O Brasil é o país com maior número de medalhas na terceira edição da WorldSkills Américas, a competição interamericana de profissões técnicas, realizada em Bogotá entre 1º e 5 de abril. Na cerimônia de encerramento deste domingo, 6 de abril, foram anunciadas as 25 medalhas de ouro, quatro de prata e uma de bronze para a delegação brasileira, que competiu em 31 modalidades profissionais.
A equipe brasileira que participou da Worldskills Américas é formada por 34 estudantes de cursos técnicos e de aprendizagem profissional, sendo 30 do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e quatro do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). Nas provas, os estudantes precisam executar tarefas do dia a dia do trabalho nas profissões que escolheram, seguindo padrões internacionais de qualidade. Vencem aqueles que conseguem resolver o desafio dentro do menor prazo com o menor número de falhas.
A competição, que reuniu 186 jovens, teve, no total, 36 modalidades profissionais, das quais cinco ocorreram de forma demonstrativa. O Brasil alcançou a maior pontuação entre todas as delegações (16.755 pontos), mais de 3 mil pontos à frente da Colômbia, a segunda colocada, com 13.029 pontos. Esse somatório leva em conta o desempenho de toda a delegação de cada país.
Alvenaria - Ariel Bertoluci - Ouro
Cabeleireiro - Juliana Almeida Bezerra - Ouro
CAD - Gabriel de Castro Freitas - Ouro
Confecção de roupas - Mariana Mariah Vieira de Freitas - Ouro
Confeitaria - Luiz Gustavo Brant - Ouro
Cozinha - Poliana Aparecida do Nascimento - Bronze
Design Gráfico - Paulo Henrique Castro Pereira - Ouro
Desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis - Guilherme Lima Hernandez Rincão e Micael Brito de Jesus - Ouro
DryWall - Rudimar Braga dos Santos - Ouro
Eletricidade industrial - Caique Ferreira de Faria - Ouro
Eletricidade predial - Leandro Figueiredo Oliveira - Prata
Eletrônica - Mauri Saraiva dos Santos - Ouro
Enfermagem - Rita de Cassia Rocha Agliardi - Ouro
Fresagem CNC - Henrique da Silva Santana - Ouro
Fresagem - Wesley Silvestre dos Santos - Ouro
Instalação hidráulica - Pablo Facchin - Ouro
Instalação e manutenção de PC - Edson Geovani dos Santos - Prata
Marcenaria - Selimar Dias dos Santos Filho - Ouro
Mecânica de auto - Mateus Zitkoski - Ouro
Mecatrônica - Diego Basso e Mateus Gaspary de Freitas - Ouro
Polimecânica - Alexandre Sampaio Luz - Ouro
Refrigeração - Gabriel de Souza Cardoso - Ouro
Revestimento cerâmico - Junior Renato Ferreira - Ouro
Robótica - Carlos Adriano Vieira e Victor Gabriel Veríssimo Brandão - Ouro
Serviço de restaurante - Anderson Fonseca de Almeida - Ouro
Soluções em tecnologia da informação - Eliza Thais Neves Amâncio - Prata
Soldagem - Rafael Wenderson Moais Pereira - Ouro
Tecnologia da moda - Isadora Micaela Guercovich - Sem medalha
Tornearia - Marcio Venâncio Aurélio Caetano - Ouro
Tornearia CNC - José Augusto Costa Ferreira - Ouro
Web Design - Mateus Paulino da Silva Santos - Prata
Para o diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi, o resultado representa o esforço da instituição em avançar na excelência da educação profissional oferecida no Brasil. “A WorldSkills tem esse papel. Estamos numa fase de grande ampliação de acesso ao ensino técnico, com o Pronatec, o programa do governo que estimula a educação profissional. As avaliações internacionais ajudarão a aumentar o número de brasileiros com formação técnica e garantir ao país a qualidade desses profissionais”, afirmou Lucchesi.
