Quem diria que uma brincadeira comum na infância de muitas meninas ia garantir a vaga de Bruna da Silva Rúpolo, 22 anos, na maior competição de profissões do mundo. A jovem gaúcha, que vai representar o Brasil na WorldSkills 2019, brincava de cabeleireira desde nova e foram as maria-chiquinhas e as tranças que fizeram com que Bruna procurasse um curso técnico no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) quando terminou o ensino médio.
“Eu procurei o curso de Cabeleireiro no Senac porque gostava muito dessa área desde pequena e pensei que ter esse curso ia ser o meu diferencial. Essa instituição abre muitas portas. Ia realizar o meu sonho de criança”, explica a representante brasileira.
Nascida em Parobé (RS), ela foi convidada pelos professores para participar do mundial das profissões ainda no início do curso. As primeiras aulas eram na unidade de Taquara, a 30km da cidade natal, mas depois que começou a treinar para a competição, Bruna teve que se mudar sozinha para Porto Alegre. “Eu visito meus pais em Parobé nos finais de semana sempre que dá. Conto com o apoio deles desde quando escolhi fazer o curso”, explica.
A gaúcha sabe que no histórico da ocupação ainda não há medalhas e por isso está treinando 8 horas por dia, de segunda a sábado. Aplicar cor, fazer cortes femininos e masculinos, penteados de casamento e de passarela são algumas das provas que ela executa diariamente. “Estou me preparando para trazer uma medalha”, destaca Bruna, que já conquistou o ouro na etapa nacional de Vitória (ES) e o bronze na primeira viagem internacional, na Austrália.
FUTURO – Ciente de que a WorldSkills pode abrir muitas portas para o mercado de trabalho, Bruna pretende voltar da Rússia e passar os conhecimentos adquiridos adiante, para os próximos competidores.
“Meus planos, no início, eram me formar e abrir um salão. Agora, depois que passar a competição, eu pretendo voltar como técnica e ajudar os próximos competidores e talvez até me tornar uma educadora no ramo”, explica a gaúcha que também pretende cursar Estética no ensino superior quando retornar.
É com os pais, o irmão de 6 anos e os amigos da cidade natal que Bruna passa o tempo livre para descansar e matar a saudade. Segundo ela, eles são a maior motivação para continuar dando o melhor nos treinamentos.