Final do vôlei de praia promete humor e superação

A atração não estava dentro de quadra e sim na torcida. A coordenadora de esportes da empresa piauiense Coave, dona Lenildes, ganhou a simpatia de todos com sua mascote: um galo de borracha

Pode-se afirmar que as contusões definiram o rumo das duas primeiras partidas semifinais das categorias masculino e feminino do vôlei de praia, na manhã desta sexta-feira (12), no SESI Ananindeua, em Belém. Na partida entre Têxtil Lira (SC) e Melhoramentos (SP), entre os homens, chamava a atenção o fato de que o time catarinense não contava com o jogador reserva Adriano, que lesionou a panturrilha durante a disputa do dia anterior. Assim, sem poder promover um revezamento, o calor e o cansaço contribuíram negativamente para a queda diante dos paulistas. 

Mesmo com esse desfalque, o jogo foi bastante equilibrado. No primeiro set, vários ralis prenderam a atenção da torcida, que explodia em aplausos e gritos de incentivo. O placar fechou em um apertado 19 a 16 para os paulistas. No set seguinte, uma reação daquelas de tirar o fôlego. O pessoal do Têxtil Lira não deu chance ao adversário e aplicou um 18 a 12 em um curto espaço de tempo. Mas, no desempate, a parte física pesou e a equipe da Melhoramentos não se fez de rogada: 15 a 12 e vaga garantida na final. “Fez falta um jogador a menos, ainda mais que a gente veio do Sul, saímos de uma temperatura de 16 graus para esse calor. Fora que estamos acostumados a jogar em uma areia mais fofa. Com isso, a cada dia o cansaço aumenta e fica complicado”, disse Daniel, do Têxtil Lira, que agora irá lutar pelo terceiro lugar. 

Se do lado masculino a contusão foi determinante para a derrota, entre as mulheres ela foi superada com muita coragem. Em quadra estavam as equipes Inace (CE) e Pet Vida (PE). As cearenses venceram sem susto o primeiro set por 18 a 14 e encaminhavam uma vitória ainda mais fácil no segundo set quando a preocupação tomou conta de todos. A jogadora Micherlene machucou a mão durante um bloqueio e teve de ser substituída. O placar estava 14 a 7 para o Inace, que após a parada, viu as pernambucanas igualarem o jogo em 16 a 16. 

Do lado de fora, Micherlene era atendida e botava gelo no local. Seu dedo estava muito inchado. “O dedo deslocou, parece um ‘L’”, explicou ela à beira da quadra. Mas, mesmo assim, ela não titubeou ao ouvir do técnico se dava para “enrolar o dedo” e voltar. Errou um saque e cortou uma bola para fora, mas a sua simples presença contagiou o restante das meninas da equipe, que conseguiu botar a cabeça no lugar e fechou a partida em 20 a 18. 

Para Micherlene, prevaleceu mesmo é o entrosamento de um time que joga junto há sete anos. “A dona da empresa (Flávia Barros), que joga com a gente, inclusive, é uma das grandes incentivadoras do esporte e temos uma ótima estrutura por lá. Tem academia, campo de futebol society, quadra de vôlei dentro da empresa, vestiário, salão de jogos, com sinuca, ping pong...”, conta. Sobre se terá condições de disputar a decisão, ela nem pensa no contrário. “Já botei até o ombro no lugar, desloquei e disse ‘vamos jogar, vamos jogar enquanto ainda tá quente’. Então um dedo não é nada”, completou ela entre risos. Lembrando que as adversárias serão as mineiras da Artrel, que bateram as catarinenses das Conexões Tupy por 2 sets a 0, parciais de 18 a 12 e 18 a 8. 

ARMA SECRETA - Já os adversários do Melhoramento (SP) na final deste sábado vai ser o Coave, de Teresina (PI), que venceu o Caer, de Roraima, por 2 sets a 0. Mas a grande atração não estava dentro de quadra e sim na torcida. A coordenadora de esportes da empresa piauiense, dona Lenildes, ganhou a simpatia de todos com sua mascote, que provou ser a arma secreta do Coave: um galo de borracha que emitia sons agudos e repetitivos ao ser constantemente apertado. Aos poucos, todos na quadra voltavam os olhos para dona Lenildes, que estava incansável na tentativa de desestabilizar os atletas roraimenses. 

“Já são sete anos de sorte que esse galinho aqui traz pro nosso time, ele é do coração”, dizia ela para quem quisesse ouvir. “Olha lá, eles vão sacar, vai galinho, vão errar, vão errar”, cornetava enquanto apertava para valer a barriga do galo. “Nunca falha, eles se desesperam”. E nessa toada, até os jogadores da Melhoramentos, que estavam sentados nas cadeiras observando o jogo, se mostravam preocupados com o dia seguinte: “Ei, tia, amanhã a senhora não vai trazer esse galo não, hein”, dizia William, enquanto outros dois atletas paulistas batiam fotos de dona Lenildes com sua mascote. A decisão promete. 

OS JOGOS - Mais de 1.200 atletas de 200 empresas de todo o país participam da 10ª edição dos Jogos Nacionais do SESI, em Belém. As provas, em dez modalidades, começaram na quarta-feira (10) e seguem até domingo no SESI Almirante Barroso, SESI Ananindeua e no Estádio Olímpico do Pará. Acompanhe todas as notícias sobre os Jogos Nacionais do SESI na página da competiçãoAcesse as fotos no Flickr

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