Melhoria do sistema de saúde depende de criação de objetivos compartilhados em toda cadeia, destaca especialista

Lindsay Martin, diretora do Institute for Healthcare Improvement, participou da reunião do Grupo de Trabalho da Indústria sobre Saúde Suplementar nesta quarta-feira (25), em São Paulo

“Para mudanças complexas, é importante pensar por onde começar esse trabalho” - Lindsay Martin

A melhoria do sistema de saúde suplementar depende da criação de objetivos compartilhados entre prestadores de serviços, operadoras de saúde, empresas e beneficiários. A afirmação é da diretora do Instituto for Healthcare Improvement (IHI), Lindsay Martin, durante 9ª reunião do Grupo de Trabalho da Indústria sobre Saúde Suplementar (GTSS) nesta quarta-feira (25), em São Paulo. O grupo reúne gestores de saúde e de recursos humanos de 68 grandes empresas responsáveis por quase 3 milhões beneficiários de planos de saúde.

Segundo Lindsay, os objetivos compartilhados envolvem os resultados que o conjunto das partes interessadas desejam obter e distribuir responsabilidades entre os atores. No entanto, alerta a especialista, é importante iniciar o trabalho em grupos menores e a proximidade geográfica deve ser considerada. “Para mudanças complexas, é importante pensar por onde começar esse trabalho”, orientou.

Para especialista Kate Hilton, do ReThink Health, um ponto de atenção para a construção de objetivos compartilhados é a criação de confiança entre todos os atores. Ela destacou que a confiança é resultado de comportamento, como fazer o que dizemos, escutar com compreensão das reais necessidades das demais partes, entre outros. “Para isso, é preciso fazer ao outro pergunta honesta aberta para entender os demais interesses antes de colocar nossas próprias ideias”, explicou.

Outro ponto para construir confiança, na visão de Kate, é que os gestores de saúde e de recursos humanos se insiram como usuários do sistema de saúde. “Mostrar vulnerabilidades é parte da criação de confiança. Somos todos seres humanos e queremos igualmente um sistema de saúde baseado em valor.”

QUALIDADE DE DADOS – Luis Perez, da Faro, empresa que tem o foco de construir sistema de saúde baseado em valor, disse que, para um diálogo efetivo entre as partes, é fundamental que se crie um idioma comum por meio de dados integrados e de qualidade. “A coalizão empresarial precisa de um dicionário comum para construir uma proposta de sistema de saúde baseado em valor e são várias as fontes de recursos de dados: atendimentos médicos, farmacêuticos e fornecedores da área de saúde e registro de pacientes”, afirmou.

Conforme o diretor América Latina do IHI, Paulo Borem, as empresas precisam envolver os funcionários para mudanças para um sistema baseado em valor. “Para envolve-los, é necessário ter painel de indicadores em que trabalhadores podem ter acesso a informações para escolher lugar mais adequado para ele receber o atendimento em saúde", disse.

DINÂMICA – Durante a reunião, os participantes participaram de uma dinâmica em que definiram critérios para a tomada de decisão na coalizão empresarial e ação prioritária para todas as empresas desenvolverem em 30 dias para melhorar sua gestão de saúde. Os critérios definidos para escolha de ações foram: efetividade das ações; escalabilidade; simplicidade; satisfação dos usuários; sentido para todos os stakeholders; e ser possível todos fazerem.

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