Estudantes de diversas idades que se destacam em torneios na área de matemática e robótica, em feiras de ciência e tecnologia e até em conhecimentos adquiridos fora da sala de aula. Assim são os alunos do Serviço Social da Indústria (SESI): buscam a aplicação prática do que é ensinado em sala de aula e levam o que aprendem fora de classe para o ambiente escolar. “Acreditamos que dessa forma a educação formal se torna bem mais prazerosa e divertida e capaz de formar cidadãos e pessoas preparadas para o mundo do trabalho”, destaca o diretor de Operações do SESI, Marcos Tadeu de Siqueira. Para marcar o Dia do Estudante, comemorado no dia 11 de agosto, a Agência CNI de Notícias buscou alguns desses estudantes da rede do SESI que se destacam e fazem a diferença.
1. Alessandro Azevedo Duarte, Centro SESI de Atividades do Trabalhador Maria José D´Almeida Mello, em Pedro Leopoldo (MG)
Recém ingresso no curso de Engenharia de Controle e Automação na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Alessandro Azevedo Duarte afirma que deve ao SESI essa e outras conquistas em sua vida. “No SESI, me encontrei, fiz muitas amizades com outros estudantes e, principalmente, com professores e tive uma educação de qualidade não apenas nas disciplinas regulares mas na minha formação como cidadão”, destaca Alessandro, que conclui o ensino médio no ano passado.
O ex-aluno do SESI elogia o processo pedagógico da instituição, que envolve o aprendizado teórico com a prática. A qualidade do ensino que recebeu pode ser comprovada neste ano na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), promovida pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). O projeto desenvolvido pelo Alessandro com outras três colegas do SESI ficou em segundo lugar entre as iniciativas apresentadas na Febrace. “Desenvolvemos nosso trabalho em oito meses e ficamos entre os primeiros, com projetos que tinham, em média, quatro anos de vida”, orgulha-se. O trabalho consistia em produção de tinta à base de dióxido de titânio e cal capaz de transformar poluentes atmosféricos em gases inofensivos que, inclusive, contou com o apoio de uma indústria. Agora, Alessandro e as colegas estão patenteando o projeto para inseri-lo no mercado futuramente.
2. Dimitri Tavares Oliveira, Escola SESI Industrial Abelardo Lopes, em Maceió (AL)
Estudante do 8º ano, Dimitri Tavares Oliveira, de 13 anos, detestava matemática até uns três anos atrás. Mas, quando estava no 5º ano, o professor que lecionou a Dimitri ajudou o jovem a encontrar prazer na disciplina. A fórmula deu tão certo que o estudante não apenas começou a ficar entre os primeiros da turma como decidiu mudar para o SESI no começo deste ano para acompanhar o irmão mais novo e também por encontrar na escola grande estímulo para o aprendizado das exatas, sobretudo, pela participação em torneios de robótica, uma das paixões de Dimitri.
Não demorou muito para o jovem colher os frutos dessa boa decisão. Foi medalhista de ouro no Brasil em sua categoria no Concurso Canguru sem Fronteiras 2017, promovido pela Associação Canguru Sem Fronteiras (AKSF, em francês), que teve neste ano 6 milhões de inscritos em todo o mundo. “Mesmo proporcionando uma educação de qualidade nas disciplinas formais, o ponto que mais me chama a atenção é a preocupação do SESI em formar cidadãos. Na minha escola, aspectos comportamentais são levados em conta na hora da avaliação”, elogia Dimitri.
3. Ana Cláudia Alves Negri, SESI Gama, Distrito Federal
Aluna do 9º ano da escola do SESI no Gama (DF), Ana Cláudia Alves Negri, de 14 anos, é comprometida com os estudos e gosta muito da educação ofertada pela instituição, que tem dado a ela oportunidades que jamais imaginou. Entre as quais, uma viagem para Bach, no Reino Unido, para disputar o Campeonato Aberto Internacional de Robótica da First Lego League, no qual a equipe de Ana Cláudia ficou com o segundo lugar entre cem equipes de 37 países. O desafio foi criar soluções que promovessem a maior cooperação entre os seres humanos e os animais. Ela e os outros seis integrantes do time desenvolveram uma plataforma virtual em que os donos de animais com deficiência locomotora solicitam a fabricação de órteses – uma espécie de aparelhos ortopédicos para animais. Desde o início do ano, a plataforma teve 2.297 acessos e a solicitação de 25 órteses.
Para Ana Cláudia, o sucesso no torneio é fruto de um trabalho em equipe, bem conduzido pelo SESI, que envolveu alunos, professores, gestores escolares e pais. “Estudo no SESI desde o 6º ano. A instituição prepara realmente as crianças e jovens para serem bons profissionais e cidadãos por meio de diversas atividades que são fundamentais para o currículo”, relata a aluna.
4. Mário Eugênio Silva de Oliveira, Educação de Jovens e Adultos (EJA), SESI em Salvador (BA)
As experiências de vida de Mário Eugênio Silva de Oliveira, de 40 anos, contaram muito na hora de concluir com rapidez o ensino fundamental e médio. A nova metodologia de Educação de Jovens e Adultos (EJA) do SESI, que faz um teste para reconhecimento de conhecimentos prévios, permitiu que em poucos meses Mário Eugênio, que é motorista de uma empresa do setor têxtil, não só finalizasse os estudos como começasse a dar um passo além: ele está fazendo um curso de educação profissional em montagem e manutenção de microcomputadores no Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).
Ele havia parado os estudos na 7ª série, mas como gosta muito de ler e aprender sobre diversos assuntos por conta própria, foi absorvendo conhecimentos do currículo da escola regular. O resultado desse esforço veio no teste de reconhecimento de saberes, no qual Mário Eugênio teve 100% de aproveitamento, o que fez com que ele concluísse os estudos em cinco meses, neste ano. “Tentei diversas vezes recomeçar os estudos, mas fui parando pelo caminho por conta de tempo. Mas, quando o SESI chegou com essa proposta mais dinâmica, de educação a distância, logo percebi que conseguiria finalmente realizar meu sonho de concluir o ensino médio”, comemora. “Além disso, o método do SESI foi muito bom por trazer questões do nosso dia a dia.”
5. Manuel Jesus Farias Rufino, EJA, SESI em Biguaçu (SC)
O fato de não ter curso superior não impediu o diretor-geral da Cozinha Fácil Indústria e Comércio, Manoel Rufino, de 52 anos, chegar ao comando da fábrica de mais de 300 funcionários localizada em Biguaçu (SC). Mas isso não o fez acomodar. Bastou o SESI apresentar a proposta de EJA Profissionalizante e o executivo viu uma oportunidade de concluir o ensino médio. “Gostei do método flexível, com maior carga horária para a educação a distância”, diz.
Em três meses, com muito esforço, foco e dedicação, Manoel conseguiu ter 100% de aproveitamento na prova de reconhecimento de saberes e concluiu o ensino médio. Agora dedica-se ao curso de educação profissional no SENAI na área de eletricidade. No próximo ano, pretende ingressar na faculdade de Direito. Ele destaca que quem estuda e tem diploma consegue ser melhor reconhecido no mercado, mas acredita que são os valores que destacam os grandes líderes. “O segredo é dar o exemplo e confiar nas pessoas e não querer que os demais o atendam porque você está mandando, sendo autoritário”, afirma.