O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) , Robson Braga de Andrade, disse nessa terça-feira (20), em Paris, que a indústria brasileira quer rapidez na conclusão das negociações do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Os empresários brasileiros temem que uma movimentação protecionista da agricultura francesa emperre as negociações do bloco e decidiram buscar aliados na indústria francesa. Atualmente, a França é uma grande beneficiária dos subsídios agrícolas europeus. “Estamos preparados para discutir transferência de tecnologia e inovação, mas uma ampliação da relação bilateral depende do acordo de livre comércio”, disse Andrade.
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O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, afirmou que o Brasil concluiu a proposta há sete meses e trabalha nos últimos detalhes para poder trocar ofertas com o Mercosul. “Nossa oferta está pronta desde outubro de 2013. Da parte do Mercosul, estamos na consolidação da parte final. Esperamos que a União Europeia esteja pronta para trocar ofertas o mais rapidamente possível”, disse Borges.
O presidente da CNI lidera a missão empresarial com nove presidentes de Federações Estaduais de Indústrias e mais de 70 empresários brasileiros para o Fórum Econômico Brasil-França. Andrade entende que a rápida conclusão do acordo é decisiva para a melhoria nas relações comerciais entre os dois países. A indústria brasileira acredita que ambos seriam beneficiados com o acordo pela ampliação de seus mercados, com isenção de tarifas e redução de barreiras técnicas, sanitárias e fitossanitárias.
Além disso, a indústria brasileira tem grande interesse em diversificar a pauta de exportações para a França. O Brasil tem déficit comercial de US$ 3 bilhões com os franceses e uma pauta concentrada em produtos básicos. Em 2013, os manufaturados correspondiam a apenas 25% das vendas brasileiras para o país. No entanto, 98% das importações brasileiras da França são de produtos acabados.
ENERGIA – No setor de energia, Andrade lembra que em 2021, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o consumo de energia no Brasil será 50% superior ao de 2012. Para isso, serão necessários R$ 1 trilhão em investimentos em petróleo e gás, na geração de energia elétrica e em biocombustível. As expectativas de produção do pré-sal, a movimentação da cadeia do petróleo e gás, a retomada dos leilões dos blocos de petróleo e gás natural formam um cenário favorável para investimentos no setor energético.