Campanha contra venda de votos chega aos bairros de Campo Grande

Moradores dos bairros Coophavila II, Dom Antônio Barbosa, Santa Emília, Nova Lima e Jardim Noroeste assistiram palestras de alerta contra a venda de votos proferida por promotores de Justiça

Como parte da campanha “Voto Não Tem Preço, Tem Consequência”, desenvolvida em conjunto pela Fiems, MPF (Ministério Público Federal), MPE (Ministério Público Estadual) e ASMMP (Associação Sul-Mato-Grossense dos Membros do Ministério Público), os moradores dos bairros Coophavila II, Dom Antônio Barbosa, Santa Emília, Nova Lima e Jardim Noroeste, todos atendidos pelo Programa Ação Fiems Campo Grande, assistiram, na noite de ontem (24/09), palestras de alerta contra a venda de votos proferida pelos promotores de Justiça Helen Neves Dutra Silva, Rogério Calabria de Araújo, Vera Aparecida Vieira, Érica Rocha Espíndola e Alexandre Raslan, respectivamente.

O lançamento oficial da campanha de abrangência estadual foi realizado no período da manhã na sede do MPF e busca conscientizar os eleitores de que comprar ou vender votos é crime, além de afetar a vida de toda a população. Para o diretor-corporativo da Fiems, Jaime Verruck, que participou da palestra promovida para os moradores do Bairro Coophavila II, a campanha vai contribuir para educar os eleitores sobre a importância do voto na melhoria da vida das pessoas. “A questão da consciência na hora de votar é fundamental para agregarmos valor às nossas ações e o que fazemos em prol da educação no Estado”, frisou.

Ele destaca que a ideia é fazer com que as pessoas exercitem à cidadania, votando nos candidatos com as melhores propostas. “A campanha Voto Não Tem Preço, Tem Consequência é mais uma ação que o Sistema Fiems traz para os bairros de Campo Grande, a exemplo do Ação Fiems, que leva os cursos gratuitos de qualificação profissional do Senai e de inclusão digital do Sesi aos moradores de todas as regiões da cidade”, declarou, reforçando que nesta terça-feira (25/09) será a vez dos moradores dos bairros Nhá-Nhá, Jardim Aeroporto, Moreninha II, Aero Rancho II e Novos Estados receberem as palestras.

Promotores

A promotora de Justiça Helen Neves Dutra Silva, que realizou a palestra para os moradores do Bairro Coophavila II, reforçou que a parceria com o Sistema Fiems contribuiu para levar a campanha até as diversas comunidades de Campo Grande e a Justiça Eleitoral está aproveitando a oportunidade para conscientizar os eleitores para o pleito do próximo dia 7 de outubro. “O voto é a melhor arma para o exercício pleno da cidadania. Não podemos vendê-lo sob pena de comprometermos o futuro da nossa cidade, pois, quem vende voto, não terá força para cobrar melhorias para o município depois que ele for eleito. Por isso, votem com bom senso e confiança de um futuro melhor”, aconselhou.

Já a promotora de Justiça Vera Aparecida Vieira, que fez palestra no Bairro Santa Emília, ficou impressionada com a receptividade dos moradores da região. “Confesso que não imagina que conseguiríamos reunir tantas pessoas, isso demonstra que a sociedade está interessada em ser esclarecida e alertada. Esta é uma ação pioneira do MPE e que vai trazer grandes efeitos para nossa sociedade. Se 10% de todo esse público que atingimos cumprir de forma correta com o seu dever nós teremos bons resultados”, avaliou.

O promotor de Justiça Rogério Calabria de Araújo, que fez palestra no Bairro Dom Antônio, destacou que é de extrema importância passar essas informações para a comunidade. “Trata-se da primeira vez que temos contato com esse público. Em 2010, na última campanha, atingimos o nosso objetivo com outros públicos e, dessa vez, vamos reunir o maior número de pessoas dos bairros de Campo Grande. São estas pessoas que moram afastados do centro da cidade, que merecem ser alertadas”, pontuou.

