Diretores da Fiems debatem temas de interesse da indústria durante 7º Enai

Para o presidente da Fiems, Sérgio Longen, o encontro foi muito produtivo e, pela primeira vez, foi concluído com o anúncio de medidas concretas

Durante dois dias, os diretores do Sistema Fiems debateram inúmeros temas de interesse da indústria no 7º Enai (Encontro Nacional da Indústria), realizado pela CNI, na quarta (05/12) e na quinta-feira (06/12), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília (DF).

Para o presidente da Fiems, Sérgio Longen, o encontro foi muito produtivo e pela primeira vez foi concluído com o anúncio de medidas concretas pelo Governo Federal para o fortalecimento do setor em todo o Brasil.

"Na abertura do Enai, a presidente Dilma Rousseff anunciou a prorrogação do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) para 2013. Além disso, ela também lançou o Programa de Investimento em Logística - Portos, que assegura investimentos superiores a R$ 54,2 bilhões até 2017, e assinou a medida provisória que amplia o alcance do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Com isso, quem já concluiu o ensino médio em escolas públicas poderá se matricular gratuitamente em cursos técnicos oferecidos pelo Senai", pontuou Sérgio Longen.

Segundo o diretor Altair da Graça Cruz, o momento é oportuno para a discussão de temas de interesse da indústria. "Passamos por constantes mudanças, mas estamos em busca sempre do crescimento. Dependemos muito de boa infraestrutura para podermos crescer e fazer nosso negócio prosperar", garantiu.

Já o presidente do Sindicer/MS, Natel Henrique Farias de Moraes, as discussões do Enai reforçaram a importância em adquirir mais conhecimento para acompanhar as transformações e as inovações. "Todo e qualquer tipo de inovação deve ser vista com bons olhos pelo empresário, principalmente aquelas oriundas de outros Países. Assim, buscamos nos transformar e evoluir sempre", disse.

Para o presidente do Sindiecol, Edemir Chaim Asseff, o Enai foi uma forma de adquirir novas informações. "Receber dados valiosos é ganhar mais conhecimento para, posteriormente, repassar aos nossos associados em Corumbá", destacou.

O presidente do Simec, Lourival Vieira Costa, disse que o evento rendeu conhecimento e inovação para as lideranças sindicais do Estado. "Vir novamente ao Enai é poder discutir os assuntos mais pertinentes do setor, buscar soluções e entender questões que desconhecemos", ressaltou.

A comitiva do Estado contou ainda com as participações dos presidentes dos sindicatos industriais Marismar Soares Santana (Siaco), Ivo Cescon Scarcelli (Sicadems), Lenise de Arruda Viegas (Sindivesc), Cláudio George Mendonça (Siams), Alfredo Fernandes (Sindicon), José Francisco Veloso Ribeiro (Sindivest), além dos diretores Edis Gomes da Silva, Luiz Cláudio Sabedotti Fornari e Julião Flaves Gaúna.

Palestras

Uma das palestras do 7º Enai tratou dos ambientes econômico, político e institucional brasileiros tornarem possível a realização de uma reforma tributária, que enfrente os principais problemas do complexo sistema nacional, como a guerra fiscal e a cumulatividade.

Também foi debatido sobre como melhorar a gestão governamental das áreas ligadas à infraestrutura para que as grandes obras saiam do papel. Os recursos, sejam públicos ou privados, existem. Basta que haja eficiência no processo de gestão e segurança jurídica para promover os investimentos privados.

Uma das raízes do problema de gestão, segundo os especialistas, é a crônica falta de projetos executivos de obras de infraestrutura. "Então, quando chega um projeto que não é bom, ou ele é barrado e tem de ser refeito ou ele começa a ser feito e depois a obra não termina, como temos muitos casos por aí", afirmou Otávio Azevedo, presidente da construtora Andrade Gutierrez.

Os projetos são, na maioria dos casos, feitos dentro do governo. Sobre o financiamento dos projetos, os debatedores afirmaram que, para atrair investimentos privados, o essencial é ter segurança jurídica. "Hoje temos isso no Brasil, mas não se pode descuidar", afirmou o senador Delcídio Amaral (PT-MS).

Já o painel O futuro da indústria brasileira chegou à conclusão de que a indústria brasileira só conseguirá enfrentar a concorrência e ampliar a participação no mercado internacional se aumentar a produtividade e a capacidade de inovação.

Durante o painel, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, antecipou que o governo está preparando um novo conjunto de medidas de incentivo à inovação. "A indústria brasileira tem condições de criar coisas novas e desenvolver cadeias produtivas de nível global", afirmou.

O diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rafael Lucchesi, lembrou que as empresas brasileiras convivem com custos elevados. Ele lembrou que o preço da mão de obra no Brasil aumentou 226% nos últimos dez anos, ante 11% no México.

"Apesar das medidas do governo para desonerar a produção, os custos continuam sendo um entrave para a competitividade", disse. Lucchesi disse que o país precisa superar problemas antigos como as deficiências na infraestrutura e a complexidade da legislação trabalhista. "O Brasil não fez a lição de casa", destacou.

Ainda durante o Enai, foi debatido que a indústria brasileira pode avançar no mercado internacional se combinar o modo como é vista pelos outros países, como um dos líderes na economia verde, com a mudança estrutural pela qual o modo produtivo passa no mundo, de valorizar mais o conhecimento do que a produção em si.

O editor de inovação da revista britânica The Economist, Paul Markillie, explicou que a indústria mundial vive a era do conhecimento, em que o design, o desenvolvimento, a pesquisa e a inovação valem mais do que a capacidade de produzir. "Não importa onde esteja instalada a fábrica, onde é manufaturado o produto. O maior retorno financeiro e o lucro vão para onde o produto é concebido, para onde estão as patentes", afirmou.

Relacionadas

Leia mais

Fiems promove em Três Lagoas curso sobre como prevenir problemas ambientais
Fiems e Sinduscon vão promover curso sobre como atender a fiscalização do trabalho

Comentários