Pessoas com Deficiência são acolhidas no Sistema Fibra

Tanto no ensino educacional, quanto na área esportiva, o Sesi-DF trabalha a inclusão de alunos com deficiência física e mental

Eu amo esse lugar”, essa foi a frase utilizada por Murilo Paiva (23) ao se referir ao Senai Taguatinga. O jovem fez o curso de Operador de Microcomputador na unidade, qualificação na qual pôde aprender a utilizar todo Sistema Operacional do Windows, expandindo sua visão em relação ao mundo, com a utilização da internet, e as possibilidades profissionais advindas deste conhecimento. Essa seria uma história comum, se Murilo não tivesse que enfrentar todas as limitações intelectuais e de aprendizado relativas à trissomia 21, mais conhecida como a Síndrome de Down.

Durante os ensinos Fundamental e Médio, Murilo conviveu com a falta de preparo das escolas para receber alunos especiais. Isso fez com que o jovem sofresse com a dificuldade de fazer amizades e de ser incluído nas atividades em grupo. Sua mãe, Diva de Paiva, conta que trocou o jovem de escola. Mas a situação só piorou. Ele entrou em depressão e não queria mais pisar em salas de aula. “Foi aí que o médico dele me orientou a procurar o Senai, pois lá havia ações de inclusão”, conta dona Diva.

Aquele médico se referia ao Programa Senai de Ações Inclusivas (Psai). O objetivo desta iniciativa é contribuir com a inclusão de Pessoas com Deficiência (PcD), etnia e idosos nos cursos de educação profissional. O respeito à diversidade e a promoção da equidade de oportunidades entre todas as pessoas no processo de desenvolvimento laboral são norteadores do Psai. Desta forma, os alunos especiais são inseridos em turmas regulares, utilizando recursos de acessibilidade, equipamentos, softwares, além de recursos pedagógicos e ambientes físicos adequados.

“Eu não queria mais estudar. Fiz teimosia com minha mãe. Mas, no Senai, encontrei professores muito legais, que me ajudaram muito. Agora, quero retornar ao Senai para fazer o curso de Design. Adoro desenhar”, finalizou Murilo.

Mas Murilo não é a única inspiração que o Senai-DF tem entre seus alunos. Paulo Ramos (27) é deficiente físico, auditivo e visual. Apesar das inúmeras dificuldades, o aluno de Tecnologia da Informação da unidade de Taguatinga é tido, na escola, como exemplo de superação e resiliência.

 Com dificuldade de comunicação, Paulo desenvolveu três formas de entender as pessoas. A primeira delas, utilizada com mais frequência pela mãe, é escrever com os dedos sob o corpo do aluno, em letras de forma. Com o toque, ele lê o que o “emissor” quer dizer. O rapaz também se especializou em libras. Mas, como não enxerga, usa o próprio tato para “ler” os sinais que a outra pessoa faz.

A terceira e última forma de comunicação só é possível a partir de um equipamento popularmente conhecido como Display em Braile. Conectado a um teclado, a ferramenta transforma o que é digitado na linguagem braile. Ter o display era um sonho de Paulo, já que custa cerca de R$ 25 mil. Foi realizada, então, uma ação solidária pelos empregados do Sistema Fibra, além da colaboração de empresas parceiras na arrecadação da verba.

Assim, o que era utopia, virou realidade. “Meu Precioso”, denominou o rapaz, falando de seu display. Ele faz analogia à trilogia Senhor do Anéis, no qual o cobiçado anel mágico é chamado de “Precious”. Paulo perdeu a audição há cerca de 5 anos, no entanto, não comprometeu sua fala. Ele consegue falar e ser compreendido normalmente.

Mesmo tendo terminado seu curso no Senai, Paulo continua a frequentar a unidade, e recebe treinamento diário e mais aprofundado na área de TI. A perspectiva da Instituição é que ele represente o DF na Olimpíada do Conhecimento 2018, em função do excelente desenvolvimentodo aluno.

