Equipes de robótica do SESI estão entre as finalistas de prêmio mundial de inovação

As equipes Biotech e Titans L.J. ficaram entre as vinte semifinalistas do prêmio Global Innovation, criado pela FIRST para as principais inovações criadas em projetos de robótica. Projetos concorreram no Festival SESI de Robótica

Equipe Titans L. J. do SESI Planalto (GO)

Imagine ter o um projeto de pesquisa entre os vinte melhores do mundo no quesito inovação entre 40 mil concorrentes. Duas equipes de robótica do Brasil conheceram essa sensação no último sábado, quando a FIRST (For Inspiration and Recognition of Science and Technology) anunciou os semifinalistas do prêmio Global Innovation, criado para valorizar as ideias mais inovadoras de cada temporada de competição da robótica educacional, promovidos pela organização norte-americana e que, no Brasil, é realizado pelo Serviço Social da Indústria (SESI)

As equipes Titans L.J., do SESI Planalto (GO), e Biotech, do SESI Barra Bonita (SP), mergulharam de cabeça no tema da última temporada City Shaper – construindo cidades inteligentes – e elaboraram soluções tão inovadoras que até os gestores locais, prefeitos e governadores, avaliam implementar tais inovações no dia a dia das cidades. Ambos os projetos concorreram no Festival SESI de Robótica, que ocorreu em São Paulo, no início de março e agora disputam uma premiação de US$ 20 mil para ser investido no desenvolvimento do projeto.

Casca de laranja para ajudar na redução de acidentes de trânsito

Moradores de Goiânia, os estudantes da equipe Titans L.J. resolveram pesquisar soluções para um problema muito comum na cidade deles: acidentes de carro provocados por pistas escorregadias. O motivo das derrapadas já era conhecido. Uma frutinha chamada jamelão, muito comum na cidade. Ao cair no asfalto, o fruto roxo libera uma espécie de gordura, que deixa o asfalto escorregadio, elevando o risco de acidentes. 

Após realizarem um profundo trabalho de pesquisa, os estudantes escolheram a casca da laranja como agente neutralizador da gordura liberada pelo jamelão. O resultado da pesquisa foi a criação de um composto que, se jogado no asfalto, consegue resolver o problema do asfalto se tornar mais escorradio e melhora as condições de segurança no trânsito.

O projeto foi levado ao conhecimento da prefeitura de Goiânia e de outros órgãos ligados ao meio ambiente, para tratar da questão das árvores de jamelão, e de trânsito, para levantar as regiões mais afetadas pelo problema. Agora, a equipe conseguiu dois caminhões pipa emprestados para dar início aos testes com o composto nas ruas da cidade.

A equipe até poderia criar uma empresa para tentar vender o composto criado, mas, o técnico da Titans, professor Fernando Barbosa, explica que este não é o objetivo. “Se vendêssemos, isso acabaria voltando para nós mesmos pagarmos, em forma de impostos. Não é isso o que queremos. Queremos ajudar a nossa cidade, vamos doar o composto para que ele seja usado e ajude a reduzir os acidentes”, esclarece. “Estamos num momento de pandemia, com pessoas perdendo seus empregos, é hora de pensar no coletivo”, disse.

Equipe Biotech, do SESI de Barra Bonita (SP)

Projeto de robótica traz possível fim às rachaduras no asfalto

Já a equipe Biotech desenvolveu um selante asfáltico, que atua se expandindo e bloqueando a ação nociva da água e um dos principais responsáveis por rachaduras em ruas e avenidas. O objetivo dos estudantes é revolucionar a indústria da pavimentação, acabando com a formação de buracos nas estradas de uma vez por todas.

Com base no tema da temporada e pensando em cidades mais inteligentes, os alunos pesquisaram e identificaram que um dos grandes problemas das cidades são as rachaduras e fissuras, que levam à degradação do pavimento das estradas com o passar do tempo. “É um problema gravíssimo, pois atinge diretamente a sociedade, provocando engarrafamentos, acidentes e problemas mecânicos nos veículos”, conta Lais Santos, de 13 anos. 

Os estudantes contaram com a ajuda de um químico e realizaram diversas entrevistas com engenheiros e especialistas, a fim de adquirirem um resultado sustentável, eficaz e aplicável em grandes e pequenas obras. Ana Maria, a técnica da equipe, conta que era desejo dos alunos utilizar um material sustentável para a produção do selante, e foi assim que chegaram na lignina, que pode ser extraída do bagaço da cana-de-açúcar, produto existente em grande quantidade em Barra Bonita.

A aluna Manuela Rodrigues, 14 anos, explica: “A lignina, além de reter a umidade, é resistente a temperaturas extremas e tem um alto potencial adesivo. Enquanto as nanopartículas de carbono são estruturas tubulares e flexíveis. A combinação dos compostos é o que possibilita a capacidade do selante de quadriplicar a durabilidade e a resistência dos pavimentos utilizados nas cidades, impedindo que fissuras e rachaduras se formem desde o princípio da construção.”

Os projetos de inovação foram apresentados ao público durante o Festival SESI de Robótica, em São Paulo

Equipes brasileiras são finalistas entre 40 mil projetos de robótica em todo mundo

As duas equipes comemoraram muito, cada uma de sua casa, o fato de estarem entre os vinte melhores, dentre mais de 40 mil projetos de robótica analisados pela FIRST. “Minha aluna estava filmando a transmissão da FIRST e, na hora em que anunciaram o nome da equipe, ela gritou tanto que quase deixou o celular cair no chão”, conta Fernando, técnico da Titans L.J.

Você também pode votar

Este ano, a votação será on-line. Para saber como votar, acesse a página da FIRST e confira as novidades do 10º prêmio Global Innovation da FIRST LEGO League! 

SAIBA MAIS - Acompanhe tudo sobre a temporada 2019/2020 do Torneio SESI de Robótica FIRST LEGO League, do Torneio SESI de Robótica FIRST Tech Challenge e do Torneio SESI F1 nas Escolas aqui na Agência CNI de Notícias e nos perfis do Torneio no Instagram e Facebook. Veja as fotos no Flickr da CNI.

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