MEI apresenta resultados de 2018 e proposta de agenda para o próximo ano

Última reunião do Comitê de Líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação reuniu 190 industriais e quatro ministros para discutir desafios ao ecossistema de inovação

Lideranças empresariais e representantes do governo debateram avanços recentes e desafios para os próximos dois anos no ecossistema de inovação brasileiro durante a última reunião de 2018 do Comitê de Líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), coordenada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI)

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, abriu o encontro apresentando as contribuições do Sistema Indústria para aprimorar o estado da inovação brasileira.  "É importante trazer como nós também mudamos em função da MEI. Estamos investindo no futuro, na educação na formação de talentos e de estruturas que ajudem a desenvolver a pesquisa e a inovação no nosso país", afirmou. 

Ele destacou a formação da rede de Institutos SENAI de Inovação, que já contam com 26 unidades de pesquisa aplicada em todas as regiões brasileiras. Desde a criação, que envolveu R$ 3 bilhões em investimento, são mais de 620 projetos concluídos ou em execução. Citou ainda os 8 Centros de Inovação do Serviço Social da Indústria (SESI), voltados para projetos e tecnologias em saúde e produtividade do trabalhador. 

Por parte da CNI e do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Andrade ressaltou as contribuições para formulação de políticas públicas, como o Projeto Indústria 2027 e também os programas de formação de talentos, como o Inova Talentos, Inova Tec e Inova Global, que estabelecem pontes entre profissionais, empresas e centros de pesquisa. Destacou também o Programa de Imersões em Ecossistemas de Inovação. "Desta maneira, viabilizamos contato de empresas e autoridades brasileiras com ecossistemas de ponta em todo o mundo", afirmou Andrade. Em 14 edições, o programa passou por mais de 100 instituições no Brasil e no exterior.   

AGENDA 2019-2020 - O líder da MEI Pedro Wongtschowski apresentou a proposta de agenda de trabalho da Mobilização para o próximo biênio. As diretrizes propostas têm o objetivo de posicionar a inovação como prioridade da agenda pública, aproximar o tema do alto escalão de governo, promover a governança em coordenação com o setor empresarial, diminuir a burocracia para o ambiente de inovação, garantir a estabilidade de recursos, incentivo à execução de projetos via parceria entre institutos de ciência e tecnologia e as empresas, capacitação técnica em Indústria 4.0, internacionalização das universidades, incentivo à inserção internacional das empresas via inovação e apoio às startups. 

"Os países líderes em inovação investem mais de 2% do PIB em inovação. Esse é o caminho que temos de percorrer se queremos uma economia mais produtiva e integrada globalmente", afirmou Wongtschowski. Ele lembrou que é importante aumentar os desembolsos privados em inovação e também que o Estado utilize mecanismos como compras públicas e encomendas tecnológicas para impulsionar o desenvolvimento do país. O líder lembrou que há anos o Fundo Nacional de Desenvolvimento Ciêntífico e Tecnológico (FNDCT) sofre com contingenciamentos, refletindo na queda de recursos disponíveis para financiar projetos. 

AVANÇOS - O ministro de Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Jorge de Lima, apresentou balanço dos últimos dois anos. Destacou, sobretudo, as plataformas para apoiar startups e os avanços no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Segundo ele, houve redução no estoque de pedidos de patentes e diminuição no tempo médio de registro de marcas. "Desde 2017, temos conseguido analisar mais pedidos de patentes do que o número de novos pedidos, ou seja, estamos reduzindo o estoque de depósitos parados. Também reduzimos de 36 meses para 15 meses o tempo médio de concessão de marcas", explicou.  

Já Gilberto Kassab, atual ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações  (MCTIC) e que assumirá a Secretaria da Casa Civil do próximo governo de São Paulo, afirmou que deixa como principais legados o lançamento do satélite brasileiro que estendeu a banda larga para mais municípios no país, a viabilização do laboratório Sirius - mesmo sofrendo atrasos - e a conclusão da digitalização do sinal de TV no Brasil. "Fizemos um esforço para, mesmo na crise, conseguir recursos para não parar projetos estratégicos para o país", disse.  

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira, frisou a atuação do banco na abertura de linhas específicas para financiar projetos de digitalização, com volume indefinido de recursos. "Também iniciamos uma atuação específica em internet das coisas. Em dezembro, vamos anunciar os projetos para saúde, cidades e área rural que receberão os recursos", afirmou Oliveira. A quarta modalidade, para indústria, é desenvolvida por meio do Edital de Inovação da Indústria, iniciativa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), SESI e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). 

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