Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos assina credenciamento com Embrapii

Em evento on-line nesta quarta-feira (24), instituições firmam termo de cooperação que vai permitir investimento ágil e sem burocracia em projetos inovadores na área têxtil e química

O Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI CETIQT) assina, nesta quarta-feira (24), termo de cooperação que credencia o Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras, localizado no Rio de Janeiro, como unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). O evento online será às 15h no canal do YouTube do SENAI CETIQT.

“A rede nacional de 27 Institutos SENAI de Inovação agora possui 15 unidades credenciadas na Embrapii, um modelo ágil e desburocratizado de financiamento de projetos inovadores”, afirma o diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi. “O credenciamento comprova o nível de excelência dos centros do SENAI, que é hoje o principal parceiro da indústria brasileira no desafio da inovação tecnológica”.

Ao se tornar unidade Embrapii, as empresas que realizarem projetos de inovação com o Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras terão acesso a recursos não reembolsáveis, reduzindo assim o risco dos investimentos e potencializando o desenvolvimento de novos produtos e processos mais eficientes. A Embrapii financia até um terço de projetos de inovação de empresas brasileiras com recursos dos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovações, da Educação e da Saúde. Aos valores da organização se somam recursos das próprias unidades e as contrapartidas das empresas.

Instituto possui estrutura laboratorial completa em biotecnologia

O Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras atua de forma transversal em temas identificados como portas para o futuro para as cadeias dos segmentos químico e têxtil, e apoia empresas no desenho de estratégias utilizando o conceito de alta integração com a indústria e a academia. Possui equipe formada por especialistas reconhecidos nas áreas de biotecnologia, síntese química, engenharia de processos e fibras. Criado em janeiro de 2016, o Instituto integra o SENAI CETIQT, também composto pelo Instituto SENAI de Tecnologia Têxtil e de Confecção e Faculdade SENAI CETIQT.

O Instituto é referência nacional em inovação e se estrutura em plataformas tecnológicas ligadas à pesquisa aplicada e inteligência competitiva, possibilitando a identificação e construção de oportunidades para a indústria por meio de análise e desenvolvimento de novos produtos e processos químicos, bioquímicos e têxteis.

Entre os projetos já desenvolvidos estão têxteis funcionalizados com propriedades antivirais, o desenvolvimento de formulações alternativas de álcool em gel, testes sorológicos (Elisa e testes rápidos) para diagnóstico da Covid-19 e pesquisa de potencial antiviral e anti-inflamatório de heparinas para tratamento da doença.

“O credenciamento do Instituto como unidade Embrapii é o reconhecimento do trabalho realizado pela equipe de inovação do SENAI CETIQT nestes quatro anos, com cerca de 127 projetos contratados até abril de 2020. Acreditamos que a inovação é o investimento certo para garantir a competitividade industrial, e nossa missão é apoiar as empresas na expansão de mercado com novos produtos diferenciados e desenvolvendo e otimizando seus processos químicos, bioquímicos ou têxteis”, completa Sergio Motta, diretor-executivo do SENAI CETIQT.

As empresas que realizarem projetos com o Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras terão acesso a recursos não reembolsáveis

Quatro Institutos SENAI se tornaram unidades Embrapii em 2020

Em abril, a Embrapii anunciou a seleção de mais três Institutos SENAI de Inovação para ingressar em sua rede. Além do Instituto de Biossintéticos e Fibras, passam a ser unidades Embrapii o Instituto de Química Verde, também no Rio de Janeiro, e o Instituto de Materiais Avançados e Nanocompósitos, em São Bernardo do Campo (SP).

As novas unidades terão disponíveis R$ 18,7 milhões da Embrapii para PD&I em parcerias com empresas brasileiras. A expectativa é que o credenciamento de novas unidades gere R$ 56 milhões em novos projetos de PD&I com empresas.

As áreas de competência selecionadas têm alta demanda por inovação e de mercado e podem contribuir com o aumento da disponibilidade de produtos sustentáveis de padrão internacional no país, seja pela melhoria de processos ou pelo desenvolvimento de novas tecnologias.

Saiba mais sobre a atuação dos Institutos SENAI de Inovação

  • Os 27 Institutos SENAI de Inovação trabalham com pesquisa aplicada – o emprego do conhecimento de forma prática, no desenvolvimento de novos produtos e soluções customizadas para as empresas ou de ideias que geram oportunidades de negócios.
  • A decisão do Sistema Indústria de estruturar a rede partiu da percepção de que nem sempre a pesquisa básica feita na universidade – por características próprias do ambiente de inovação nacional – transforma-se em produtos que chegam ao mercado no tempo necessário para as empresas.
  • A rede de institutos do SENAI possui infraestrutura inovativa composta por 26 áreas temáticas, entre as quais tendências globais como bioeconomia e sustentabilidade; fábricas inteligentes; materiais avançados; manufatura aditiva e tecnologias produtivas.
  • Desde que foram criados em 2013, mais de R$ 1 bilhão foram aplicados em 1.086 projetos concluídos ou em execução.
  • 15 dos Institutos de Inovação são unidades Embrapii e contam com verba diferenciada para financiamento de projetos estratégicos de pesquisa e inovação.
  • 91% dos projetos concluídos foram entregues no prazo acordado.
  • 39% dos projetos são desenvolvidos com startups, pequenas e médias empresas. A rede possibilitou a conexão de mais de 100 startups com 20 grandes empresas, por meio de desafios tecnológicos.

