Brasil precisa de um ministério da indústria, diz presidente da Findes a Bolsonaro

A empresária Cris Samorini defendeu a recriação da pasta para a construção de uma política industrial eficiente, em audiência com o presidente da República

mulher branca fala ao microfone para um grupo de mulheres e o ministro da Economia
Cris Samorini participou de almoço com o ministro da Economia, Paulo Guedes

A presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Cris Samorini, defendeu a recriação do ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior em audiência com o presidente da República, Jair Bolsonaro. Segundo ela, a pasta é necessária para a elaboração de uma política industrial eficiente capaz de alavancar o desenvolvimento do país.


“Não existe país forte, sem indústria forte. O setor industrial é importantíssimo para a produtividade e para a competitividade dos demais segmentos. Para cada R$ 1 produzido pelo setor, são gerados R$ 2,67 adicionais na economia (58% a mais que a agricultura e 76% a mais que comércio e serviços)”, afirma a empresária.


Cris Samorini participou do encontro “Ciclo Brasil de Ideias: Mulher”, organizado pelo grupo Voto, que contou com a presença de outras 15 empresárias, entre elas a presidente da Federação das Indústrias do Estado de Roraima (FIER), Izabel Itikawa.

Além disso, a empresária aproveitou a oportunidade para tratar de pautas decisivas para a retomada do crescimento da economia e do desenvolvimento do país.

Grupo de mulheres debatendo, sentadas em cadeiras formando semicírculo, com presidente Jair Bolsonaro em um dos lugares
Cris Samorini participou do encontro “Ciclo Brasil de Ideias: Mulher”, no Palácio do Planalto

Entre os temas, ela abordou a desoneração total da folha para todos os segmentos econômicos, destacou a importância de investimentos em infraestrutura para melhorar a logística e tornar o país mais competitivo mundialmente e reforçou a urgência da reforma tributária. 

“Me incomoda muito quando as pessoas falam que há uma desindustrialização no Brasil, porque fica parecendo que nós da indústria estamos parando de fazer investimentos tecnológicos. Mas existem diversas empresas atentas ao que há de mais moderno no mercado e investindo em tecnologia e inovação. O problema é que ainda esbarramos em gargalos que impactam a competitividade, como questões burocráticas e logísticas.” 


E completou: “Por isso, a importância de o país desenvolver uma política industrial forte e que seja acompanhada de perto por integrantes do governo. Também é fundamental a realização de investimentos em infraestrutura, como rodoviária, ferroviária e portuária, além de tirarmos o quanto antes a reforma tributária do papel para que o ambiente de negócios avance e a economia cresça.”


No caso do Espírito Santo, pautas como a concessão da BR 262 e investimentos na Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), de modo a fortalecer o Corredor Centro-Leste, são alguns dos temas sensíveis no campo da infraestrutura.  

Segundo Cris Samorini, se forem investidos R$ 2,8 bilhões na FCA, a movimentação de cargas por meio desse corredor logístico será triplicada, de 7 milhões de toneladas por ano em 2055 para alcançar 22 milhões de toneladas anuais em 2035. Além disso, com uma infraestrutura de escoamento eficiente e conectada com portos modernos, a previsão é que haja uma redução do custo do frete marítimo em 7,5%. 

Sobre o leilão da BR 262, que foi adiado no início deste ano, a presidente da Findes explica ser fundamental que o governo federal e os órgãos reguladores consigam identificar quais foram os principais pontos que, mais uma vez, inviabilizaram o leilão das BRs 262 e 381. “Não dá para o país continuar sabendo da existência de problemas e gargalos e não atacá-los de forma definitiva”, afirma.

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