Indústria brasileira apoia retomada de acordos bilaterais com o México

Crescimento das importações brasileiras desde 2006 favoreceu ampliação do acordo bilateral

A decisão do governo mexicano em retomar o diálogo com o Brasil, para ampliar o acordo bilateral, foi recebido com entusiasmo pela indústria brasileira. A corrente de comércio entre os dois países passou de US$ 5,7 bilhões em 2006 para US$ 10 bilhões no ano passado. No entanto, esse dinamismo se deve, em grande parte, ao crescimento das importações brasileiras. No período, as compras nacionais do México passaram de US$ 1,3 bilhão para US$ 6 bilhões.

Desde 2006, o Brasil tenta aprofundar as preferências tarifárias do Acordo de Complementação Econômica 53. Estudos mostram que os produtos que são importantes na pauta de exportação, em que o país possui competitividade, não são beneficiados pelas preferências em vigor. Mercadorias industriais relevantes ainda enfrentam tarifas iguais ou superiores a 10%.

O Brasil chegou a propor, em maio de 2008, uma maior abertura entre os dois países de forma automática e linear, respeitando, naturalmente, as sensibilidades dos dois mercados. A proposta brasileira previa a desgravação de todos os produtos em um prazo de até dez anos e a adoção dos níveis de preferências já negociadas entre os países, com uma preferência mínima de 30% no primeiro ano. O lado mexicano resistiu.

No momento em que os interesses parecem convergir, a indústria brasileira avalia ser fundamental unir esforços para dinamizar as relações econômicas. O Brasil tem perdido um precioso espaço no mercado mexicano, onde as manufaturas brasileiras são competitivas. Em 2012, por exemplo, dos R$ 4 bilhões exportados, R$ 3,3 bilhões foram de produtos manufaturados. O déficit comercial para o Brasil é de US$ 2 bilhões.

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