Indústria promove discussão sobre educação e mercado de trabalho

Programa busca organizar uma agenda permanente com ações imediatas que melhorem a qualidade da educação dos jovens em fase de ingresso no mercado de trabalho ou que nele já se encontram

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea) lançaram em Alagoas, nesta quinta-feira, dia 22, o programa Educação para o Mundo do Trabalho, que busca organizar uma agenda permanente com ações imediatas que melhorem a qualidade da educação dos jovens em fase de ingresso no mercado de trabalho ou que nele já se encontram.

A ideia do setor produtivo é mobilizar empresários, governo, sociedade e pais de estudantes na construção dessa agenda. "Trata-se de um convite à ação, com estratégias comuns, para propostas educacionais concretas que promovam, com urgência, a educação para o mundo do trabalho", explicou o presidente da Fiea, industrial José Carlos Lyra de Andrade.

Nesta quinta-feira, o programa foi apresentado a diversos setores da sociedade alagoana, que assinaram um termo de adesão à ideia, na Casa da Indústria Napoleão Barbosa. "Nosso objetivo é idealizar a escola do futuro, adequá-la às novas tecnologias, construir uma nova agenda e inserir o jovem no mercado de trabalho. Hoje, estamos presos ao mundo livresco e esquecemos a realidade", destacou o diretor 1º secretário da Fiea e embaixador do programa, Alberto Cabús.

De acordo com o cientista político, doutor pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), e professor da Universidade de Brasília (Ipol/UnB), Paulo Kramer, o desafio é proporcionar um salto na qualidade da educação escolar básica. Ele apresentou números que considerou "preocupantes" sobre os níveis educacionais no País.

Segundo Kramer, 5,6 milhões de trabalhadores da indústria não concluíram o ensino médio e 2,2 milhões de brasileiros na faixa etária de 18 a 24 anos, com ou sem o ensino médio, estão fora do mercado de trabalho. O Brasil também possui 9,7% de pessoas com idade superior a 15 anos que são analfabetas plenas. "Quase 70% da população conclui o ensino fundamental com até 16 anos de idade, e 51,1% dos que têm até 19 anos chegam a cursar o 3º ano do ensino médio", acrescentou, ao lembrar que o nível educacional da população estimula ou entrava a modernização e a competitividade dos setores econômicos.

O secretário de Estado do Trabalho, Emprego e Qualificação Profissional, Alberto Sextafeira, ressaltou a importância da discussão envolvendo os diversos segmentos da sociedade. "É muito importante o debate promovido pelo Sistema S sobre educação no âmbito do mercado de trabalho num ambiente como esse", ressaltou.

No próximo dia 30 de outubro, uma reunião será promovida pela CNI com o objetivo de consolidar a agenda nacional da educação para o mercado de trabalho. Participaram da discussão na Fiea a especialista em Negócios Sociais da CNI, Ana Luzia Amaral, a desembargadora Nelma Padilha, a gerente executiva Educação do SESI/AL, Betânia Toledo, a gerente de Qualidade de Vida do SESI/AL, Claudia Piatti, estudantes e representantes de diversa instituições.

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