Favoritos, brasileiros na WorldSkills transformam pressão por medalha em motivação

Jovens que participam do mundial de profissões técnicas na Rússia tiram de letra responsabilidade de manter a tradição de pódio do Brasil

Após anos de dedicação e rigoroso treinamento, os competidores que disputam a WorldSkills iniciaram, com a ambientação, nesta quarta-feira (21), a jornada final em busca da sonhada medalha na olimpíada mundial de profissões técnicas. Cada um dos 63 jovens da delegação brasileira carrega o peso da responsabilidade de representar o Brasil na cidade de Kazan, na Rússia. Alguns participantes, porém, enfrentam pressão adicional: manter a tradição do pódio em modalidades em que o país é favorito. Para eles, vencer é também questão de honra.

A equipe brasileira evoluiu progressivamente na competição desde que começou a participar da WorldSkills, em 1983. A primeira medalha, uma prata na ocupação de Tornearia, foi conquistada em 1989, na Inglaterra, e, 26 anos depois, o Brasil foi o grande campeão do torneio realizado pela primeira vez na América Latina, em São Paulo, em 2015. Nesse período, estabeleceu-se em algumas ocupações, ao conquistar medalhas em sucessivas edições. Confira o histórico da participação do Brasil na WorldSkills:

O Brasil é referência em ocupações como Manufatura Integrada, Joalheria, Soldagem, Tornearia CNC, Mecânica de Refrigeração, entre outras. Na última edição, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, os brasileiros conquistaram medalhas de ouro em Mecatrônica, Eletricidade Industrial, Manufatura Integrada, Tornearia CNC, Polimecânica e Automação, Escultura em Pedra e Tecnologia de Mídia Impressa, além de outras de prata e bronze.

A pressão por medalhas, no entanto, não assusta a dupla que representa o Brasil na Mecatrônica. “A gente sabe que o Brasil tem um histórico muito bom na modalidade, mas a gente não quer viver de passado, a gente tem uma nova história para construir, uma nova medalha de ouro para conquistar todo dia. Foi para isso que a gente se dedicou”, disse Edmilson Silva Souza Neto, de Salvador.

Na seletiva nacional, os baianos desbancaram os representantes de Caxias do Sul (RS), celeiro da área, que construíram uma história de sucesso na ocupação. “Eu não sinto muito essa pressão, sei que o Brasil é referência em Mecatrônica, e temos que tomar isso como inspiração. Cada mundial é diferente e estamos preparados para manter o Brasil no pódio”, completa seu colega Ítalo Carlos Costa Gonçalves.

A pressão por medalhas não assusta Edmilson Silva, que representa o Brasil na Mecatrônica ao lado de Ítalo Costa

Postura semelhante tem a competidora da Tecnologia da Moda, Gabriella Louise dos Santos Silva, de São Paulo. “Ter outros competidores que foram medalhistas me traz mais confiança ainda de que é possível ao Brasil estar no pódio”, reforça ela. “Depois de hoje, a ambientação me trouxe mais confiança, estou com mais segurança dos nossos materiais, está tudo muito organizado e eu tenho certeza que o Brasil vai estar no pódio sim novamente.”

AMBIENTAÇÃO – Nesta quarta-feira (21), os competidores participaram da ambientação, etapa crucial do torneio. Foi o momento de conhecer os equipamentos e materiais que serão usados, assim como as tarefas que devem ser cumpridas durante as provas, que começam na sexta-feira. A etapa de competição dura quatro dias e vai até segunda-feira.  

Gabrielli Kretschmer, de Novo Hamburgo (RS), competidora de Logística Internacional, conheceu os softwares, computadores e impressoras que utilizará durante as provas. Teve de pedir para trocar a linguagem dos programas, que estava em russo. “É preciso checar se está tudo certo, tudo funcionando adequadamente, porque se não estiver, há impacto na prova”, explica. Depois dos acertos, ela está confiante. “Agora estou tranquila, acho que fiz tudo o que era preciso, fui a última a sair da sala porque queria que tudo estivesse 100% acertado, porque eu realmente considero este um dos dias mais importantes para a competição”, explica.

Gabrielli Kretschmer, de Novo Hamburgo (RS), competidora de Logística Internacional, conheceu os softwares, computadores e impressoras que utilizará durante as provas

A COMPETIÇÃO - A WorldSkills é o maior torneio de educação profissional do planeta. A cada dois anos, jovens de até 22 anos disputam medalhas de ouro, prata e bronze, assim como certificados de excelência, em provas que reproduzem o dia a dia das profissões. Cada ocupação tem provas específicas, nas quais os competidores precisam demonstrar habilidades individuais e coletivas para realizar provas que reproduzem o dia a dia do mercado de trabalho em padrões internacionais de qualidade.

COBERTURA COMPLETA - Acompanhe a cobertura completa da WorldSkills 2019 aqui na Agência CNI de Notícias, no perfil do SENAI no Facebook, Twitter e Instagram. Todas as fotos estarão disponíveis no Flickr da CNI.

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