Nesta quarta-feira (8), os cerca de 500 empresários participantes acompanharam palestras de três áreas diferentes, todas apresentadas por representantes do MIT. Para estabelecer parcerias com o instituto, as organizações têm dois caminhos: contatar individualmente os professores ou associar-se ao Industrial Liason Program (ILP) do próprio instituto.
De acordo com o diretor executivo de relações corporativas do ILP, Karl Koster, dentro do programa as empresas e os pesquisadores identificam oportunidades para atuarem juntos e assim desenvolverem projetos com foco em inovação. Existem dez empresas brasileiras entre as 200 que são membros do ILP. No Hemisfério Sul, o Brasil é o que tem maior número de contratos com o instituto.
Esta é a segunda vez que o MIT realiza uma conferência para empresários brasileiros. Questionado sobre o interesse no país, Koster afirma que a economia crescente e o desejo por inovação fazem do Brasil um lugar atrativo para o MIT.
COOPERAÇÃO E PROXIMIDADE - A interface do MIT com as indústrias do mundo todo é a representação de um modelo que dá certo em diversos outros países e começa a ser implantada no Brasil, com apoio da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A aproximação da academia com a indústria é vital para o surgimento de novas tecnologias, descobertas científicas e melhoria da qualidade de vida das pessoas, de acordo com Linda Griffith, professora de engenharia mecânica e biológica do MIT.
A pesquisa atual de Linda é um exemplo disso: engenharia de tecidos vivos. "O que estamos fazendo não é a criação de órgãos para transplantes, mas sim tecidos vivos iguais aos de diversos órgãos, como o fígado, para identificarmos exatamente as reações aos novos medicamentos, aos remédios que estão sendo testados", explicou. Isso é feito com recursos investidos por laboratórios farmacêuticos, entre outros.
Martin Schmidt, professor de engenharia elétrica do MIT, destacou a necessidade de os centros de inovação e pesquisa estarem fisicamente próximos das áreas de manufaturas das empresas. "O processo é mais rápido", disse.
Ele citou a Gillete, adquirida pelo Procter & Gamble em 2005, que mantém uma fábrica de aparelhos de barbear descartáveis na área central de Boston, num terreno com vista para o lago, numa das propriedades mais caras da cidade.
"Por ali passam todos os dias os executivos, profissionais liberais, professores e empresários da cidade, que testam os aparelhos, as espumas de barbear, todos os produtos. Os engenheiros captam ali mesmo as percepções e as colocam em prática o mais rápido possível. Por isso que um negócio montado a partir de um produto muito barato é altamente rentável", explicou.
Já o professor Ahmed F. Ghoniem, diretor do Centro de Energia do Século 21 do MIT, tratou das pesquisas realizadas com o objetivo de reduzir a emissão de gás carbono e seus impactos no aquecimento global. Ele lembrou que o campo da energia se movimenta de forma bastante devagar e precisa de mais inovação. Seus estudos caminham no sentido de mudar a matriz energética mundial, substituindo a importância do petróleo por outras fontes.
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