Seis em cada dez brasileiros acreditam que seu padrão de vida estará melhor ou muito melhor em cinco anos

Pesquisa da CNI mostra ainda que sete em cada dez pessoas acham que seus filhos terão condições melhores ou muito melhores do que as que têm hoje. Os jovens são os mais otimistas

O brasileiro confia na ascensão social. Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 61% das pessoas acreditam que seu padrão de vida estará melhor ou muito melhor daqui a cinco anos. E 70% dos entrevistados acreditam que seus filhos terão um padrão de vida melhor ou muito melhor do que o que eles têm hoje. Para 66% dos entrevistados, o padrão de vida que têm hoje é melhor ou muito melhor do que o que seus pais tinham na mesma idade. Os dados são da pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira - Padrão de Vida, que ouviu 2 mil pessoas em 126 municípios entre 16 e 19 de março deste ano.

"A expectativa de melhoria do padrão de vida nos próximos cinco anos indica otimismo dos brasileiros com a superação da crise. A retomada da confiança é um passo importante na recuperação da economia”, avalia o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.  Quanto mais jovens os brasileiros, maior o otimismo em relação à melhoria do padrão de vida. Entre os que possuem entre 16 e 24 anos, 77% acreditam que seu padrão de vida melhorará nos próximos cinco anos, percentual que cai quanto maior a idade dos entrevistados e chega a 42% entre os que possuem 55 anos ou mais.

Para vencer na vida, avaliam os brasileiros, é essencial ter boa educação, capacidade ou inteligência e trabalhar duro. Isso é considerado mais importante do que ter sorte ou nascer em uma família rica. A boa educação, com 38% das respostas, ficou em primeiro lugar na lista dos fatores essenciais para vencer na vida. Em seguida, vem trabalhar duro, com 31% das menções. O fator sorte recebeu 18% de menções e o nascer em família rica ficou em último lugar, com 12% das respostas. “Quando as pessoas acreditam na possibilidade de ascensão social por meio de estudo, trabalho e esforço, elas investem mais em educação e isso tem o potencial de melhorar a produtividade do país e gerar crescimento econômico sustentado”, afirma Fonseca. 
 

MERITOCRACIA E PROGRAMAS DE GOVERNO - Os brasileiros acreditam na meritocracia, desde que as pessoas tenham condições mínimas. Entre os entrevistados, 80% concordam muito ou um pouco que melhorar de classe social depende exclusivamente do esforço de cada indivíduo. "No entanto, 90% reconhecem que o esforço dos indivíduos só dá resultados quando eles têm condições mínimas, como boa alimentação, boa educação e boa saúde", informa o levantamento. 

De acordo com  a pesquisa,  82% concordam muito ou um pouco que o governo deve ajudar as pessoas a sair da pobreza e vencer na vida apenas fornecendo educação e saúde de qualidade para todos. Para 80%, as cotas para universidades e concursos públicos para estudantes de escolas públicas, minorias raciais e pessoas com deficiências ajudam as pessoas a sair da pobreza e vencer na vida. A maioria, 66%, também reconhece que os programas de assistência social, como o bolsa família e o benefício de prestação continuada, são importantes para as pessoas saírem da pobreza e vencer na vida.

MENOS BRASILEIROS SE SENTEM NA CLASSE MÉDIA - A pesquisa destaca ainda que a crise econômica mudou a percepção dos brasileiros sobre sua classificação social. O percentual dos que acreditam estar na classe baixa aumentou nos últimos cinco anos e passou de 21% em 2012 para 27% em 2017. Esse aumento foi acompanhado de redução do percentual dos que dizem pertencer às classes média ou média-alta, que saiu de 43% em 2012 e chegou a 37% neste ano. Apenas 23% consideram que mudaram de classe social para uma classe melhor nos últimos cinco anos.

Para 51% das pessoas, a desigualdade social aumentou no país nos últimos dez anos. O volume dos que consideram que a desigualdade aumentou nos últimos dez anos é praticamente igual aos 47% registrados em 2012.  No entanto, o número dos que dizem que a desigualdade diminuiu caiu de 29% em 2012 para 16% neste ano.

SAIBA MAIS - Acesse a página dos Retratos da Sociedade Brasileira - Padrão de Vida e faça o download da pesquisa.

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