O MELHOR ENTRE OS MELHORES – O potiguar Rafael Pereira, 20 anos, teve o melhor desempenho entre todos os 186 competidores da WorldSkills Américas em Bogotá. Disputando com dez concorrentes na ocupação soldagem, ele alcançou 576, quase a nota máxima que era de 600 pontos. Veterano em competições desse tipo, ele foi ouro na Olimpíada do Conhecimento, em 2012, o torneio brasileiro, e prata no mundial, a WorldSkills International, realizada em Leipzig ano passado. Na Alemanha, ele disputou com jovens profissionais de outros 35 países.
Técnico em mecânica, formado no SENAI de Mossoró, ele disse que não esperava o resultado conquistado na Colômbia. “Vim para Bogotá sabendo que é um evento menor que o internacional, mas não mudei meu trabalho e tive um excelente resultado”, disse com o troféu Albert Vida, o único concedido pela organização do campeonato, nas mãos.
Rafael acredita que a participação e os bons resultados nas competições surtem efeito positivo no dia a dia das escolas e ajudam a mudar a educação profissional como um todo. “Hoje, quando se fala em solda, no Brasil, a gente pensa em Mossoró. Depois da minha medalha, por exemplo, agora temos uma unidade móvel que permite ensinar solda em vários municípios do estado”, disse o campeão. Ao Portal da Indústria Rafael falou da saudade de casa e da vontade de ajudar outros competidores. Ouça, clicando aqui.
Foi da mesma escola de Rafael que saíram competidores dessa modalidade para os mundiais de Shizuoka (em 2007) e Londres (em 2011). No Japão, Max Pereira, irmão de Rafael, conquistou um diploma de excelência, e, em Londres, Lucas Filgueiras ficou com o bronze.
EXCELÊNCIA NA COSTURA - Mariana Mariah Vieira de Freitas, 20 anos, é uma das seis mulheres que integraram a delegação brasileira em Bogotá (Colômbia). Ex-aluna do curso técnico em estilismo de confecção industrial do SENAI Cietep, em Curitiba, ela superou competidores da Guatemala, Bolívia e Peru e levou o ouro.
Durante as provas, precisou cortar e costurar uma peça de roupa por dia. Na lista, uma camisa polo, um casaco de malha, um colete jeans e uma bermuda jeans. O diferencial para os concorrentes, segundo ela, foi a disciplina na preparação. Mariana está envolvida com competições desde 2012, quando foi ouro na etapa estadual e nacional da Olimpíada do Conhecimento.
Os planos para o futuro incluem formar novos profissionais e competidores da área de confecção. “Quero continuar no SENAI e, quem sabe, me tornar uma avaliadora da Olimpíada do Conhecimento”, contou.
MECÂNICO COM TEORIA E PRÁTICA - Alexandre Sampaio Luz, 20 anos, que ganhou o ouro em polimecânica, em Bogotá, tem uma história diferente da maioria dos estudantes do SENAI. Natural de Corinto, na região central de Minas Gerais, ele se mudou para Belo Horizonte para iniciar, em 2011, a graduação em Engenharia Mecânica na PUC. Ainda em Corinto, ele teve informações sobre a qualidade dos cursos do SENAI e decidiu fazer, junto com a faculdade, um curso de aprendizagem industrial na área de usinagem mecânica.
Durante um ano, ele passava as manhãs na universidade e as noites na escola SENAI Euvaldo Lodi. Foi nessa época que ele se interessou em participar da Olimpíada do Conhecimento e ganhou a medalha de ouro na etapa mineira de 2013. Com a medalha da WorldSkills América no peito, ele garantiu: “O conhecimento que se adquire na preparação para a Olimpíada do Conhecimento é incomparável. Você reúne teoria, prática, tudo.” Agora, Alexandre quer se preparar para participar da WorldSkills Internacional, que será realizada no ano que vem em São Paulo.
RANKING DE PONTOS POR MEDALHAS NA COMPETIÇÃO
País | Ouro | Prata | Bronze |
Brasil | 25 | 4 | 1 |
Colômbia | 7 | 17 | - |
Estados Unidos | - | 2 | - |
República Dominicana | - | - | 5 |
Barbados | - | - | 1 |
Cobertura completa da WorldSkills Américas:
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