Acordo Mercosul-UE é prioridade para mais de 75% da indústria, aponta CNI

Consulta mostra necessidade de fortalecer a agenda econômica do bloco e aponta as necessidades na relação com outros países e blocos econômicos

Bandeira do Mercosul com céu atrás
Aacordo Mercosul-Canadá foi apontado como prioridade pela maioria dos respondentes, indicado por 59% das entidades e por 51% das empresas.

O Mercosul é fundamental para a integração regional e internacional do Brasil. Consulta da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com associações empresariais de indústria e empresas brasileiras mostra que o setor privado brasileiro tem agenda para fortalecer e ampliar o bloco: 78% das entidades setoriais e 76% das empresas avaliam que, na agenda externa, a prioridade deve ser a conclusão do Acordo Mercosul-União Europeia. Foram ouvidas 104 entidades e 222 empresas brasileiras exportadoras.

De acordo com a gerente de Comércio e Integração Comercial da CNI, Constanza Negri, a consulta aponta para a necessidade de se fortalecer a agenda econômica e comercial entre os quatro países do bloco e avançar no relacionamento externo com parceiros estratégicos.


“O Mercosul tem um papel estratégico na política comercial do Brasil e para o desenvolvimento econômico da região, tanto pelo potencial que temos de ampliar nosso comércio exterior quanto para a geração de empregos, renda e produção na economia brasileira e nas economias vizinhas”, explica Constanza Negri.


Além do acordo com a União Europeia, o acordo Mercosul-Canadá foi apontado como prioridade pela maioria dos respondentes, indicado por 59% das entidades e por 51% das empresas.

Fortalecer o comércio de bens e a facilitação de comércio para melhorar agenda interna

Para 89% das associações de indústria e 63% das empresas consultadas, o comércio de bens deve ser priorizado pelos quatro países do Mercosul. Além disso, 69% das instituições e 61% das indústrias avaliam que medidas de facilitação de comércio devem ser adotadas para aprofundar e modernizar a agenda interna do Mercosul.

Entre cinco atos internacionais do Mercosul relacionados à agenda econômica e comercial interna que ainda não foram internalizados, o Acordo sobre Facilitação de Comércio do Mercosul foi indicado por 81% das entidades consultadas, maioria expressiva na comparação com as demais normativas. Já das empresas, 69% indicaram o acordo neste tópico.

Mecanismos de diálogo do Mercosul precisam ser fortalecidos

Quando questionadas sobre os mecanismos de diálogo do Mercosul, apenas 9% das entidades e 2% das empresas concordam totalmente que os atuais mecanismos institucionais de diálogo do Mercosul permitem uma participação ativa do setor privado.

Comércio com o Mercosul tem importante impacto na economia brasileira

O Mercosul é o terceiro principal parceiro comercial do país. As exportações têm grande participação da indústria de transformação, especialmente de bens de consumo duráveis de bens de capital. Em 2022, o bloco foi o principal destino das exportações brasileiras desses produtos.

Tendo em vista a alta participação de bens de maior valor agregado na pauta exportadora, as vendas externas do Brasil para o Mercosul promovem um importante impacto na economia brasileira. De acordo com dados da CNI, em 2022, cada R$ 1 bilhão exportado para o Mercosul rendeu 24 mil empregos, R$ 550,8 milhões em massa salarial e R$ 3,7 bilhões em produção.

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