Pesquisa da FINDES aponta que empresas de vestuário tiveram redução de vendas

O impacto tem como principal fator o cancelamento ou adiamento dos pedidos

O setor representa 11,2% do emprego industrial do Espírito Santo

Uma pesquisa encomendada pela Câmara Setorial da Indústria do Vestuário aponta que 94% das empresas tiveram redução nas vendas, sendo que destas, 20% zeraram as vendas. O impacto tem como principal fator o cancelamento ou adiamento dos pedidos.

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Colatina (Sinvesco) e conselheiro da Câmara, Paulo Roberto Almeida Vieira, o resultado negativo trouxe mudanças significativas no setor.

“O impacto pesado sobre os resultados de produção e faturamento levou as empresas a negociarem com fornecedores, adiarem pagamentos de tributos/impostos, negociarem aluguel/condomínio, desenvolverem novos produtos e utilizarem nos canais de vendas. Além disso, 60% delas tiveram que realizar demissões. Outra medida para minimizar o impacto foi a adoção de férias coletivas e a redução da jornada de trabalho”, explicou.

O estudo também aponta que apenas metade das empresas do setor têxtil tem a expectativa de realizar o pagamento dos salários de maio e junho integral e em dia. “A dificuldade de acesso ao crédito neste momento, impulsionou esse resultado. São exigidas muitas garantias em um momento de incerteza econômica, além de taxas de juros altas. Por conta disso, as empresas já enfrentam grandes dificuldades, principalmente as micro e pequenas. Há conflitos entre o que o governo recomenda, e aquilo que os bancos praticam”, detalhou Paulo.

Para Paulo Vieira, a saída está em investimentos em marketing digital e desenvolvimento de novos modelos de negócios e produtos. “Neste momento, a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (FINDES) tem desenvolvido um papel fundamental, trazendo informações e ferramentas para apoiar as empresas em tomadas de decisão para tentarmos minimizar esses impactos, que atingem principalmente as micro e pequenas”, ponderou.

Confira a pesquisa Impactos do coronavírus no Setor de Vestuário do Espírito Santo na íntegra para mais informações.

Sobre a importância do setor

O setor, que engloba produtos têxteis, confecções e calçados, é historicamente importante para a economia capixaba e representa 11,2% do emprego industrial do Estado. Presente em quase todos os municípios do estado, gera 13.059 postos de empregos formais. É majoritariamente dominado pela força da mulher, compondo 65% do mercado. E, com 60,4% da força de trabalho entre 18 e 39 anos, se consolida como opção de primeiro emprego.

A Indústria contra o coronavírus: vamos juntos superar essa crise

Acompanhe todas as notícias sobre as ações da indústria no combate ao coronavírus na página especial da Agência CNI de Notícias.

Relacionadas

Leia mais

Serviços online do SESI ajudam empresas a atender legislação de saúde e segurança no trabalho
SENAI oferece consultoria grátis de marketing digital durante pandemia
Precisamos de planejamento para a retomada das atividades, diz presidente da CNI

Comentários