Em busca de novas oportunidades, empresários brasileiros incentivam Coreia do Sul a misturar etanol na gasolina

Proposta foi uma das oportunidades de parceria e investimentos mapeadas no V Encontro do Comitê de Cooperação Econômica Brasil-Coreia, realizado em São Paulo (SP)

"O momento é oportuno para a parceria entre Brasil e Coreia do Sul" – José Fernandes

Nesta quarta-feira (9), o setor sucroalcooleiro propôs a empresários sul-coreanos que o país asiático adote a prática de misturar etanol na gasolina. A proposta foi uma das oportunidades de parceria e investimentos mapeadas no V Encontro do Comitê de Cooperação Econômica Brasil-Coreia, realizado em São Paulo (SP) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com a FKI, a congênere coreana.

O representante da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Alfred Szwarcs, defendeu tanto o caráter econômico da medida, que em tese barateia o uso do combustível, quando o socioambiental. “A frota de carros modelo flex no Brasil, somada à mistura de 25% de etanol na gasolina, economiza por ano (em emissão de gases do efeito estufa) a mesma quantidade que a Suécia emite em cinco anos”, salientou.

Representantes empresariais coreanos, principalmente da Hyundai Motors, informaram que é possível, do ponto de vista técnico, adotar a medida. Mas salientaram que é uma questão de decisão política do governo. “Nós produzimos motores flex no Brasil que equipam a família do HB20. E nossos outros motores utilizam gasolina com mistura a 25%. Então, possibilidade técnica existe”, salientou Jin Eui-Hwan, diretor-executivo da Hyundai Motors.

INVESTIMENTOS - Doh Sang-Moo, vice-presidente sênior da Daewoo International, que tem participação na companhia Pecem, no Ceará, disse que há possibilidades de novos investimentos no país. “O Brasil tem a segunda maior reserva de minério de ferro do mundo, boa parte concentrada em Minas Gerais, o que favorece a logística do negócio. É um bom lugar para investir”, afirmou. Ele ressaltou ainda que está satisfeito com o investimento na siderúrgica de Pecem, onde a Daewoo detém 20% das ações, em parceria com a Vale (50%) e com a Dongkuk (30%).

O diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Fernandes, comentou que o momento macroeconômico e político é oportuno para a parceria dos dois países. Fernandes pontuou que o cenário se torna favorável diante das dificuldades econômicas da Europa e dos Estados Unidos, das negociações internacionais frustradas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) e do crescimento, ainda que modesto atualmente, o mercado interno brasileiro.

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