Evento do SESI inspira crianças e adolescentes a pensarem soluções inovadoras para as cidades

O desafio City Shaper (construindo cidades inteligentes e sustentáveis), foi apresentado a estudantes de São Paulo, nesta terça-feira (27)

"O universo da robótica não se resntringe ao SESI, queremos cada vez mais a participação de todos" - Sérgio Gotti

Com o objetivo de inspirar crianças e adolescentes a pensarem em soluções para problemas nas cidades, o Serviço Social da Indústria (SESI) realizou nesta terça-feira (27), em São Paulo, um evento de divulgação da temporada 2019/2020 do Torneio de Robótica FIRST LEGO League. Com o desafio City Shaper (construindo cidades inteligentes e sustentáveis), os estudantes vão debater questões como mobilidade e acessibilidade. 

Na abertura, o gerente-executivo de Educação do SESI, Sérgio Gotti, parabenizou os estudantes pelos recentes resultados obtidos em torneios internacionais de robótica. “É impressionante como, no exterior, o Brasil passou a ser reconhecido pelo seu bom desempenho em robótica, e isso é mérito de vocês”, afirmou. Gotti também falou sobre o tema da competição deste ano: “Quantas propostas vocês vão trazer para tornar o nosso mundo melhor. Quantas pessoas, hoje, vivem sem moradia, será que são vocês que vão encontrar essas soluções”, disse.

Para o supervisor técnico do SESI-SP, Ivanei Nunes, essa edição será especial porque dará aos estudantes a oportunidade de pensar em soluções para o dia a dia deles. “Nós, que moramos aqui em São Paulo, ou em outras grandes cidades do país, sabemos que tudo poderia ser melhor se nós pudéssemos ter a oportunidade de pensar, de planejar as coisas antes de acontecerem. Esse torneio vai proporcionar isso para que vocês, futuros arquitetos e engenheiros, possam contribuir para que as grandes cidades fiquem mais bonitas e inteligentes”, pontuou.

Quem também esteve no evento para ajudar a estimular a imaginação da moçada foi o  expert em cidades inteligentes, Renato de Castro, que, ao invés de palestrar, optou por um bate papo descontraído com o público. Para ele, o principal problema para se pensar em soluções para as cidades do futuro é a mentalidade das pessoas do presente, que acham que só é possível se criar gastando muito dinheiro, e que não estão preparadas para lidar com a velocidade das mudanças tecnológicas que estão ocorrendo ao redor do planeta. “Por isso é tão importante esse trabalho de colocar as crianças, as futuras gerações para pensarem no assunto. São elas que vão encontrar essas respostas”, explicou Renato.

" Esse torneio vai proporcionar isso para que vocês, futuros arquitetos e engenheiros, possam contribuir para que as grandes cidades fiquem mais bonitas e inteligentes" - Ivanei Nunes

DICAS PRECIOSAS - A dica do especialista para as equipes fazerem sucesso em torneios internacionais? Simplicidade! “Se eu puder dar uma dica pra vocês é essa: foquem em problemas reais, da sua cidade, e tentem resolve-los de forma simples. É isso o que eu vejo que tem dado mais certo em outros países que encontraram saídas inteligentes e sustentáveis para suas cidades”, disse.   

O especialista deixou claro que boas ideias não precisam envolver, necessariamente, o uso de elevadas tecnologias, muito menos, quantias exorbitantes de recursos. “Cidades inteligentes envolvem tecnologias como forma de melhorar a qualidade de vida, mas envolvem também conceitos de novas economias, como criativa, compartilhada e circular”, disse Renato, destacando que é preciso preservar o DNA de cada cidade, ou seja, as características únicas que fazem parte da história e do modo de vida locais. “O conceito de cidade inteligente não está no tamanho da cidade, nem no volume de tecnologia aplicada, e, sim, na simplicidade”, afirmou.

Renato citou vários exemplos de problemas resolvidos de forma simples, como o problema mundial do acúmulo de lixo por causa das embalagens de plástico. Ele exibiu um vídeo mostrando o case de pesquisadores que criaram  a embalagem de água mineral comestível, envolta por uma membrana feita a base de alga marinha. O palestrante provocou os estudantes: “Senhores, simplicidade! Quer acabar com a embalagem? Come a embalagem! Comecem a pensar fora do quadrado para a solução de vocês”, desafiou.

Outra dica do expert foi para que os estudantes utilizem tecnologias como realidade aumentada em seus projetos. “Existem muitas tecnologias já inventadas que só precisam ser implementadas de forma inteligente. E lembrem-se: as pessoas que vão usufruir das soluções de vocês não precisam entender de robótica, precisam, sim, ter suas vidas melhoradas”, concluiu. Os estudantes aproveitaram o momento de debate para tirar várias dúvidas com o palestrante.

“O conceito de cidade inteligente não está no tamanho da cidade, nem no volume de tecnologia aplicada, e, sim, na simplicidade” - Renato de Castro

CALDERÃO DE IDEIAS - Os alunos do SESI de Jundiaí contaram que as dicas do palestrante e os cases trazidos por ele foram fundamentais para melhorar o projeto que eles estão formatando. “Estamos criando um Instrumento de Controle de Tráfego, para substituir os atuais semáforos. Ele terá reconhecimento facial, energia fotovoltaica, mecanismos em braile, autofalante e sinalizadores”, explica a aluna Ana Clara Santos.  

Outra estudante, Sofia Omena, 12 anos, ficou bem atenta à parte em que o palestrante disse que muito mais importante do que ter dinheiro para bancar um projeto, é ter uma boa ideia. “Muitas equipes começam do zero, então, é muito bom ouvir de um expert como ele que é possível tirar a ideia do papel mesmo sem tantos recursos”, disse.

Para o professor André Paviliones, do colégio particular São Miguel Arcanjo, o evento serviou para inspirar. “Ainda não temos um projeto. Viemos para aprender, para pegar um norte, e tenho certeza de que agora, na volta pra escola de ônibus, muitas ideias já vão surgir. Foi demais, sensacional”, disse. O aluno dele, Mateus Di George, 12 anos, saiu do evento bastante empolgado. “Foi muito legal! Às vezes se inventam coisas muito caras que vão ajudar poucas pessoas, coisas muito caras que nem são tão úteis”, comentou.

Integrantes da ONG Olhar de Laura, que desenvolve um projeto social com a comunidade carente das redondezas de Jaguaré, zona norte de SP, também participaram do evento. O jovem estudante Cauã Conceição de Melo, 11 anos, pegou três linhas de trem até chegar ao local do evento, no edifício World Trade Center, no bairro Brooklin Novo. Acompanhado da avó, o menino veio encontrar seu professor, que é voluntário da ONG, somente para saber mais sobre cidades inteligentes. “A gente pensa em fazer algo sobre transito, que é uma coisa que atrapalha muito a nossa vida e nos faz chegar atrasados em quase todos os lugares”, disse.  

SAIBA MAIS - As inscrições para a etapa regional do torneio começam no dia 1º de outubro. Podem participar estudantes de 9 a 16 anos, de escolas públicas e particulares. 

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