Primeiro nanossatélite brasileiro

Em uma parceria inédita, o  SENAI e a Visiona Tecnologia Espacial, joint-venture entre a Embraer Defesa e Segurança e a Telebras voltada para a integração de sistemas espaciais, unem-se para projetar e construir o primeiro nanossatélite brasileiro de alta resolução espacial e coleta de dados de estações hidrometeorológicas e para projetos de Internet das Coisas (IoT). O satélite também servirá de laboratório para o desenvolvimento e validação de tecnologias espaciais desenvolvidas pela Visiona e SENAI. O projeto é orçado em R$ 12 milhões e será executado em parceria com o Instituto de Inovação em Sistemas Embarcados, em Florianópolis.

Robô pintor diminui riscos de acidentes de trabalho e gera economia na Petrobras

O investimento em automação de operações consideradas de alto custo, periculosas e insalubres tem ganhado destaque entre as pesquisas de inovação desenvolvidas pela Petrobras. Uma dessas vertentes de inovação, que recentemente recebeu depósito de pedido de patente, é o desenvolvimento de um robô de pintura de grandes áreas planas e verticais de costados de navios e/ou plataformas de extração de petróleo. Executado em parceria com o Instituto SENAI de Inovação em Sistemas de Manufatura, o projeto levou três anos de pesquisa e envolveu 13 profissionais. A solução destaca-se por ter uma tecnologia única. Não há registros de outros robôs com as mesmas características no mundo para essa tarefa. O impacto do “robô pintor” atinge vários segmentos da cadeia produtiva e no sistema de manutenções preventivas e corretivas. Um deles é a redução a zero dos acidentes de trabalho nas pinturas verticais dos cascos de navios e plataformas.

Flatfish, robô inteligente para inspeção no pré-sal

Feito em parceria do Instituto SENAI de Inovação em Automação da Produção, em Salvador, com a Shell e o Instituto Alemão de Pesquisa em Inteligência Artificial DFKI, o Flatfish é um robô completamente autônomo desenvolvido para inspeção visual em 3D de alta resolução de dutos de petróleo em águas profundas. A grande inovação é que o equipamento ficará em uma estação submarina subaquática, em um tempo estimado entre três e seis meses, sem necessidade de emergir. O veículo sai da estação submarina, é capaz de se desviar de eventuais obstáculos no percurso, por meio de sonares, coleta os dados de inspeção e os envia a equipamentos que são acompanhados por um operador na superfície. Com o equipamento, é possível reduzir custos de operação de missões de inspeção, que atualmente envolvem o envio a alto mar de embarcações com grandes equipes.

Sistema inteligente de monitoramento de barragens

A Usina Hidrelétrica Dona Francisca, localizada entre os municípios de Agudo e de Nova Palma, no Rio Grande do Sul, contará com um sistema de monitoramento e controle inteligente para apoiar a tomada de decisões no empreendimento. Batizado Barragem 4.0, o equipamento foi desenvolvido pelo Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados, em parceria com a empresa Dona Francisca Energética, para automatizar o gerenciamento da operação e a manutenção de barragens, tornando o processo mais seguro e confiável. O software deve ser capaz de interpretar, calcular e sugerir qual é a melhor ação para cada problema identificado.

Embalagens inteligentes para a Indústria 4.0

Uma das startups pioneiras da indústria 4.0 no Brasil, a Reciclapac foi selecionada pelo Edital de Inovação para a Indústria para criar uma solução de embalagens inteligentes. O objetivo era resolver um dos problemas sérios da indústria automotiva: a gestão de embalagens e racks de transporte retornáveis, extremamente complexa no setor, que chega a colocar a linha de produção em risco.  A solução desenvolvida foi uma plataforma de Internet das Coisas (IoT), em nuvem, que recebe a comunicação da embalagem, através de dispositivos eletrônicos de alta tecnologia, com diversos sensores. A plataforma avisa potenciais problemas no processo, revolucionando a área logística com a visibilidade total do processo logístico. O resultado com a adoção da plataforma é a economia de 10% a 30% na compra de racks, que representam um alto investimento, a redução de fretes de emergência, tempo, além da redução de riscos incalculáveis,  de paradas de linha de produção.

Testes de cosméticos antienvelhecimento

Estudo realizado pelo Grupo Boticário em parceria com o Instituto SENAI de Inovação em Eletroquímica utilizou um microscópio eletroquímico de varredura, usado normalmente para medir corrosão em metais, a fim de testar cosmético antienvelhecimento da marca. Foi possível medir a corrente eletroquímica de células in vitro de uma pele artificial tratada por um produto cosmético com ativos que proporcionam o aumento dessa corrente, auxiliando no tratamento antienvelhecimento. Normalmente se comprova a ação de substâncias (como cosméticos) em modelos in vitro, em cultura de células, mas ainda estava distante comprovar a bioeletricidade em vivo. Os resultados foram apresentados em congresso científico em Zurich, na Suíça.

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