Cooperação entre CNI e Anvisa dá mais transparência a 1.200 normas que impactam a indústria

Agência Nacional de Vigilância Sanitária revisou e consolidou normas editadas que afetam indústrias das áreas de alimentos, produtos para saúde e medicamentos. Os resultados foram apresentados durante o 1 º Seminário Internacional de Boas Práticas Regulatórias, em Brasília

“Iniciativas como essa são propulsoras para o avanço e a melhoria da qualidade da estrutura regulatória do país” - Mônica Messenberg

Os setores da economia regulados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa ) contarão com regras mais claras para atuarem no mercado brasileiro. Fruto de um acordo de cooperação, firmado há um ano com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o órgão revisou e consolidou 1.200 normas editadas nos últimos 16 anos e que afetam indústrias das áreas de alimentos, produtos para saúde, medicamentos , entre outros. “Iniciativas como essa são propulsoras para o avanço e a melhoria da qualidade da estrutura regulatória do país”, afirmou a diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messenberg.

Os primeiros resultados da cooperação foram apresentados, nesta segunda-feira (7), durante o 1 º Seminário Internacional de Boas Práticas Regulatórias , em Brasília. Nos últimos meses, a Anvisa dividiu as normas que afetam os setores industriais em categorias, como o setor regulado, e consolidou o histórico de atualizações de cada texto. As normas consolidadas estão sendo publicadas no site da agência. “Há um consenso sobre o aperfeiçoamento do ambiente regulatório e a parceria demonstra a importância que a Anvisa dá ao tema”, disse o diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa.

TRANSPARÊNCIA – Segundo a gerente-geral de Regulamentação e Boas Práticas Regulatórias da Anvisa, Erika Mattos da Veiga, as normas revisadas alinham a atuação regulatória às boas práticas internacionais, como as da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Ela avalia que o resultado contribui para dar clareza às regras, tornando-as mais simples e compreensíveis, sobretudo para as micro e pequenas empresas que atuam em setores regulados. “Não é razoável que um pequeno empreendedor tenha de contratar um grande número de advogados para saber o que tem de cumprir”, explicou.

Para o gerente-executivo de Relações com o Poder Executivo, Pablo Cesário, a qualidade da regulação no Brasil tem apresentado avanços, nos últimos anos, criando um ambiente de negócios mais previsível e com maior segurança jurídica. No entanto, afirma, ainda é preciso progresso em temas como a objetividade das normas, para que sejam mais efetivas e para reduzir o espaço para subjetividade na fiscalização. “Muitas vezes nos deparamos com fiscais que não sabem que regra aplicar. Se a regra é muito complexa e há espaço para subjetividade, podem ocorrer distorções competitivas graves”, avalia.

No evento, a CNI e a Anvisa assinaram um protocolo de intenções para dar seguimento ao trabalho de modernização do estoque regulatório da agência.

Relacionadas

Leia mais

Produtividade baixa reduz participação do Brasil na economia mundial
Brasil precisa simplificar sistema tributário para atrair investimentos estrangeiros, diz pesquisador de Harvard
Fortalecimento das agências reguladoras é fundamental para ampliar investimentos privados no país

Comentários