Além do universo: alunos do SENAI CIMATEC têm primeira aula no metaverso

No encontro virtual, alunos e professores do Centro Universitário SENAI CIMATEC da Bahia falaram sobre desenvolvimento de produtos para a indústria automotiva

mulher branca de cabelos curtos usa equipamentos para entrar no metaverso: um óculos especial e um dispositivo em cada mão. Ao fundo, uma tela de televisão mostra um ambiente virtual.
A professora Ingrid Winkler liderou a primeira aula no metaverso para alunos do SENAI CIMATEC junto com o professor Marcus Mendes

O futuro já começou. Estudantes do Centro Universitário SENAI CIMATEC, em Salvador (BA), começaram a ter contato com aulas completamente diferentes. Esqueça a sala de aula tradicional. Chão, paredes, carteiras e a lousa dão lugar a um ambiente totalmente virtual: o metaverso.

O primeiro contato da turma com essa realidade virtual foi no último dia 22. A atividade inédita foi conduzida pelos professores Ingrid Winkler e Marcus Mendes. O tema foi “Desenvolvimento de produto no metaverso: reflexões para a indústria automotiva”.

A Profª Dr.ª Ingrid Winkler, que lidera o Grupo de Pesquisa "Realidade Virtual e Realidade Aumentada para inovação na Indústria, Saúde e Educação" na instituição e coordena o Mestrado e Doutorado em Gestão e Tecnologia Industrial, defende que o novo ambiente pode trazer ganhos para o avanço das pesquisas em desenvolvimento de produtos.


“Os ambientes de realidade virtual abrem um novo horizonte de possibilidades que vão além do entretenimento. Estamos pesquisando como isso pode trazer ganhos para a indústria automotiva, que vão desde aumento da produtividade e bem estar do trabalhador, redução de custos e até redução da pegada de carbono”, afirmou Winkler.


A atividade fora da sala de aula convencional foi muito além dos cenários das plataformas de videoconferência, que se tornaram exaustivas durante a pandemia. No metaverso, o grupo, formado por professores e estudantes dos cursos de graduação em Engenharia de Produção e Engenharia Automotiva, e do doutorado em Gestão e Tecnologia Industrial (GETEC), se reuniu em uma sala virtual personalizada. O espaço escolhido foi o Horizon Workroom, uma plataforma criada pelo Meta (antigo Facebook) para a realização de reuniões com direito a projeção de apresentação e tecnologia de áudio espacial, que garante uma experiência de áudio 360º.

Para o Prof. Dr. Marcus Mendes, docente do curso de pós-graduação em UX Design & Strategy, a realização da aula foi um passo importante para avançar com a pesquisa aplicada no novo ambiente virtual: 


 “A experiência dentro do metaverso foi gratificante porque a gente está vivendo algo inovador.  Do ponto de vista da indústria automotiva, a discussão é a seguinte: é uma extensão da realidade, ou seja, a gente vai transferir os nossos paradigmas para essa realidade? Ou a gente vai realmente rever os paradigmas e pensar em conceitos completamente diferentes?”


Para Átila Lage, estudante de Engenharia de Produção e estagiário no setor de desenvolvimento de produto da Ford, a aula no metaverso foi mais dinâmica e centrada nas interações. "Foi uma honra participar da estreia do ensino superior no metaverso! Sem dúvidas, o início dessa pesquisa aplicada poderá quebrar alguns paradigmas, reduzir distâncias, tempo para tomada de decisões e irá abrir portas para novas possibilidades e modelos de ensino, mais horizontais, circulares e inclusivos”, afirmou.

Este primeiro passo demonstrou o pioneirismo da instituição baiana e reforçou a importância de levar a pesquisa científica para o metaverso. O ambiente virtual torna as interações a distância muito mais imersivas, permite novas experimentações e pode promover conexões entre pesquisadores do mundo inteiro.

Para o Centro Universitário SENAI CIMATEC, que conecta a pesquisa científica com as demandas da indústria, ocupar o metaverso significa dar mais um passo para o futuro. Segundo estudo recém-publicado publicado pela Universidade de Cambridge, cerca de 30% das organizações no mundo terão produtos e serviços adaptados para o metaverso.

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