Já se passou quase um ano desde a 45ª edição da WorldSkills. O Brasil ficou em 3º lugar geral no ranking total de pontos da maior competição de profissões técnicas do mundo, que foi realizada em Kazan, na Rússia, em 2018/2019.
A delegação brasileira conquistou duas medalhas de ouro (Desenho Mecânico em CAD e Manutenção de Veículos Pesados), cinco de prata (Computação em Nuvem, Tecnologia da Moda, Tornearia CNC, Engenharia de Moldes para Polímeros e Cuidados de Saúde e Apoio Social) e seis de bronze (Instalações Elétricas Prediais, Segurança Cibernética, Aplicação de Revestimento Cerâmico, Tecnologia de Laboratório Químico, Mecatrônica e Soldagem).
Além disso, os jovens técnicos também voltaram para o Brasil com 28 certificados de excelência - dados àqueles que ficaram acima da nota média de todos os competidores da ocupação.
Mas o que será que eles estão fazendo atualmente? A maioria dos competidores, que se saíram bem na disputa, decidiram passar esse conhecimento a diante, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), onde hoje são contratados e auxiliam nos treinos dos próximos competidores.
Medalhistas dão aulas e ajudam no combate ao coronavírus
O medalhista de ouro em Desenho Mecânico em CAD, Leonardo Souza, por exemplo, é um deles. Assim que retornou ao país, o jovem começou a dar aulas presenciais no SENAI de Araraquara (SP), mas com a chegada do novo coronavírus, ele conta que agora tudo migrou para o ambiente virtual e as aulas são a distância (EaD).
Ele explica que no futuro, pós-pandemia, pretende concluir a faculdade e continuar lecionando no SENAI. “Do mesmo jeito que me prepararam super bem, eu quero fazer isso para passar meu conhecimento e manter o SENAI forte mundialmente”, afirma Leonardo.
Assim como Leonardo, outra ex-competidora que optou por dar aulas no SENAI foi a Gabriella Louise, medalhista de prata na ocupação Tecnologia da Moda. A jovem, além de participar do treinamento de quem vai representar o Brasil na mesma ocupação que ela, participou da produção de máscaras do SENAI de São Paulo no início da pandemia.
“Quando começou o isolamento social houve um revezamento de funcionários. Alguns tiraram férias e outros ficaram na escola para confeccionar esses equipamentos de proteção individual. Produzíamos mais de 3 mil máscaras por dia para doar para hospitais do estado”, conta Gabriella.
Ela também explica que é importante valorizar a participação dos jovens com capacitação técnica, seja em competições ou no mercado de trabalho. Para Gabriella, o Dia Mundial de Habilidades do Jovens – comemorado em 15 de julho – é uma ótima oportunidade para debater sobre a importância da educação técnica.
“Ter em vista que o período da juventude do ser humano não é só um momento de experiência existencial, é muito mais do que válido. Acredito que a Organização das Nações Unidas (ONU) fez muito bem em instituir esse dia para debater as estratégias de como aproveitar melhor a contribuição dos jovens no mercado e vice versa”, afirma.
WorldSkills promove live no Dia Mundial das Habilidades dos Jovens
Por falar sobre o Dia Mundial das Habilidades dos Jovens, a WorldSkills promoverá um bate-papo, nesta quarta-feira (15), sobre a necessidade de resiliência durante este período que estamos vivendo.
Participarão da rodada de conversa os campeões da maior competição de profissões técnicas de todos os continentes, que vão abordar como a pandemia global os afetou e a seus colegas profissionais qualificados.
Quem vai representar as Américas é o ex-competidor e medalhista de ouro em Joalheria, Leonardo Fonseca Rodrigues, do Brasil. O jovem de 25 anos, atualmente, trabalha na própria empresa de joias e enxergou esse período de crise como uma oportunidade para amadurecer ideias novas sobre a marca que criou em 2015, logo após participar da competição.
Segundo o joalheiro, participar da comemoração desta data na conferência da WorldSkills é uma honra. Ele conta que em seu discurso não vai faltar criatividade, já que foi o que mais utilizou para se reinventar nos últimos meses. Leonardo acredita que a educação técnica pode abrir muitas portas e incentivar as pessoas a correrem atrás do que desejam.
“Acredito que os jovens precisam ter acesso a mais informações, para se conhecerem melhor e identificarem suas paixões. Imaginem quão produtivas as pessoas e o profissionais serão quando trabalharem com o que amam. Imaginem qual seria o resultado das empresas se todos ali estivessem apaixonados pelo que fazem”, explica Leonardo sobre a importância do bate-papo sobre juventude, habilidades e resiliência.
Também participam das discussões Borhene Chakroun, diretor da divisão de Políticas e Sistemas de Aprendizagem ao Longo da Vida da UNESCO, e Chris Humphries, presidente interino da WorldSkills.
O que é o Dia Mundial das Habilidades Juvenis?
O dia designado pela ONU procura gerar maior conscientização e discussão sobre a importância da educação técnica, profissional e treinamento e o desenvolvimento de outras habilidades relevantes para as economias locais e globais. Espera-se que contribua para reduzir o desemprego e o subemprego entre os jovens de todo o mundo. Além disso, a data destaca o desenvolvimento de habilidades para jovens para chamar a atenção para a necessidade crítica de habilidades comercializáveis.
A Indústria contra o coronavírus: vamos juntos superar essa crise
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