A piscina do Serviço Social da Indústria (SESI) de Alagoas foi um lugar de transformação na vida de Plínio Hugo, de 15 anos. Antes de começar as aulas de natação, ele não sabia andar. O esporte foi um divisor de águas na vida dele. Tanto que o adolescente foi representar a Escola SESI/SENAI do Benedito Bentes nas Paralimpíadas Escolares 2019. Voltou para Maceió com três medalhas de bronze no peito. “Pude fazer novas amizades e representar o meu colégio, o meu estado. Competi pela primeira vez e consegui trazer três medalhas”, relembra Plínio.
Conquistas que enchem a mãe, Maria Quitéria, de orgulho. “Fazíamos tratamento de fisioterapia, mas ele só veio aprender a andar mesmo quando começou a treinar no SESI. Esse estímulo, além das medalhas, serve para que ele se empolgue em participar mais das coisas, das ações do colégio. Fico muito feliz pelo meu filho”, diz ela, que agradeceu a oportunidade do filho no SESI.
Outro aluno de Alagoas, desta vez do SESI Cambona, também subiu ao podium da natação nas Paralimpíadas. João Eduardo Mota foi prata quatro vezes. “Foi a melhor experiência que tive na vida!”, comemora ele.
“Foi uma emoção indescritível. Só um cara que tem um filho competindo sabe o que eu senti na hora, o que os pais e a família toda sentem. Pelo que eles passam, é tudo superação”, define Enoque Mota, pai de João Eduardo.
Esta foi a primeira vez que os jovens participaram de uma competição nacional. Eles fazem para do Projeto SESI Pessoas com Deficiência (PSPCD).
Os dois são treinados pelo professor Pablo Lucini, que diz que os jovens têm horários muito puxados. “Em nenhum momento eles reclamaram ou disseram que estavam cansados... Esse é o perfil de atleta, de querer chegar, com muita força de vontade, num resultado como esse das Paralímpiadas Escolares”, avalia o professor.
Além da natação, Plínio Hugo e João Eduardo fazem parte da equipe do basquete em cadeira de rodas do SESI.
DATA INTERNACIONAL - 3 de dezembro é o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em outubro de 1992, para lembrar da importância de garantir igualdade de oportunidades a todas as pessoas.
Esta também é uma preocupação do Sistema Indústria, em todo o Brasil, que tem diversas iniciativas para garantir formação profissional e inclusão a pessoas com deficiência.
O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) tem técnicos responsáveis por cuidar da inclusão de pessoas com deficiência em todos os estados brasileiros. "Tudo é criado para garantir a acessibilidade de todos os tipos. Queremos garantir que todos os alunos possam ser atendidos", diz a Gestora Nacional do Programa SENAI de Ações Inclusivas (PSAI), Adriana Barufaldi.
Além da adaptação das escolas e das aulas, em 2019 o SENAI deu mais um passo em busca de integrar os estudantes surdos: criou o aplicativo SENAI Libras, o primeiro glossário de termos técnicos para a Língua Brasileira de Sinais.
MODA PARA TODOS - Tem educação inclusiva e moda também. No Prêmio Brasil Moda Inclusiva, alunos do SENAI de Santa Catarina conquistaram os primeiros lugares, desenvolvendo roupas para pessoas com diferentes tipos de deficiência.
Milaine Iatzackt, estudante do curso técnico em vestuário em Brusque, criou combinações esportivas para cegos ou pessoas com baixa visão, inspiradas nas aves em extinção. Ela desenvolveu looks feminino adulto, masculino adulto e infantil, além de roupa especial para um para o cão-guia, todos com tecido impermeável. “Criei roupas híbridas, que podem vestir no lado direito ou avesso, frente ou costas. A gente se familiarizou com as dificuldades relatadas pelas pessoas com deficiência para, então, estabelecer quais aspectos trabalhar. Usamos botões de pressão e criamos peças com mais de uma utilidade, como é o caso da jaqueta que, ao ser dobrada e amarrada, se transforma em bolsa”, conta Milaine, que ficou em quinto lugar da competição.
Letycia Dias, da equipe vencedora, contou que foram seis meses trabalhando no projeto. “Nós encaramos como um grande desafio porque nunca tínhamos feito nada de modelagem para esse público. Foi uma experiência muito legal e mergulhamos de cabeça nesse projeto”, relatou a estudante do SENAI de Guaramirim. A equipe, composta também por Laryssa Dias, Carolyne Bucci e Poliany Rech, desenvolveu peças para crianças com síndrome de Down.
PORTAL DA INCLUSÃO - Também em Santa Catarina, outra iniciativa para facilitar a vida das pessoas com deficiência que buscam empregos. É o Portal Inclusão SESI/SC , que conecta quem procura trabalho a empresas que querem contratar.
De acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, a ferramenta é inovadora e aproxima esses profissionais do mercado de trabalho. “A inclusão de pessoas com deficiência na indústria é um processo em construção. O setor vem compreendendo a importância da diversidade em seus quadros, por isso, oferece oportunidades para essas pessoas e cria condições para que elas realizem um bom trabalho”, destacou ele.
No portal, além das oportunidades de emprego, há informações sobre eventos, serviços e cursos. Pessoas com deficiência podem cadastrar os currículos por conta própria ou com a ajuda da família ou de alguma instituição a qual sejam ligadas, e visualizar oportunidades de emprego. Já as empresas podem divulgar vagas e ter acesso a estes currículos.
No Paraná, o SESI também conta com iniciativas para apoiar as pessoas com deficiência que buscam emprego e empresas para empresas que precisam fazer as adequações necessárias com base na norma técnica NBR 9050, que trata da acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Na página SESI Indústria Acessível estão informações importantes.
Além da página, o SESI/PR desenvolveu um aplicativo de celular que realiza o mapeamento do espaço e sincroniza com uma plataforma web. A principal vantagem do recurso é a agilidade. Uma comparação com a maneira convencional de se fazer a avaliação, com anotações, demonstrou que o aplicativo reduz em 50% o tempo de entrega do diagnóstico.
Conheça o aplicativo:
SAIBA MAIS - Procure o SESI e o SENAI do seu estado para conhecer mais iniciativas para pessoas com deficiência.