Covid-19 exige capacitação de inovação e acelera tecnologias da indústria 4.0

CNI e SOSA mostram como a inovação aberta resulta em métodos de produção mais enxutos, ágeis e eficientes e mapeiam startups para a indústria no Brasil

Startups que desenvolvem soluções em áreas como prevenção de infecções estão no relatório CNI-SOSA

A pandemia de coronavírus acelerou a demanda por tecnologias da indústria 4.0, como a captação e o uso de dados em tempo real, inteligência artificial e a internet das coisas, que conecta máquinas, equipamentos e sistemas de gestão.

O diagnóstico desses avanços e um mapa para acelerar o uso de inovações está no relatório inédito Indústria 4.0: Modo Covid-19. O relatório traz uma análise das tendências, tecnologias, startups e atividades que definem a Indústria 4.0 relacionada à Covid-19.

O documento foi apresentado na quinta-feira (10) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela empresa de inovação aberta SOSA, durante a última edição do Diálogos da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) – grupo criado e coordenado pela CNI, que reúne mais de 200 das principais lideranças empresariais do país. 


“Agora é a hora de investir na otimização do uso de recursos limitados em todas as operações de produção. Os avanços em sensores inteligentes e tecnologias de análise de dados estão inaugurando uma nova era de eficiência industrial. Mais do que nunca, é hora de inovar!”, explica a diretora de inovação da CNI, Gianna Sagazio.


Para ajudar as indústrias brasileiras a avançar na adoção de tecnologias 4.0, o relatório CNI-SOSA mapeia 50 startups que, juntamente com manufaturas de diversos segmentos, desenvolveram soluções em áreas como prevenção de infecções, automação e otimização, cadeia de suprimentos e resiliência operacional.

São tecnologias que podem, por exemplo, ajudar a manter os trabalhadores saudáveis e seguros a curto prazo e contribuir para a manutenção das operações durante interrupções relacionadas à pandemia. 

O convite é para que as indústrias brasileiras passem a adotar a inovação aberta como estratégia complementar. Nesse processo, além de desenvolver soluções com equipes próprias, dentro de suas fábricas, também é possível que as empresas se associem a startups, universidades e centros de pesquisa para desenhar soluções específicas, personalizadas, de forma mais ágil, mais focada e com menos recursos.

Ao identificar frentes de inovação aceleradas pela pandemia para as indústrias, o relatório mostra como o chamado “novo normal” exige que a indústria abrace o conceito 4.0 e incorpore tecnologias digitais, sobretudo para garantir a produtividade em tempos de distanciamento social e logísticas mais complexas.

Uma das primeiras medidas é proteger os trabalhadores. Com sistemas avançados de saúde, capazes de detectar os sintomas da Covid-19 entre os trabalhadores e outros que capturam dados em tempo real nas atividades e operações de chão de fábrica.

As informações podem ser utilizadas tanto para sinalizar equipamento de proteção individual (EPI) impróprio e monitorar a conformidade com as diretrizes de distanciamento social, quanto para descobrir insights para otimizar as operações de produção.

Outras aplicações adotadas pelas indústrias são tecnologias como computação de ponta artificialmente inteligente, sistemas de inspeção autônomos, impressoras 3D e robótica industrial que aumentam a força de trabalho limitada e garantem a produtividade em tempos adversos.

Investimento em inovação

Nas últimas décadas, a CNI tem se empenhado para o fortalecimento do ecossistema de inovação e tecnologia no país. Nesse sentido, desenvolve iniciativas como a MEI, criada em 2008, a Plataforma Inovação para a Indústria (antigo Edital de Inovação para a Indústria), além da própria atuação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e do Serviço Social da Indústria (SESI), por meio de sua rede de institutos e centros de inovação e tecnologia.

Mais recentemente, foi estabelecida uma parceria com o SOSA – empresa global de inovação aberta –, com o objetivo de integrar a indústria e as startups brasileiras aos mais avançados ecossistemas de inovação tecnológica global (saiba mais sobre a parceria). CNI e SOSA entendem que as corporações estão cada vez mais olhando para fora e engajando as startups como um meio de inovar para sobreviver.

Inovação no Brasil

Embora o conceito e as demandas da Indústria 4.0 tenham surgido antes da Covid-19, a maior parte das empresas brasileiras ainda não caminharam rumo à nova forma de produção focada na interconectividade, na automação, na inteligência artificial e na tomada de decisão baseada em dados.

Isso é o que mostram os resultados da Pesquisa CNI-SOSA sobre inovação e pandemia, realizada em junho. O levantamento constatou que 78% das indústrias do país não praticam inovação e 88% nunca trabalharam com startups.

Contudo, 67% das empresas consultadas afirmaram ter interesse em participar de um programa global de inovação aberta, indicando que elas têm consciência da relevância da inovação para a sobrevivência dos negócios e como porta de entrada na 4ª Revolução Industrial, considerando um cenário cada vez mais disruptivo e, ao mesmo tempo, incerto.

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