Audiência pública debate WorldSkills São Paulo 2015 no Congresso Nacional

Evento é oportunidade para mudar o olhar sobre a educação profissional no país

Uma das audiências foi realizada pela Comissão de Educação, Cultura e Esportes do Senado

Maior competição de ensino técnico do mundo, a WorldSkills Competition é uma grande oportunidade para mudar a percepção sobre a educação profissional no Brasil. A mensagem foi dada pelo presidente da WorldSkills Internacional, Simon Bartley, a deputados e senadores durante audiências públicas que aconteceram nesta quarta-feira (26) no Congresso Nacional. “Precisamos atrair pessoas. Quando as pessoas vêem o que é a educação profissional, são convencidos de que essa formação é tão boa quanto à acadêmica”, disse.

A edição de 2015 acontece no Parque Anhembi, em São Paulo, na primeira vez que a competição é sediada na América Latina. O diretor geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi, lembrou os parlamentares que os empresários já vêem a educação como um dos alicerces da competitividade, pois quanto melhor a qualificação do profissional, maior é a produtividade da empresa. “A WorldSkills pode fortalecer o ensino técnico e ajudar a mudar o paradigma da educação no país. Quem tem curso técnico está muito mais próximo do mercado de trabalho, que tem grande demanda por profissionais qualificados”, afirmou.

TALENTO DISPUTADO - A história do competidor Rafael Wenderson ilustra o potencial da competição. Nascido em Mossoró, Rio Grande do Norte, o soldador é medalhista de ouro da WorldSkills Américas 2014, realizada em Bogotá, Colômbia, e levou a medalha de prata na última edição mundial do torneio, sediado em Leipzig, Alemanha. “Recebi várias propostas de emprego, inclusive de multinacionais. Recusei porque quero continuar no SENAI, onde recebi todas as oportunidades na vida. Depois que você passa pela WorldSkills, se torna um profissional diferenciado”, afirmou.

O coordenador do Núcleo Estruturante da Política de Inovação do Ministério de Educação (MEC), Luciano Toledo, citou os avanços na educação profissional nos últimos quatro anos, cujo maior expoente é o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). "Temos que avançar mais, mas já conseguimos recuperar a defasagem que existia entre as matrículas universitárias e de escolas técnicas. Foram quase 8 milhões de novos ingressos em quatro anos", afirmou. Apesar dos avanços, menos de 8% dos jovens brasileiros são formados pela educação profissional, enquanto, em países desenvolvidos como a Áustria, o percentual supera os 50%.

O BRASIL NA WORLDSKILLS – Realizado a cada dois anos, a WorldSkills Competition é o maior torneio de educação profissional do mundo. Os melhores jovens profissionais de nível técnico com até 21 anos de mais de 50 países da América, Europa, Ásia e África simulam desafios das profissões que devem ser cumpridos dentro de padrões internacionais de qualidade. O Brasil – representado por estudantes do SENAI e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) – participa desde 1983 e acumula, desde então, 68 medalhas. Na última edição, realizada em Leipzig (Alemanha) em julho de 2013, o país teve o melhor desempenho com quatro medalhas de ouro, cinco de prata e três de bronze.

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