Na avaliação da promotora de Justiça Érica Rocha Espíndola, que fez palestra no Bairro Nova Lima, a intenção da campanha é fomentar uma reflexão sobre a conduta dos candidatos. “É uma conscientização do voto, um despertar para a reflexão do conceito de ética na sociedade, pois quando você vende o voto, o candidato está comprando também o seu silêncio”, afirmou. Para o promotor de Justiça Alexandre Raslan, que esteve no Jardim Noroeste, o cidadão deve decidir o voto baseado em princípios e valores, sendo que uma escolha firmada em promessas pode acarretar em consequências que trarão reflexos para toda sociedade. “A compra do voto representa depositar a confiança em uma falsa promessa, na qual só o candidato se beneficia, mas o poder está nas mãos do cidadão em decidir isso”, declarou.

Comunidade

As lideranças comunitárias Rubens Alcântara (Dom Antônio), Júlio Gonçalves (Santa Emília), Maria Bernadete de Carvalho (Coophavila II), Carlos Henrique Faustino Rosa (Noroeste) e Gonçalves Ribeiro (Nova Lima) foram unânimes em destacar a importância das palestras para conscientizar os moradores. “A comunidade ainda é muito resistente para este tipo de assunto, mas tenho certeza que nos próximos anos eleitorais vamos conquistar cada vez mais pessoas interessadas e dispostas em receber esse tipo de esclarecimento”, disse Rubens Alcântara. Júlio Gonçalves reforçou que o voto de nenhum cidadão tem preço e esse é o pensamento que todos devem ter.

O aposentado Heleno Barbosa da Silva, 65 anos, morador do Dom Antônio, disse que precisa ter mais carinho com a comunidade e mostrar os melhores caminhos. “Nós dos bairros carentes de Campo Grande precisamos de informação e mais esclarecimento, por isso, essa iniciativa vai nos ajudar muito, não tenho dúvidas disso. Votar certo, escolhendo com clareza nossos candidatos, é a única forma que temos de exercer nosso direito de cidadão, pois a voz do povo é a voz de Deus”, afirmou.

A dona de casa Lucinéia Mendonça de Souza, 25 anos, também do Dom Antônio, garantiu que não é nada fácil escolher um candidato bom e que tenha propostas que possam se tornar realidade. “Esse tipo de informação é uma forma de nos alertar sobre os riscos e consequências em não escolher o candidato certo, chegando ao ponto de vender o nosso voto”, disse. O montador de calçados Celso Rodrigues, 23 anos, morador do Santa Emília, acrescenta que a palestra serviu para entender o verdadeiro papel do político e qual o dever do cidadão.

Já o montador de elevador Jorge Ferreira, 48 anos, morador do Santa Emília, declarou que muitas informações repassadas durante a palestra eram novidade. “Nem ao menos sabia que existe punição para quem vende e compra voto”, informou. Para o vendedor Roberto Souza de Almeida, 34 anos, morador do Noroeste, a população mais humilde é o principal alvo da compra de voto. “Pais com filhos que passam necessidades não negam ajuda no momento em que precisam, por não conseguir pensar no futuro”, declarou.

A dona de casa Vilma Prates, 43 anos, moradora da região do Bairro Nova Lima, afirmou que a campanha é um alerta e que a escolha errada pode comprometer a população. “Com essas informações em mãos as pessoas estarão mais preparadas para as eleições e esclarecidas dos seus direitos e deveres”, disse. De acordo com o comerciário Dirceu Fernandes, 45 anos, morador do Coophavila II, as pessoas precisam ter consciência de que a venda do voto vai comprometer o futuro dela e toda a comunidade.

Serviço – Os 5 bairros que receberão as palestras nesta terça-feira são Vila Nhá-Nhá (R. Eduardo Perez, 538), Jardim Aeroporto (R. Heitor Vieira de Almeida, 460), Moreninha II (R. Anacá, 185), Aero Rancho II (R. Graciliano Ramos, 1.414) e Novos Estados (R. Jamil Basmage, 200)

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