FRC ganha espaço no Brasil e escreve novas páginas na história da robótica nacional

O torneio Off-season da modalidade, em agosto, no Rio de Janeiro, é visto como um grande marco para a sua evolução no país

Serão 30 equipes brasileiras, competindo entre os dias 5 e 7, no Rio de Janeiro

Você está sentindo essa energia? É o Off-season FIRST Robotics Competition (FRC) chegando para mudar a história da modalidade no Brasil! O evento que acontecerá em agosto, entre os dias 5 e 7, no Rio de Janeiro, é visto como um passo muito importante para que a FRC ganhe mais espaço e se consolide no país. 


"A escola SESI é a única escola da indústria e por isso, para nós, o programa de robótica FRC dará oportunidade de participação para estudantes de todo o país de escolas públicas, particulares e da rede SESI/SENAI, além de aproximar a sala de aula da indústria e da inovação", avalia Rafael Matta, Gerente de Educação Tecnológica do SESI.


Cerca de 30 equipes brasileiras vão competir nesse evento, que, como o nome já diz, não faz parte do calendário oficial de robótica. Esse off-seoson é um grande marco para o país, pois será uma oportunidade de expandir a modalidade no país.

“Existem equipes no Brasil que têm mais de 20 anos de participação no FRC e elas precisam, anualmente, competir no exterior porque esse torneio não existe oficialmente no país. Ter uma competição de FRC aqui é um grande passo da robótica nacional para poder dar oportunidade para muito mais pessoas, porque quando as equipes precisam ir pra fora do país se cria uma barreira enorme de restrição em função dos custos”, explicou Filipe Ghesla, voluntário FRC e co-fundadorr da stemOS, fornecedora exclusiva de materiais de competição FTC e FRC.

Um grande passo para a robótica

A Under Control, equipe do Colégio Marista Pio XII, de Novo Hamburgo (RS), é uma dessas. Em 2022, ela completa 20 anos e, para os integrantes, a realização do Off-season é uma conquista muito grande, que eles buscam há anos. 

“Desde a fundação do time, a gente vai competir nos Estados Unidos. Agora, poder trazer as competições para o solo brasileiro e dar para a nossa comunidade o retorno da importância que tem essa competição é muito legal para nós”, celebrou o técnico Bruno Toso. 

Colecionadores de prêmios ao longo dos anos, a equipe gaúcha aconselha que os calouros na modalidade aproveitem este momento “como uma grande preparação, uma grande lição, aproveitar para as experiências que os alunos e professores precisam para conhecer o programa, entender os processos e participar do evento o melhor que puder”.


“Este primeiro ano vai ser difícil, com muitos desafios, muitos aprendizados. Mas, ao longo dos anos, as equipes vão evoluindo e atingindo novos patamares”, disse o técnico da Under Control.


A Team ProdiXy, equipe de Manaus (AM), da Escola SESI Dra. Êmina Barbosa Mustafa, vai estrear oficialmente na FRC no Off-season. Eles começaram competindo na FIRST LEGO League Challenge (FLL), tomaram espaço na FIRST Tech Challenge (FTC) e agora são calouros do FRC. Antes, o time só havia participado da disputa on-line que ocorreu em 2021. 

Glauco Machado, técnico dos manauaras, vê o FRC como a competição de mais alto nível que os alunos, os quais ele vê crescerem dentro da escola, podem participar. “A expectativa é sempre positiva. Essa modalidade é muito importante para que os alunos possam colocar em prática o que aprendem dentro do SESI-SENAI, onde eles obtêm tanto conhecimento técnico quanto tecnológico”, disse.

Escrevendo história

O Off-season FRC ainda nem aconteceu e já dá para sentir nos relatos o quanto o evento realmente vai mudar o futuro da modalidade na robótica brasileira. Criada em 2018, a equipe paulista da escola SESI-SENAI 296 de Bauru, a Octopus, esteve no off-season remoto do ano passado e levou para casa os prêmios de Espírito de Equipe e Innovation. 

Para o técnico Daniel Peral, “ver a competição crescendo em nosso país representa um grande avanço da STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) e isso é um reflexo de que o nosso trabalho está gerando resultados". 


“Não será apenas uma mudança na modalidade da FRC, mas na história do nosso país. A FIRST, com seus valores, transforma vidas e muda a realidade de muitos. É uma oportunidade de o Brasil progredir na área da ciência e da tecnologia, transformando o ambiente em que os jovens estão inseridos”, avaliou Daniel.


A Megazord, de Jundiaí (SP), da escola SESI-SENAI, também nasceu em 2018 e compete na modalidade desde 2019. Eles lembram da importância das equipes brasileiras na construção da história da FRC no país. “Juntos vamos construir uma comunidade forte e conseguir mais visibilidade não só para a competição, mas também para a robótica, ciência e tecnologia em geral”, garantiu o técnico Rafael Capovila. 

Eles também participaram do Off-season remoto do ano passado, vencendo diversos prêmios, entre eles o Chairman’s Award, reconhecimento de maior prestígio pelos valores da FIRST. Explicaremos mais sobre este troféu em breve aqui na Agência de Notícias da Indústria.

O que é a FRC?

Uma arena com missões a cumprir, como acertar a bola no alvo, mover objetos, agarrar em barras e até mesmo escalar. Lembra uma gincana, mas, nesse caso, a brincadeira é séria, envolve meses de trabalho, muita programação e engenharia. E quem cumpre as missões não são pessoas, pelo menos não diretamente. São robôs semiautônomos de porte industrial, com até 55 kg e 1,5 metro de altura, construídos e comandados por estudantes.

FIRST Robotics Competition (FRC) é conhecida como a olimpíada da robótica. A competição internacional da organização sem fins lucrativos FIRST (For Inspiration and Recognition of Science and Technology) combina a adrenalina dos esportes com o rigor da ciência e da tecnologia. Alunos do ensino médio formam equipes compostas por, pelo menos 10 estudantes, que, com apoio de técnicos e mentores, constroem um robô para enfrentar o desafio da temporada na arena. 

Para o desenvolvimento do robô, o time trabalha com um kit básico e tem liberdade para usar a criatividade, desde que utilize o mesmo sistema de controle e respeite as regras que limitam tamanho, peso, quantidade máxima de motores, atuadores e alguns materiais. Os competidores precisam ainda levantar fundos, desenvolver uma marca e realizar alguma iniciativa com a comunidade relacionada à ciência e à tecnologia. 

No Brasil, já são em torno de 30 equipes da modalidade e muitas delas estarão no Off-season em agosto. Para não ficar de fora de tudo que vai acontecer no evento, continue ligado nos conteúdos produzidos pela Agência de Notícias da Indústria

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