Curso oferece oportunidade de profissionalização para as mulheres do quilombo
Quem mora no quilombo Pedra D’Água, na região da cidade de Ingá (PB), sabe bem o que é dificuldade. O local de difícil acesso, de terrenos íngremes, abrange aproximadamente 132,4 hectares onde vivem mais de 100 famílias. O principal meio de sobrevivência é por meio da agricultura e da produção do artesanato.
Para ajudar a ampliar as formas de geração de renda para a comunidade, o Centro de Inovação e Tecnologia Industrial (CITI), do SENAI da Paraíba, em parceria com o Instituto Alpargatas, iniciou um curso gratuito de modelagem de vestuário.
Três vezes por semana, 13 quilombolas se deslocam para Campina Grande, em um ônibus da prefeitura da cidade de Ingá, para participarem da capacitação. Ao todo, serão 160 horas (equivalente a 2 meses e meio de duração) de qualificação, com o término das aulas previsto para o dia 18 de dezembro.
Curso traz nova perspectiva para a comunidade
A comunidade vive da agricultura, mas quando a chuva não cai, contam com a boa vontade da população, que envia doações de cestas básicas e outros alimentos para suprir a necessidade. Alguns moradores já deixaram a região em busca de oportunidades. O curso traz uma nova perspectiva para as moradoras do quilombo.
Uma das alunas que está cheia de expectativas é Maria da Penha, de 29 anos. A jovem costureira, sempre quis avançar nos estudos, e compartilhar novos conhecimentos com os familiares e amigos. Mas além das dificuldades de acesso à escola, enfrentou a resistência dentro da família e teve que adiar os sonhos por muito tempo.
“Sempre tive muita vontade de estudar, era um sonho, e mesmo depois que casei e tive meu filho, o sonho continuou, queria aprender mais, adquirir novos conhecimentos, e o SENAI e o Instituto Alpargatas estão me proporcionando essa realização”, comentou a aluna.
Para ela que só ouvia falar no SENAI, mas não sabia do que se tratava, a oportunidade que parecia tão distante, chegou esse ano quando recebeu a notícia que estavam abertas as matrículas do curso. E o melhor, ela não precisaria pagar para serem capacitadas.
Com a oferta do curso, as mulheres do quilombo dão um passo importante, rumo a profissionalização, e a um futuro de independência, onde poderão se manter por meio da geração da própria renda.
“Depois que concluir o curso de modelagem, quero participar de outros cursos na área de costura, para poder trabalhar, e ganhar meu próprio dinheiro, construir uma casa, e morar com meu filho, porque o meu maior objetivo é ter um crescimento pessoal”, destacou.
