O potencial de mobilização da iniciativa privada e seu impacto em uma agenda climática positiva contribuíram para o sucesso de lançamento da Sustainable Business COP 30, a SB COP.
Liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a iniciativa do setor produtivo brasileiro tem como objetivo garantir um papel estruturado e influente do setor privado nas negociações climáticas globais, a partir da Conferência das Mudanças Climáticas da ONU de 2025, em Belém (PA).
O trabalho será realizado por meio eixos estratégicos, conduzidos por líderes empresariais de expertise e reconhecimento internacionais. A partir do direcionamento e mediação dos líderes, cada grupo definirá temas prioritários para as discussões.
Veja a seguir:
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Transição energética - Daniela Manique, da Solvay-Rhodia
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Economia circular e materiais - Tércio Borlenghi, da Ambipar
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Bioeconomia - João Paulo Ferreira, da Natura
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Sistemas alimentares - Gilberto Tomazoni, da JBS
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Empregos e habilidades verdes - Rafael Segrera, da Schneider Electric
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Financiamento climático - Luciana Ribeiro, da eB Capital
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Cidades sustentáveis e resilientes - Ruben Menin, da MRV
Haverá, ainda, um Conselho Empresarial, formado por entidades congêneres, a exemplo da CNI. Já o grupo de Parceiros Institucionais será composto por entidades internacionais que apoiam a iniciativa.
Comprometimento com a sustentabilidade
Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, o setor produtivo está seguramente comprometido com a sustentabilidade.
“Por meio da SB COP, nós poderemos ser muito mais do que assertivos, nós poderemos garantir as entregas, já que a maior parte dos compromissos assumidos durante a COP são de responsabilidade da iniciativa privada. O setor produtivo pode ser o articulador, no governo de cada país, durante as conferências climáticas da ONU. Ele está comprometido e enxerga na sustentabilidade uma oportunidade de agregar valor aos seus processos e produtos”, defende.
Ainda segundo Alban, além de contribuir, o objetivo da SB COP é garantir que os compromissos possam ser razoáveis e mensuráveis. “Precisamos assegurar que as novas práticas, assim como as políticas públicas, não ultrapassem sua capacidade ou inibam a competitividade. Esse é o trabalho que nós esperamos concluir. Temos certeza de que essa complementariedade com o governo brasileiro e com a COP30 deixará um legado de grande sucesso”, afirmou.
Diálogo entre empresas a favor de políticas públicas
Na visão do diretor de Relações Institucionais da CNI, Roberto Muniz, a transição energética requer um esforço coordenado entre empresas, governos e sociedade para garantir uma transformação justa e viável economicamente.
“O desenvolvimento de novas tecnologias e modelos de negócios sustentáveis são essenciais para acelerar esse processo. Então, acreditamos que a SB COP irá fortalecer a presença dos empresários em fóruns multilaterais e alinhar as iniciativas do setor produtivo às diretrizes das conferências do clima”, avalia.
Para Muniz, o combate à mudança do clima exige colaboração, inovação e liderança empresarial. “Em 2025, o Brasil tem a oportunidade de apresentar soluções inovadoras que contribuem para o desenvolvimento econômico, social e ambiental, ao mesmo tempo em que reduzem as emissões dos gases de efeito estufa (GEE). Portanto, vamos fortalecer o diálogo entre as empresas e o governo, para influenciar decisões internacionais e políticas públicas domésticas”, explica.
Potencial e competitividade
“Precisamos entender que o setor produtivo é parte da solução. Portanto, a SB COP vem para criar uma coalizão empresarial, a nível nacional e internacional, para que a gente possa influenciar as discussões sobre mudança do clima”, afirma Davi Bomtempo, superintendente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI.
Bomtempo explica que o trabalho da SB COP está estruturado em três pilares: divulgação de casos de sucesso, influência nas negociações e agenda de ações. “Somente o poder público não será capaz de implementar os compromissos assumidos, é por isso que o setor privado precisa entrar no jogo”, argumenta.
Segundo Bomtempo, o Brasil possui uma vantagem estratégica, se comparado aos outros países. “Temos uma matriz energética e elétrica bastante limpa e uma indústria que consome energia, mas emite pouco gás de efeito estufa. Além disso, somos o segundo maior produtor de biocombustíveis, possuímos uma grande capacidade de inovação e temos diversos setores da indústria comprometidos com a descarbonização. Esses fatores geram competitividade”, defende.
Parceria com o governo federal
Chair da SB COP, Ricardo Mussa explica que a relação da SB COP com o governo será muito próxima. “Quando a CNI liderou o processo do B20 junto ao G20, o governo viu o sucesso do trabalho, reconhecendo o quão eficiente foi trazer o setor produtivo para a discussão de forma prática. Portanto, uma das medidas de sucesso do nosso trabalho será essa integração com o governo e com a UNFCC”, destacou.
Mussa acredita que um bom trabalho feito pela SB COP vai motivar o país sede da próxima conferência a fazer a mesma coisa.
“Queremos mostrar a vantagem que é ter o setor privado participando de forma organizada das discussões, trazendo ideias e inovações. Isso cria um ambiente que esperamos ver na próxima COP. E eu tenho muita confiança de que vai acontecer”, afirma.
Segundo Mussa, as boas práticas em sustentabilidade garantem uma imensa vantagem ao Brasil. “Queremos mostrar que o setor privado pode contribuir com o poder público para alavancar o desenvolvimento sustentável do país. Já existem muitos bons exemplos por aqui e o país é líder em uma série de aspectos no setor privado. Vamos levar para o governo, na COP30, o pragmatismo do setor privado, para mostrar que é possível contribuirmos, mesmo em um ambiente geopolítico complexo”, avalia.
SB COP - Ação Empresarial pelo Desenvolvimento Sustentável
A Sustainable Business COP30 (SB COP), iniciativa inédita do setor produtivo brasileiro, visa mobilizar, engajar e garantir participação mais efetiva dos empresários, nacionais e internacionais, na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas do Brasil, a COP30, que acontece em Belém (PA).
Inspirada no B20 - fórum de representação do setor privado dos países que compõem o G20 -, a SB COP é liderada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e conta com o apoio do governo federal e da Organização das Nações Unidas (ONU).
O grupo busca ser um canal oficial, legítimo, transparente e contínuo dos empresários, para que possam influenciar as negociações climáticas, tornando-se um legado para as próximas conferências do clima.
Veja fotos do lançamento da SB COP:
