O acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia tem grande impacto para a economia brasileira e para a indústria em particular, pois a UE é o principal investidor estrangeiro no país e o primeiro parceiro comercial em bens e serviços. Essa é a avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que tem respaldo de diversos setores industriais.
O setor produtivo brasileiro espera que os governos dos dois blocos – pelo lado do Brasil o Itamaraty e o Ministério de Indústria, Comércio Exterior e Serviços – concluam até dezembro deste ano um acordo que seja equilibrado e que permita ampliar o acesso ao mercado da União Europeia para produtos estratégicos da economia brasileira. Estudo da CNI mostra que o Brasil pode ampliar as exportações em 1.001 produtos. Deste total, 67,7% paga alguma tarifa.
Há também grande expectativa da indústria na redução de barreiras não-tarifárias ao comércio. Atualmente, a União Europeia é o parceiro comercial com o qual o Brasil mais tem contestações na Organização Mundial do Comércio, seja em barreiras técnicas ou em medidas sanitárias e fitossanitárias. Veja o que dizem importantes dirigentes de associais industriais:
Presidente da Associação Brasileira da Indústria Eletro-Eletrônica (ABINEE), Humberto Barbato:
“Em um momento em que temos quase 14 milhões de desempregados, qualquer tipo de acordo comercial, principalmente com um grande bloco econômico como a União Europeia, é muito importante”.
Presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM), Fernando Figueiredo:
“Inserir o Brasil no processo de abertura internacional e nas cadeias globais de valor é absolutamente imprescindível para a indústria brasileira. O setor industrial brasileiro só tem a ganhar com este acordo Mercosul-União Europeia”
Presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), Fernando Pimentel:
“O acordo Mercosul-União Europeia é extremamente importante. Ele está sendo negociado há quase 20 anos. E a ABIT tem participado das negociações em todas as suas etapas. O Brasil ficou tempo demais apartado do mundo”
Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra:
“Para um país como o nosso, que está isolado no comércio mundial, qualquer acordo é muito importante. Mas o acordo com a União Europeia é importantíssimo por serem 27 mercados que se abrem a um só tempo"
Presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (SINDIPEÇAS), Dan Ioschpe:
"O Sindipeças se posicionou a favor do acordo de livre comércio entre Mercosul e a União Europeia, dentro de determinadas condições que já foram passadas para o governo há bastante tempo”
Presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Elizabeth Farina:
“O acordo Mercosul–União Europeia é extremamente importante para o país. Estamos falando de um mercado de 500 milhões de consumidores, com renda de US$ 32 mil. O Brasil não tem acordo com nenhum mercado desta magnitude”.