Julio Cesar conquista ouro e bate recorde nas Paralimpíadas de Paris

Deficiente visual, o atleta foi entrevistado pela Agência de Notícias da Indústria em 2019 como uma promessa paralímpica

Julio Cesar comemora ouro com guia nas Paralimpíadas. Foto: Wander Roberto/CPB

No segundo dia das Paralimpíadas de Paris, o Brasil conquistou mais um ouro. No atletismo, o campeão da vez foi o paulista Julio Cesar Agripino dos Santos, que liderou praticamente toda a prova e venceu os 5000m da classe T11. E não parou por aí! O corredor também quebrou o recorde mundial com um tempo de 14min48s85, superando o recorde anterior do brasileiro Yeltsin Jacques.

Yeltsin, padrinho da Corrida do Pantanal e atleta do Serviço Social da Indústria (SESI), também marcou presença no pódio, encerrando a prova na terceira posição.

Quem é Julio Cesar, uma das promessas paralímpicas da Agência de Notícias da Indústria?

Yeltsin Jacques, à esquerda, e Julio Cesar, ao centro, correndo nas Paralimpíadas Rio 2016
Yeltsin Jacques, à esquerda, e Julio Cesar, ao centro, nas Paralimpíadas Rio 2016. Foto: Daniel Zappe/MPIX/CPB

Em 2019, a Agência de Notícias da Indústria acompanhou o Projeto Vida Corrida, fundado por Marineide Santos Silva há mais de 25 anos no Capão Redondo, um dos bairros mais violentos de São Paulo. Por meio da prática esportiva, o projeto transforma vidas ao estimular a inclusão social, promover a saúde física e mental dos participantes e alimentar sonhos olímpicos.

Esse sonho olímpico, hoje, tornou-se realidade. Julio Cesar, nascido em Diadema, São Paulo, sempre gostou de esportes. Desenvolveu uma paixão pelo atletismo e começou a participar de corridas de rua antes de conhecer o Vida Corrida. Na época, ele chegava às 4h45 da manhã à empresa onde trabalhava como auxiliar de serviços gerais para treinar no estacionamento.

Diagnosticado com ceratocone – uma doença degenerativa na córnea – aos sete anos, Julio Cesar não teve condições de tratar a doença e acabou escondendo sua deficiência visual. Ele perdeu o olho esquerdo e, no direito, possui apenas visão periférica. Por causa disso, compete na classe T11.

No projeto, o atleta aprimorou seu desempenho e começou a vencer competições. Entrou com tudo no esporte paralímpico e, logo no primeiro ano de treino, participou das Paralimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.

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