temos que ser realistas. A crise da água chegou, infelizmente, de uma forma drástica e num momento complicado para o setor”, completou.

O gerente executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Shelley Carneiro, reforçou a importância da parceria com a ANA. “É imprescindível que as empresas reconheçam que o embate com o governo não traz benefícios. Buscar o diálogo e o entendimento mútuo levará a resultados positivos para todos”, enfatizou Carneiro.

De acordo com o coordenador da Rede de Recursos Hídricos da CNI, Percy Soares, a troca de informações e a elaboração de ações conjuntas qualifica a governança da água no Brasil. “A aproximação da CNI e da ANA contribuirá para a melhoria do uso da água na indústria e do desempenho da Política Nacional de Recursos Hídricos”, disse.

TROCA DE INFORMAÇÕES - Na avaliação da diretora da ANA Gisela Forattini, a parceria tem potencial para qualificar a informação sobre o uso da água na indústria. O também diretor da ANA Paulo Varella reforçou a necessidade de aprimorar a gestão das demandas da água. Segundo ele, aumentar a oferta de água é um passo importante, mas reduzir e racionalizar o consumo é fundamental nas regiões de crise.

O superintendente de Gestão da ANA, Luiz Corrêa Noronha, destacou que os usuários precisam ser lembrados para que o “ciclo da água” seja fechado. O superintente de Planejamento de Recursos Hídricos da ANA, Sérgio Ayrimoraes, por sua vez, apontou como prioridade um plano voltado para a segurança da demanda. “É preciso ter a estimativa para mensurar riscos”, destacou Ayrimoraes.

O diretor do Departamento de Competitividade Industrial do MDIC, Alexandre Comin, defendeu que a política da água seja pensada como a política energética e que ambas as agendas sejam tratadas de forma conjunta. Para ele, a economia da água é um dos caminhos mais eficazes para enfrentar a crise. “A energia mais barata que existe é aquela que se poupa. Com a água, a situação é a mesma.”

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