O que é o Sistema S?
Conhecidos em grupo como Sistema S, os serviços sociais autônomos são um conjunto de organizações das entidades representantes da indústria, da agricultura, do comércio e do transporte voltadas para a educação, assistência social, consultoria, pesquisa e assistência técnica.
Fazem parte do Sistema S: Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI); Serviço Social da Indústria (SESI); Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio (Senac); Serviço Social do Comércio (Sesc); Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar); Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop); e Serviço Social de Transporte (Sest), Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat); e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Juntas essas instituições contribuem há 80 anos, de forma efetiva e permanente, com a inserção de jovens e trabalhadores brasileiros no mercado de trabalho, sobretudo os de classes menos favorecidas e têm um compromisso com a construção de um Brasil mais próspero, desenvolvido e com oportunidades para todos.
Temas em destaque: Engenharia, Economia, Educação Executiva, Seguranção e Saúde do Trabalhador, Novo Ensino Médio, Privatização
O Sistema S se mantém com contribuições compulsórias das empresas, calculadas sobre a folha de pagamento. Ao contrário dos impostos, a contribuição é recolhida apenas de determinadas categorias profissionais e empresas, e tem de ser destinada a propósitos específicos, como previsto nos Artigos 145, 149 e 195 da Constituição Federal. A contribuição é um investimento, pois é revertida na prestação de serviços essenciais às empresas.
Instituição |
Alíquota |
Senai |
1,0% |
SESI |
1,5% |
SENAC |
1,0% |
SESC |
1,5% |
SEBRAE |
variável no intervalo de 0,3% a 0,6% |
SENAR |
variável no intervalo de 0,2% a 2,5% |
SEST |
1,5% |
SENAT |
1,0% |
SESCOOP |
2,5% |
O que é o Sistema Indústria?
O Sistema Indústria é uma rede nacional de caráter privado, que atua em diversas frentes de apoio ao setor industrial brasileiro. Integram essa rede a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Serviço Social da Indústria (SESI), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), as Federações Estaduais da Industria dos 26 Estados e do Distrito Federal, além de 1.280 Sindicatos Patronais Industriais.
A estrutura foi criada para atender as necessidades específicas e auxiliar no desenvolvimento da indústria brasileira, que emprega 9,7 milhões de trabalhadores e tem 20,4% de participação no emprego formal no Brasil. O SESI e o SENAI se dedicam à educação básica e profissional, à inovação e tecnologia e à promoção da saúde e da segurança no trabalho do setor. Para administração das duas entidades, a CNI recebe 4% da receita do SESI e 2% do SENAI.
Quando e por que foram criados o SESI e o SENAI?
Hoje instituições consolidadas nacional e internacionalmente, o SESI e o SENAI há décadas ajudam a elevar o nível da formação educacional dos brasileiros e são instrumentos fundamentais para o desenvolvimento de uma indústria mais inovadora e competitiva.
Criado em 1942 por meio do Decreto-Lei nº 4.048/42, o SENAI tem a missão de ajudar a indústria brasileira a ser mais competitiva por meio de ações que aumentam a produtividade das empresas, sobretudo com a qualificação profissional, a inovação e a execução de serviços técnicos.
Já o SESI foi criado em 1946 pelo Decreto n° 57.375/65 para auxiliar as indústrias em programas de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) e na promoção da saúde e da educação dos trabalhadores, seus dependentes e também a comunidade.
O SESI é uma referência na educação básica, que compreende o ensino infantil, o fundamental e a Educação de Jovens e Adultos (EJA), enquanto o SENAI é a principal instituição brasileira, e uma das maiores do mundo, na formação profissional de jovens e trabalhadores, incluindo a oferta de cursos de iniciação profissional, qualificação, técnicos, tecnólogos, graduação, aperfeiçoamento e pós-graduação.
A subordinação das entidades às indústrias e à entidade sindical não só é prevista na Constituição Federal, mas estratégica. Isso porque seus objetivos precisam estar alinhados ao empresariado, para atender às suas demandas das indústrias no tempo exigido pelo mercado. Nem as próprias empresas nem as instituições de ensino públicas são capazes de suprir a necessidade no tempo e de forma adequada à agenda empresarial.
Sendo assim, o SENAI e o SESI são entidades privadas e os recursos que financiam suas atividades também são privados a partir do momento em que ingressam nos cofres das entidades.
O que o SESI faz?
