SENAI orienta indústria têxtil para aumentar a fabricação de máscaras e aventais

Especificações técnicas dos produtos estão disponíveis para ajudar empresas que querem reorientar a linha de produção e fabricar itens essenciais a profissionais de saúde no combate ao coronavírus

Em uma ação coordenada pela Rede SENAI de Inovação, o SENAI-Cetiqt organizou instruções para a indústria têxtil que deseje reorientar o sistema produtivo para fabricar máscaras de proteção e aventais de uso hospitalar.

Já estão disponíveis para download, no Portal da Indústria, as especificações que ajudam empresas a produzir esses itens, essenciais na prevenção à covid-19. Além de normas, são indicados materiais, instruções de fabricação, cuidados e requisitos que devem ser seguidos na confecção dos produtos. A ação é parte da Iniciativa + Prevenção da Rede SENAI de Inovação contra o coronavírus.

As fichas técnicas orientam a fabricação de máscaras descartáveis simplificadas em tecido TNT sintético, que poderão ser utilizadas tanto em centros médicos quanto vendidas ao público em farmácias. As orientações vão desde a gramatura, a espessura e a densidade do tecido utilizado até a forma como os produtos devem ser embalados para distribuição ao comércio.

Já os aventais seguem regras rígidas para uso médico. A maioria dos produtos têxteis médicos necessita, por exemplo, de esterilização e deve ser de natureza não-cancerígena e antialérgica. A especificação técnica é importante para que o produto fabricado atenda aos requisitos de qualidade e às necessidades do usuário.

O Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (Cetiqt), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), localizado no Rio de Janeiro, fornece, há 70 anos, serviços de educação profissional, metrologia e consultoria às indústrias têxtil, de construção e química.

“Esta é uma relevante iniciativa de uma série de ações que o sistema SENAI adotou neste momento para ajudar o povo brasileiro a enfrentar esta grave crise”, explica o diretor-geral da instituição, Rafael Lucchesi.

Iniciativa possibilita que indústrias supram demanda por máscaras e jalecos

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), existem 25,2 mil empresas do segmento no Brasil, que empregam 1,5 milhão de trabalhadores de forma direta e 8 milhões indiretamente. Segundo o gerente-executivo de Inovação e Tecnologia do SENAI, Marcelo Prim, o volume de itens a ser fabricado dependerá da adesão das indústrias.

“Algumas grandes empresas já manifestaram interesse em ajudar neste momento crítico. Esperamos que haja um grande movimento voluntário”, diz ele. “O potencial é enorme, pois, no caso das máscaras, não se trata de produto de produção complexa e há alta demanda. O que falta são instruções de como fabricá-las”, complementa.

Marcelo Prim também avalia que, neste momento, há insumos suficientes no Brasil para a produção desses itens. Caso haja insuficiência de materiais ou tecidos, afirma, a rede de 27 Institutos SENAI de Inovação e de 60 Institutos SENAI de Tecnologia poderá desenvolver alternativas para substituí-los. “Acreditamos que a restrição está mais na oferta de produtos manufaturados do que de insumos”, analisa Prim. 

SENAI financia soluções inovadoras para o combate à covid-19

Além da iniciativa do SENAI-Cetiqt, a instituição lançou chamadas no Edital de Inovação para a Indústria a fim de receber soluções contra os problemas causados pelo vírus que tenham aplicação imediata e com resultados em até 40 dias.

Na primeira chamada, serão investidos R$ 10 milhões em propostas que ajudem a prevenir, diagnosticar e tratar a covid-19 e seus efeitos, como a fabricação de mais respiradores mecânicos e o desenvolvimento de testes rápidos de detecção do vírus.

As inscrições podem ser feitas no site do Edital de Inovação. A instituição também criou um canal de contato com empreendedores que precisem de apoio tecnológico para o desenvolvimento de produtos e processos inovadores. As proposições podem ser realizadas por WhatsApp no número (61) 9 9628-7337 ou pelo e-mail [email protected].

O SENAI pôs, ainda, a infraestrutura a serviço do combate à pandemia de coronavírus em quatro frentes:

1) detecção e diagnóstico, por meio do apoio à maior produção de testes para detecção do vírus;

2) prevenção, com ajuda à fabricação de equipamentos de proteção individual (EPI);

3) tratamento de doentes, ao trabalhar na manutenção de respiradores mecânicos parados e apoiar a fabricação e desenvolvimento de novos equipamentos, e

4) gestão hospitalar, ao prestar consultoria para organização do fluxo, buscando otimizar o atendimento em hospitais e proteger os profissionais de saúde.

A rede de Inovação e de Tecnologia do SENAI

Os institutos do SENAI possuem pesquisadores qualificados, equipamentos e infraestrutura de vanguarda para desenvolvimento de produtos e processos inovadores, assim como para a oferta de serviços de consultoria e metrologia.

Desde que a rede de 27 Institutos de Inovação foi criada, em 2013, mais de R$ 1 bilhão foram aplicados em 1.086 projetos concluídos ou em execução. Conta com mais de 700 pesquisadores, sendo que cerca de 44% possuem mestrado ou doutorado. Atualmente, 12 centros são unidades EMBRAPII e têm verba diferenciada para financiamento de projetos estratégicos de pesquisa e inovação.A rede de 60 Institutos de Tecnologia, que começou a ser implantada nos anos 1990, possui corpo técnico de cerca de 1.200 especialistas e consultores que prestam serviços buscando melhorar a qualidade de produtos e serviços, a produtividade e a competitividade dos negócios.

A Indústria contra o coronavírus: vamos juntos superar essa crise

Acompanhe todas as notícias sobre as ações da indústria no combate ao coronavírus na página especial da Agência CNI de Notícias.

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