Oficinas de Aprendizagem integram alunos dos três anos do ensino médio em busca de soluções para desafios

Você já pensou em aprender física, química e história em dois idiomas? Essa é a proposta do Colégio SESI Internacional, em Curitiba. Na escola de ensino médio localizada no Campus da Indústria, no Jardim Botânico, os professores – bilíngues – ensinam as disciplinas regulares tanto em português como em inglês. 

A nova metodologia com ensino bilíngue começou a funcionar neste ano como projeto piloto na unidade paranaense. Os 85 alunos estudam em período integral, de segunda a sexta-feira. Além disso, eles também participam de workshops em inglês, possibilitando que, ao final do curso, já dominem o idioma. 

O objetivo com as aulas é mostrar que aprender inglês é mais fácil do que parece, além de preparar os estudantes para o mercado de trabalho. “Na escola, não apenas o professor fala os dois idiomas, como também o pedagogo, o diretor, o secretário e os monitores. Foi um desafio implementar essa metodologia em um sistema que vem dando certo”, conta a gerente de Operações Inovadoras do Colégio SESI, Lílian Luitz. 

Ela se refere às oficinas de aprendizagem, implementadas há nove anos nos colégios da rede SESI do Paraná, que buscam formar profissionais e, principalmente, futuros líderes. Nas oficinas, estudantes dos três anos do ensino médio aprendem conteúdos de forma integrada. Os jovens trabalham exclusivamente em equipe, que é formada por alunos de diferentes séries (interseriação). A cada bimestre é lançado um tema e o aprendizado se dá no processo em que os alunos têm de responder a esse desafio, reunindo o conhecimento adquirido de todas as disciplinas. Lílian exemplifica a metodologia. Ouça aqui.

A diferença agora, no Colégio SESI Internacional, é que essas aulas passam a ser também em inglês. Para que todos os estudantes acompanhem os conteúdos de maneira uniforme, quem precisa participa de aulas especiais de nivelamento. A estudante do 1º ano Beatriz Antoniazzi, de 14 anos, conta que, no início, ela entendia pouco o inglês. Agora, sete meses depois, a realidade é outra. 

"Fizemos uma imersão, o que dá a fluência de fato. O inglês é tudo, quanto mais você sabe, mais portas se abrem. E aqui aprendemos vocabulário científico e coloquial. E isso com certeza vai ajudar a me soltar mais numa entrevista de emprego ou em reuniões. Além disso, temos muitos seminários para treinar a falar em público", diz Beatriz, que pretende ser diplomata. 

Ainda segundo a estudante, a maior barreira na escola passa a ser uma ou outra disciplina, e não mais o idioma. "Temos aulas de matemática, física. Tudo nas duas línguas. Agora mesmo tive uma prova de robótica em inglês", cita. 

No mês de julho, o ministro da educação, Henrique Paim, conheceu o Colégio SESI Internacional. Ele conversou com alunos, elogiou a metodologia e disse que o modelo de ensino pode ser uma referência para todo o país. 

METODOLOGIA DE SUCESSO - A metodologia de oficinas de aprendizagem, em vigor desde 2005, é aplicada em toda a rede de ensino do SESI no Paraná. São 51 colégios com mais de 14 mil alunos atualmente. Ela oferece uma educação participativa, desenvolvedora de competências e que valoriza a postura ativa e investigativa dos adolescentes. 

A ex-aluna Crislaine Alessandra, de 23 anos, terminou o ensino médio no Colégio SESI em 2008. Segundo ela, a experiência na escola proporcionou um diferencial. “A gente tinha que fazer muita pesquisa, não era apenas seguir um livro específico. O trabalho em equipe fez muita diferença. Quando entrei na universidade, conseguia lidar melhor com as pessoas, não perdia tempo com brigas, e tentava ver o valor de cada um para trabalhar melhor”, afirma Crislaine. 

COLÉGIO SESI e COLÉGIO SESI INTERNACIONAL - O Colégio SESI é uma iniciativa do SESI do Paraná. Com foco no mercado de trabalho, o aluno pode realizar um curso profissional do SENAI, no contraturno escolar, a partir do 2º ano do ensino médio. Mais de 80% dos alunos matriculados no Colégio SESI escolhem essa opção. 

A metodologia com oficinas de aprendizagem está, desde 1996, patenteada na Biblioteca Nacional, na categoria propriedade intelectual, e mais recentemente obteve o registro também no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial).