Brasil e Argentina são parceiros econômicos estratégicos e é preciso adotar um conjunto de medidas que contribuam para estimular suas indústrias e ampliar o intercâmbio entre os dois países. Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, é imprescindível que os governos evoluam em agendas como as de facilitação de comércio, de redução da burocracia e de comércio exterior, por exemplo, pelo avanço na formalização do Acordo Mercosul-União Europeia.
“Com políticas adequadas e iniciativas conjuntas eficazes, teremos integração econômica e regional mais consistente e estável, que estimule o crescimento duradouro e sustentável dos nossos países. Brasil e Argentina precisam estimular ainda mais as suas indústrias e aprofundar as relações bilaterais e a integração regional no Mercosul”, disse Andrade, que participou do encontro entre empresários com os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Alberto Fernández, nesta segunda-feira (23), em Buenos Aires.
No encontro, a CNI e sua contraparte argentina, a União Industrial Argentina (UIA), entregaram a Lula e Fernández uma declaração conjunta contendo uma agenda comum das representações empresariais para dinamizar as relações bilaterais e fortalecer o Mercosul. Ao todo, são sete ações em áreas que incluem estabilidade macroeconômica, integração produtiva, comércio, transformação digital, infraestrutura e sustentabilidade.
Entre essas medidas, o presidente da CNI avalia como indispensáveis a eliminação de barreiras comerciais e convergência regulatória para aumentar o fluxo de mercadorias e investimentos; a conclusão do protocolo de facilitação de comércio; a negociação de acordos comerciais com mercados estratégicos para a indústria, com destaque para a celebração formal do Acordo Mercosul-União Europeia; e a revitalização da Comissão de Produção e Comércio Brasil-Argentina.
“Ações nessa direção são imprescindíveis para os dois países aproveitarem as oportunidades criadas pelos rearranjos das cadeias globais de valor e pelas novas tendências produtivas. As exportações e os investimentos do setor são fundamentais para expandir a capacidade produtiva, gerar inovações, criar empregos de melhor qualidade e estimular o crescimento econômico”, afirmou Robson Andrade.
O presidente da CNI lembrou que, nos últimos anos, no entanto, as relações entre os dois países têm estado aquém de seu potencial, com ambos perdendo relevância no comércio mundial de bens industriais e no mercado global como um todo. “Isso é resultado de vários fatores, alguns de dimensão interna, como os problemas econômicos que reduzem a competitividade das nossas empresas”, disse.