Torneio de robótica reúne 800 competidores de todo o país no Rio de Janeiro

Alunos de escolas públicas, privadas e do SESI disputam com robôs de até 2 metros e 56 kg e miniaturas de carros de Fórmula 1. Evento ocorre de 3 a 5 de agosto na Marina da Glória

foto: vários mãos levantadas

O Rio de Janeiro será palco de uma competição de tecnologia e engenharia, com a participação de 800 estudantes de ensino médio de escolas públicas, particulares e do Serviço Social da Indústria de 23 estados e do Distrito Federal. O Festival SESI de Robótica Off Season ocorre na Marina da Glória, de quarta (3) a sábado (5), com entrada gratuita do público a partir de quinta. 

O torneio é dividido em três modalidades, que envolvem robôs de até 56kg e 2 metros de altura e réplicas em miniaturas de carros de Fórmula 1, disparados em uma pista de 24 metros. Os estudantes competem em equipes e têm alguns meses para se preparar para os desafios na pista e nas arenas. 

Veja outros temas: Energia renovável, Metrologia, Desmatamento, Inflação, Startup, Empreendedorismo, Faturamento, Resíduos Sólidos

Além da velocidade do carro e do desempenho dos robôs, que precisam cumprir as atividades e somar o máximo de pontos em partidas de 2m30s, os times são avaliados pelos diversos recursos que utilizam para modelagem, construção e programação das máquinas. Projetos sociais para levar ciência e tecnologia à comunidade, gestão financeira e marketing das equipes, que funcionam como empresas, também são critérios de avaliação. 


“O que parece apenas uma competição com robôs ágeis e carros que atingem 80 km/h é, na verdade, uma fábrica de talentos. Com uma metodologia que aplica, na prática, conceitos de ciências, engenharia, tecnologia, design e matemática, o chamado STEAM, os alunos ganham conhecimento e habilidades técnicas e comportamentais que vão moldar os profissionais que eles serão no futuro”, afirma o diretor de Operações do Serviço Social da Indústria (SESI), Paulo Mol.


Uma nova geração de engenheiros 

Para conhecer mais os interesses e as expectativas dos estudantes, o SESI aplicou um questionário on-line com os competidores sobre as áreas e profissões que eles desejam seguir. Dos 829 respondentes (49,5% se identificaram como gênero masculino, 49,6% feminino e 0,9% outros), 51,7% querem a área de Engenharia ou de Ciências Exatas e da Terra. 

Na sequência, aparecem Ciências da Saúde (15%), Linguística, Letras e Artes (11,8%), Ciências Sociais e Aplicadas (9,7%), Ciências Humanas (6%), Ciências Agrárias (3%) e Ciências Biológicas (2,8%). Sobre a profissão, especificamente, as que estão diretamente ligadas às atividades da robótica e aparecem entre as mais citadas estão engenheiro (246), programador e carreiras ligadas à computação (85), professor ou pedagogo (52) e designer (34). 

Ao ingressarem em uma equipe, os estudantes têm a oportunidade de entrar em contato com áreas cujo ensino e aprendizagem ainda são deficitários no Brasil. O impacto na formação é positivo e duradouro, já que as atividades despertam o interesse e dão a base para os desafios que o jovem vai encontrar na formação técnica ou acadêmica e no mercado de trabalho. Cada vez mais, são demandados profissionais críticos, criativos, que resolvem problemas e sabem programar. 

Entenda as modalidades  

F1 in Schools: no projeto educacional da Fórmula 1, os estudantes montam escuderias, com 3 a 6 integrantes. As equipes constroem um carro em miniatura, réplica dos carros oficiais de corrida, que, impulsionados por um cilindro de CO2, chegam a 80 km/h em uma pista de 24 metros.  Eles também montam um plano de negócios e de marketing para promover a escuderia. 

FIRST Tech Challenge (FTC): a partir de um kit básico e da criatividade para utilizar diferentes materiais, os estudantes constroem e programam robôs de até 19kg, que precisam realizar uma série de atividades, como carregar blocos e empilhar cones. Eles também apresentam portfólio de engenharia para detalhar a criação e o funcionamento dos robôs.

FIRST Robotics Competition (FRC): semelhante à FTC, a FRC é mais complexa porque os robôs são de porte industrial e chegam a 56 kg e 2 metros de altura. Também precisam realizar atividades na arena, como se equilibrar em uma plataforma. A competição é bastante consolidada lá fora, onde os times são patrocinados por grandes empresas, como General Motors, Apple, Xerox, Google, GE Energy, Toyota, que acabam utilizando o torneio para identificar talentos.

88 equipes (30 FRC + 30 FTC + 28 F1 in Schools) de 24 Unidades da Federação 

800 estudantes 

FRC: 344 (125 meninas e 219 meninos) 

FTC: 222 (88 meninas e 134 meninos) 

F1 in Schools: 154 (72 meninas e 82 meninos) 

Total: 720 competidores (40% meninas e 60% meninos) + 80 mentores (não temos sexo) 

98 voluntários 

FRC: 23 juízes + 10 voluntários de apoio a juízes e operação + 20 voluntários no Machine Shop 

FTC: 15 juízes 

F1: 20 juízes 

10 "anjos" distribuídos em todas as competições 

Total: 58 juízes + 40 voluntários de apoio 

150 profissionais na organização do evento  

4. 850 mil m² de área ocupada   

2 pistas e 5 arenas de competição 

1 pista de competição e 1 pista de treino de F1 in Schools com 225m²    

2 arenas de competição de FTC e 1 de treino em 200m²   

1 arena de competição FRC de 455m² e 1 arena de treino de 96m²    

2 mil toneladas de equipamentos   

Capacidade máxima: 5.000 mil pessoas 

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