Alexandre Campos (esq), do Google for Education, afirma que a tecnologia tem potencial para solucionar antigos problemas do Brasil, mas é preciso melhorar o ambiente para a inovação

Como a inovação pode fazer a diferença em um país tão grande e com tantos desafios como o Brasil? A provocação feita pelo jornalista e youtuber Iberê Tenório, autor do canal Manual do Mundo, deu a tônica para a participação dos representantes do Google e da Uber, duas das maiores empresas de tecnologias da atualidade, na palestra Inovação e Novos Negócios, parte da programação da Olimpíada do Conhecimento 2018 nesta sexta-feira (6), em Brasília.

Alexandre Campos, diretor do Google For Education, acredita que tudo começa quando as empresas estão dispostas a ouvir seus usuários. Essa foi a base para a criação do Chromebooks, computadores mais baratos, ágeis com maior duração de bateria, que permitem que a tecnologia chegue a mais escolas e seja ferramenta para modernizar e facilitar o aprendizado de milhares de alunos.

A história não para aí. “Ouvíamos os professores dizendo que os aplicativos e softwares eram complexos e difíceis de usar. Então fomos atrás de criar aplicativos mais simples e mais intuitivos. Só construímos uma solução porque ouvimos os problemas”, afirma Campos. O Google for Education  é uma divisão da empresa voltada para o desenvolvimento de inovação para educação. No Brasil, tem parceria com diversas escolas, entre elas unidades do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) em Santa Catarina.

MOBILIDADE - A ideia da Uber é simples, mas nem por isso menos revolucionária. Ao propor nova relação entre demanda e oferta por mobilidade ao alcance da mão, a empresa inaugurou um modelo de negócios que, pela primeira vez, transformou completamente os transportes sem ter inventado um novo tipo de veículo. “A inovação é isso, é mostrar que, a partir de uma ideia, podemos fazer diferente o que temos feito da mesma maneira há décadas. Quando falam em uberização, vejo isso como algo positivo, como uma referência a uma mudança completa no padrão de comportamento”, avalia Mariana Polidório, gerente de Políticas Públicas da Uber.

Mariana Polidório lembrou que ideias simples, como a Uber teve para a mobilidade urbana, podem ter impacto significativo na vida das pessoas

ENTRAVES - Para florescer no Brasil, o país precisa destravar barreiras ao desenvolvimento da inovação. Para Polidório, a regulação não pode engessar novos modelos de negócio. “A inovação acontece em um ritmo rápido e a regulação não pode cercear as ideias que estão nascendo, pois assim poderemos perder oportunidades. O poder público não deve limitar a nossa criatividade, por isso precisamos de normas flexíveis” disse.

Antigos problemas estruturais são adversários à plena exploração do potencial que a tecnologia tem para resolver dilemas nacionais. Alexandre Campos lembrou que até hoje a banda larga não chegou à todas as escolas no país. “Precisamos de uma política de banda larga. Há 10 anos estamos falando nisso, mas ainda não há conectividade na sala de aula. Em diversas parcerias, já mostramos exemplos de como a internet contribui com o aprendizado, como empodera professores e estudantes”, ilustrou o diretor do Google.

Para ele, o ambiente de inovação melhorou muito nos últimos anos, mas é preciso ir além, pois o futuro demandará profissionais ainda mais qualificados para atuar em campos que hoje sequer existem, como mostrou levantamento recente do SENAI. “Não podemos deixar essa geração excluída das habilidades desse novo mundo digital”, concluiu.

SAIBA MAIS
10º edição da Olimpíada do Conhecimento
5 a 8 de julho de 2018
Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), próximo à ponte JK
Entrada gratuita