25 mil litros! Essa é a quantidade de álcool 70% produzida pelo Centro de Inovação e Tecnologia (CIT) do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) de Minas Gerais, em parceria com o Departamento de Química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). As instituições, que uniram forças e talento para ajudar hospitais públicos, asilos e creches a combaterem o novo coronavírus, celebram essa marca.
“A distribuição é feita da seguinte maneira, as instituições, principalmente os hospitais e casas de saúde, nos encaminha uma solicitação com a quantidade de álcool que necessitam”, explica a gerente de Responsabilidade Social Empresarial do SESI, Luciene Araújo.
O pesquisador líder do Instituto SENAI de Tecnologia em Química e coordenador de produção de álcool do CIT, Luiz Cláudio Melo Costa explica que a fabricação começou no final de março, com uma parceria com o departamento de química da UFMG.
“No começo, foram utilizados equipamentos que o CIT já possuía, mas a produção era muito baixa. Então decidimos mudar e passamos a utilizar álcool glicerinado, que também é indicado pela OMS. Com isso, a produção aumentou consideravelmente. Saltamos de 900 litros semanais para quatro mil litros”, conta o pesquisador líder.
A produção aumentou, mas a procura também e o álcool não era o suficiente para atender toda a demanda. Para que esse problema fosse solucionado, a equipe de Costa fez um projeto para quadruplicar a produção e para isso contou com a parceria do Instituto Metalmecânica, também do CIT, que auxiliou com a parte elétrica e de automação, a empresa Delp, que fez a estrutura de aço para o aumento de produção, e da equipe do Escalab. “Atualmente produzimos cerca nove mil litros de álcool glicerinado por semana”, conta o coordenador.
Segundo Costa, o projeto contou com o apoio de empresas e sindicatos para viabilização da produção como um todo, como o Sindicato da Indústria do Material Plástico do Estado de Minas Gerais (SIMPLAST), que ofereceu 500 embalagens. “Também recebemos embalagens e caixas de papelão de outras organizações”, afirma o pesquisador líder.
O projeto contou com o apoio de empresas e sindicatos para viabilização da produção como um todo
“Com o aumento da produção, a Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais, o Sindicato da Indústria de Fabricação do Álcool do Estado de Minas Gerais e o Sindicato da Indústria do Açúcar no Estado de Minas Gerais (SIAMIG), por meio de seu presidente, Mário Campos, direcionou ao CIT 20 mil litros de álcool e um carregamento de 10 mil está para chegar nesta semana”, afirma Costa. “O CIT também movimentou vários de seus institutos para viabilizar a produção e empregados de diversos setores, como as equipes da manutenção e da segurança, todos em um trabalho conjunto para o bem da sociedade”.
Parceria de sucesso com a UFMG
Para Luiz Cláudio Melo Costa, a parceria com a UFMG é um dos grandes ganhos para a instituição. “São cerca de nove alunos que trabalham diariamente na produção do álcool”, conta.
Diego Henrique Alves Lopes é aluno do mestrado profissional em Inovação Tecnológica da UFMG e trabalha no projeto três vezes por semana, na produção do álcool. O mestrando atua desde o escalonamento em laboratório ao envaze do produto final e se sente muito feliz pela oportunidade de fazer parte do projeto.
“Tem sido muito gratificante, pois estudei toda a minha vida em escolas públicas e sempre senti a necessidade de devolver, para a comunidade, todo o conhecimento técnico e científico que eu adquiri durante todo esse tempo. É sensacional ver o álcool que produzi ser distribuídos para ongs, hospitais e comunidades de todo o estado”, conta Lopes.
A Indústria contra o coronavírus: vamos juntos superar essa crise
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