Panificação cresce 9% no Mato Grosso e setor espera melhorar resultados em 2014

Em expansão há seis anos, segmento da panificação vem aliando tecnologia e inovação para garantir crescimento

Indústria Pão e Arte cresceu 11% ao mês em 2013

Há seis anos, o segmento da panificação segue em expansão no Brasil. Só no estado do Mato Grosso, em 2013, o acréscimo das vendas foi superior a 9%. Para 2014, a expectativa é ainda melhor. Tecnologia, inovação em processos, maquinários de ponta e investimentos em educação estão entre os principais propulsores deste crescimento.

De acordo com o vice-presidente do Instituto Tecnológico da Panificação e Confeitaria (ITPC), Emerson Amaral, ano a ano as metas são superadas. “Os empresários estão percebendo as mudanças do mercado para atender a uma nova geração de consumidores e essa adaptação tem feito toda a diferença”, diz.

Um dos exemplos dessa adaptabilidade é o caso da Pão e Arte, indústria de panificação, que abriu as portas em 2000, com apenas dois funcionários. Hoje são 400 trabalhadores e pelo menos mais 100 vagas deverão ser abertas ainda neste ano. Apenas em janeiro, 30 profissionais foram contratados. A empresa é responsável por 70% do abastecimento de pães congelados em supermercados de Mato Grosso e 80% de tudo que é produzido vai para os estados de Goiás, Distrito Federal, Pará, Piauí, Maranhão, Porto Velho, Acre e Minas Gerais.

PROCESSOS - O projeto de pães congelados, bastante comum na Europa, chegou ao Brasil há pouco mais de 10 anos. Na época, o proprietário da Pão e Arte, Rodrigo Nogueira Manoel, fez um curso de congelados no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI-MT). “Eu já trabalhava com panificação e li um artigo sobre essa técnica fora do país. Ao procurar mais informações, descobri que em Mato Grosso esse curso já existia e fiz minha inscrição”, conta.

Inovador e criativo, Nogueira, imediatamente após o curso, decidiu montar a pequena indústria. No entanto, ele não queria apenas pães práticos e de rápido preparo, pois estava preocupado com o sabor. Foi assim que as receitas da avó dele serviram de base para todos os alimentos produzidos na fábrica. “Fizemos vários testes para manter o sabor e, ao mesmo tempo, garantir a durabilidade e a crocância”.

Mesmo depois de acertar no sabor, ele não parou de investir em inovação. Importou máquinas de outros países, introduziu novas linhas de produtos e tem atuado para melhorar a educação e qualificação da mão de obra. O resultado da iniciativa são índices de 11% de crescimento ao mês em 2013. “As pessoas não estão vendo a indústria como um local para fazer carreira. Eu ainda tenho os dois funcionários que começaram comigo, eles cresceram junto com a empresa. Oportunidades como essa estão sempre abertas”, comenta o empresário.

INOVAR PARA CRESCER - O estado do Mato Grosso conta atualmente com cerca de 600 indústrias de panificação, a maioria micro e pequenas. Para o vice-presidente do Instituto Tecnológico da Panificação e Confeitaria, Emerson Amaral, esse é o momento de repensar o segmento, para que o crescimento não se torne um entrave às mudanças.

“A falta de padronização nos processos é um dos problemas que enfrentamos" - Carlos Polaco, presidente do Sindipan

“São inúmeros fatores que impedem que o setor expanda mais e mais. Um ganho em produtividade só acontece com investimentos em máquinas, equipamentos e processos. Mas não para por ai, bons equipamentos exigem mão de obra especializada, processos exigem atitude inovadora, introdução de novas rotinas e treinamento contínuo”, reforça Amaral.

Uma das ações de estímulo à inovação e melhoria de processos veio do Departamento Nacional do SENAI por meio do Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Sistema Fiemt/SENAI-MT), em parceria com o Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Estado (Sindipan-MT). Entre os dias 3 e 14 de fevereiro, as indústrias do ramo receberão treinamentos de novas técnicas e produtos. “A falta de padronização nos processos é um dos problemas que enfrentamos e acredito que, com a troca de experiências, esse problema poderá ser minimizado”, conta o presidente do Sindipan, Carlos Polaco.

QUALIFICAÇÃO - O investimento em qualificação também está diretamente relacionado ao advento da Copa do Mundo, o que representa a chegada de inúmeros turistas ao estado do Mato Grosso. “Queremos ofertar um produto diferenciado que atenda a essa demanda. Inovações que, certamente, poderão ser introduzidas no cardápio das famílias locais”. Outro avanço no que se refere à qualificação está na ampliação em cursos voltados especialmente para a indústria.

A Faculdade SENAI de Tecnologia (Fatec) começou a oferecer, em 2014, várias turmas nos cursos superiores de Tecnologia em Alimentos e Agroindústria. A formação se destina a profissionais que desejam trabalhar nas áreas de Supervisão da Produção e Qualidade. "A instituição disponibiliza plantas piloto de processamento vegetal e animal que simulam o ambiente industrial. O SENAI já possui o know how em tecnologia e qualificação, agora, vamos agir de forma mais incisiva no sentido de formar gestores para as indústrias, pessoas chave que possam ajudar na inovação e crescimento”, garante a diretora regional do SENAI-MT, Lélia Brun.

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