O primeiro trator agrícola acessível a pessoas com deficiência foi lançado na segunda-feira (14) pela New Holland, empresa fabricante de equipamentos agrícolas. Voltada para pessoas com deficiência motora nos membros inferiores, a máquina possibilita executar atividades no campo de forma autônoma. O TL5 Acessível, que será fabricado no Brasil, foi desenvolvido em parceria com o Instituto SENAI de Inovação em Soluções Integradas em Metalmecânica, do Rio Grande do Sul, e com as empresas Elevittá e Arteprima.
Para desenvolver o produto, foram utilizados recursos do Rota 2030, linha de financiamento do governo para impulsionar a indústria automobilística nacional. “Fomentos como os do Rota 2030 são aplicados para dividir os riscos de desenvolvimento tecnológico com a indústria. Neste caso, fomos além. Desenvolvemos tecnologia de impacto para a sociedade e, possivelmente, serão geradas três patentes brasileiras, relacionadas aos sistemas desenvolvidos”, afirma Victor Gomes, gerente da Divisão de Tecnologia e Inovação do SENAI-RS.
O TL5 Acessível é equipado com uma plataforma de elevação e um joystick. Com o equipamento, o operador do trator comanda os movimentos necessários para fazer seu próprio embarque o desembarque do veículo, com acesso ao assento do operador e comandos da máquina.
“O SENAI-RS atuou no desenvolvimento tecnológico em um projeto de aliança entre empresas que constituem a cadeia de fornecimento dos componentes para o trator”, explica o gerente do Instituto, Vitor Nardelli. O papel do SENAI se deu no desenvolvimento do elevador que leva a pessoa à cabine e também no sistema de controles do joystick para a operação do trator usando apenas as mãos.
Eduardo Kerbauy, vice-presidente da New Holland Agriculture para a América Latina, explica que o Instituto SENAI cuidou de toda a parte de eletrônica embarcada e de engenharia de software, trabalhando no desenvolvimento da tecnologia. “Eles pegaram a nossa prova de conceito e redesenvolveram o conceito do elevador, redesenhando a tecnologia para acessibilidade, como a parte do joystick do trator, por exemplo. Basicamente, eles desenvolveram a tecnologia e nós, como indústria, o produto”, sentenciou.
Sobre o Rota 2030
O Rota 2030 foi criado em 2018 pelo governo federal para desenvolver o setor automotivo brasileiro. Ao reduzir a alíquota de importação de autopeças não produzidas no país, as empresas depositam 2% do valor importado em projetos do programa A3 (Alavancagem de Alianças para o setor Automotivo), do SENAI, que investe milhões em inovação no setor e promove o desenvolvimento industrial e tecnológico para toda a cadeia.
Institutos SENAI de Inovação e Institutos SENAI de Tecnologia
Os Institutos SENAI de Inovação criam produtos, processos e soluções industriais por meio de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). Ao todo são 28 Institutos, que contam com mais de 1.100 colaboradores com experiência para pesquisa aplicada, sendo 49% deles mestres e doutores. Até hoje, mais de 2.400 projetos foram executados em parceria com mais de 1.000 empresas industriais, com valor acumulado de investimentos de R$ 2 bilhões.
Já os Institutos SENAI de Tecnologia oferecem serviços de metrologia e consultorias para redução de desperdícios e aumento de produtividade industrial. A rede, composta por 59 Institutos e cerca de 1.300 consultores, já atendeu mais de 19 mil empresas apenas em 2022. Nesse mesmo ano, os 130 laboratórios existentes nos Institutos realizaram mais de 1,4 milhão de atividades, sendo mais de 1.960 ensaios metrológicos.