O SESI oferece educação básica focada na formação para o futuro do trabalho a mais de 200 mil jovens. Sua metodologia é de reconhecida excelência e seus alunos têm elevado desempenho no Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
Distribuídas em todo o território brasileiro, as 526 escolas da Rede SESI são orientadas às necessidades do mundo do trabalho e adotam metodologias e currículos inovadores, com foco nas áreas de STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática). A rede conta com materiais pedagógicos, formação docente e infraestrutura de excelência para oferta da educação infantil, ensino fundamental e médio, além da Educação de Jovens e Adultos (EJA) - inclusive de forma articulada com a educação profissional SENAI.
Além disso, para diminuir o índice de afastamentos do trabalho e estimular um estilo de vida saudável para os industriários, o SESI oferece programas de promoção da segurança, saúde e qualidade de vida, com soluções para atender às demandas da indústria e aumentar sua produtividade.
Mais recentemente, o SESI criou uma rede com oito Centros de Inovação em SST, que conta com parceiros internacionais, para desenvolver soluções em saúde e segurança do trabalho capazes de reduzir o absenteísmo, os acidentes laborais e aumentar a produtividade.
O que o SENAI faz?
O SENAI é a principal instituição de ensino técnico e profissional do país, com mais de 80 milhões de trabalhadores formados em oito décadas de atuação, e tem também a maior infraestrutura de tecnologia e inovação do Brasil. Seu modelo de formação mantém o currículo sempre alinhado à evolução tecnológica da indústria, o que se traduz em inclusão e empregabilidade para os jovens capacitados em diversos setores da indústria.
Para manter essa formação conectada com as transformações e novas tecnologias do mercado de trabalho e verificar a qualidade de seus cursos, o SENAI realiza sistematicamente pesquisas e avaliações. Trabalho reconhecido pelo setor privado nacional e organizações internacionais, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Para se ter uma ideia da qualidade da educação profissional brasileira ofertada pelo SENAI, na Worldskills – competição mundial das profissões técnicas – entre os cerca de 70 países que disputam, o Brasil ficou em 1º lugar em 2015, na competição disputada em São Paulo; ocupou o 2º lugar em 2017, em Abu Dhabi, e 3º lugar em 2019, na Rússia.
Em um país que amarga números crescentes de desemprego, a pesquisa de egressos de 2020 mostra que 7 em cada 10 ex-alunos SENAI estão empregados e que ex-alunos SENAI com curso técnico têm 22,7% a mais de renda média. Os dados mostram ainda que ex-alunos de cursos de qualificação profissional do SENAI têm 30% de chances a mais de conseguir emprego no período de um ano após terem sido demitidos.
Anualmente, dois terços (66,66%) da Receita Líquida de Contribuição Compulsória Geral são destinados ao custeio, investimento e à gestão, de forma a viabilizar vagas gratuitas nos Cursos Técnicos e de Formação Inicial e Continuada.
Mais importante do que nunca, como demostrou a pandemia, a inovação é o carro-chefe de outra frente de atuação do SENAI. Foi por meio da rede de Institutos de Inovação e de Tecnologia que o Brasil conseguiu desenvolver um substituto nacional para o insumo essencial para a produção do álcool em gel, item de linha de frente no combate à Covid-19, assim como tecidos antivirais, desenvolvimento de testes rápidos para detecção do vírus, sem falar da mobilização nacional que consertou e devolveu aos hospitais mais de 2,5 mil respiradores, aumentando as chances de mais de 25 mil pessoas de sobreviver o coronavírus.
Os institutos são aliados ímpares da indústria na pesquisa, desenvolvimento e inovação, em metrologia e testes de qualidade, a fim de permitir que os produtos brasileiros estejam em conformidade com normas técnicas, condição fundamental para competir em um mercado globalizado. A rede conta ainda com parcerias com universidades e instituições renomadas, como o Instituto Fraunhofer, da Alemanha, e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), dos Estados Unidos.
Os 26 Institutos SENAI de Inovação, presentes em 12 estados, já atenderam mais de 600 empresas e executaram mais de R$ 1,2 bilhão distribuídos em 1.332 projetos de P&D+I com a indústria. A estrutura conta com mais de 930 pesquisadores. Já os 61 Institutos SENAI de Tecnologia, localizados em 17 estados e no Distrito Federal, realizaram mais de 59 mil atendimentos somente em 2020. Ao todo, 10.083 empresas foram atendidas. São mais de 1.300 especialistas e consultores para o desenvolvimento de tecnologias e inovação em empresas dos mais diversos portes e segmentos.