A Confederação Nacional da Indústria (CNI) acompanha as negociações de acordos internacionais que podem beneficiar o setor produtivo brasileiro, como as tratativas Brasil-México, Brasil-Argentina e União Europeia-Mercosul.
Brasil e México retomaram, este ano, as negociações paralisadas no ano passado. O objetivo é ampliar a lista de produtos isentos de tarifas no comércio entre os dois países e facilitar e dinamizar o intercâmbio de mercadorias, principalmente do setor automotivo. Estudos da CNI indicam que, com um acordo, as vendas industriais brasileiras para o México poderiam aumentar em 40%. Parcerias dessa natureza ajudam o Brasil em sua recuperação econômica e, para o México, podem reduzir a dependência dos Estados Unidos.
Para a gerente-executiva de Negócios Internacionais da CNI, Soraya Rosar, o cenário é favorável ao Brasil. “O presidente Donald Trump anunciou que vai rever o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), levando o México a buscar alternativas. Uma ótima oportunidade para o Brasil”, avalia.
Jà as negociações União Europeia- -Mercosul se arrastam há 20 anos. Houve um avanço recente, com uma reunião entre negociadores dos dois blocos em Buenos Aires (Argentina), em maio.
A expectativa dos países que integram o Mercosul é que haja um entendimento sobre isso ainda em 2017, ao menos no que diz respeito ao marco político do eventual tratado. “O Mercosul tem pressionado para que o acordo politico ocorra até o final do ano. O prazo final é outubro”, enfatiza Soraya.
Quanto ao acordo Brasil-Argentina, empresários da CNI e da União Industrial Argentina (UIA) decidiram criar o Conselho Empresarial Brasil-Argentina(Cembrar) no segundo semestre de 2016. O objetivo é identificar oportunidades de negócios e políticas comuns que os governos possam adotar, para fomentar a cooperação, tanto no setor público quanto no privado. Nos cinco primeiros meses de 2017, as vendas para a Argentina cresceram 26,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em junho, foi realizada a primeira reunião da seção brasileira do Cembrar, que conta com a participação de 58 empresas e associações setoriais, num esforço de melhorar o ambiente de negócios entre as duas maiores economias do Mercosul.
“O Cembrar vai atuar na busca da redução de barreiras. Alguns setores, como têxtil, químico, alumínio, proteína animal e produtos alimentícios já reportaram barreiras que incluem regulamentos técnicos, questões sanitárias e rotulagem”, destaca a gerente de Política Comercial da CNI, Constanza Negri.