Olimpíada do Conhecimento

A Olimpíada do Conhecimento, maior competição de educação profissional das Américas, também é motivo de inclusão e superação entre alunos. Marcos Silva, também deficiente visual, faz o curso Operador de Microcomputador em uma turma regular, com outros alunos que não apresentam deficiência. Em sala de aula, ele realiza as atividades em um computador adaptado com software para leitor de tela. "Eu uso teclas de atalho e o programa lê para mim as pastas ou arquivos que eu estou abrindo. Assim, consigo navegar na internet, baixar música e escrever um texto", completa o aluno.

Neste ano, é Marcos quem será o representante do Senai-DF, na ocupação de Tecnologia da Informação para cegos, na Olímpiada do Conhecimento, realizada em Brasília, no mês de novembro. A prova será dividida em três módulos: Excel, World e Power Point, em que ele tem 12 horas (4 horas para cada módulo), para realizar as atividades descritas, que serão entregues no momento da prova.

Mercado de Trabalho

Os jogos Paraolímpicos são uma prova de que as limitações, física e intelectual, não impedem as Pessoas com Deficiência (PcD) de realizar atividades de alto grau de complexidade e ser atletas renomados. Considerado o maior evento esportivo mundial envolvendo pessoas com deficiência, a Paraolimpíada inclui atletas com deficiências físicas (de mobilidade, amputações e cegueira), além de deficientes mentais. O Rio de Janeiro (RJ) foi palco desse espetáculo de superação, encerrado no dia 18/9, em cerimônia ocorrida no Maracanã.

Mas não só no esporte as Pessoas com Deficiência (PcD) têm espaço garantido como forma de inclusão e igualdade. A Lei de Cotas nº 8.213/91, criada para a inserção de pessoas com deficiência no mercado formal de trabalho, garante a contratação deste público pelas empresas em todo o País. Uma empresa com até 200 funcionários deve cumprir cota de 2% das vagas para pessoas com deficiência. Quanto maior a quantidade de funcionários, maior será a porcentagem de vagas garantidas.

Porém, devido às dificuldades, nem sempre as PcD`s possuem qualificação profissional para ocupar as oportunidades com os conhecimentos exigidos.

De acordo com a interlocutora do Programa no Senai-DF, Ana Luzia Brito, o mercado de trabalho busca profissionais de qualidade e capacitados. Apesar da deficiência, as empresas esperam rendimento eficiente para agregar ao desenvolvimento e qualidade de sua produção e serviço.  “Se o mercado de trabalho está altamente competitivo, não poderá ser diferente para as pessoas com deficiência, que buscam na formação profissional a oportunidade de emprego, mas com produtividade e responsabilidade”.

O Sesi e a inclusão

Além do Senai, o Serviço Social da Industria (Sesi) também segue à risca a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira - legislação que regulamenta o sistema educacional (público ou privado) do Brasil, da educação básica ao ensino superior. Tanto no ensino educacional, quanto na área esportiva, o Sesi-DF trabalha a inclusão de alunos com deficiência física e mental. Nas aulas de Educação Física, os estudantes são inseridos nas modalidades e atuam de acordo com o comprometimento motor ou mental, juntos aos demais alunos. O Sesi busca trabalhar a inclusão social, a autoestima e a socialização dos estudantes.

Conheça nossas unidades!

Taguatinga – Área Especial nº2 Setor “C” Norte. Tel.: 3353-8715
Sobradinho – Quadra 13 Área Especial nº03 Lotes A/F. Tel.: 3487-8600
Gama – Área Especial Entrequadras 2 e 8 Setor Sul. Tel.: 3966-9306

Relacionadas

Leia mais

5 cursos do SENAI que podem turbinar a sua carreira
Cursos do SENAI Escolas têm inscrições abertas em 25 estados e no Distrito Federal
Cursos do SENAI estimulam o empreendedorismo, mostra Pequenas Empresas & Grandes Negócios

Comentários