Alunos do SESI montam biblioteca em aldeia indígena no Amazonas

O projeto Biblioteca sem Fronteiras contou com doação de 500 livros infanto-juvenis, além da oficina para alunos, professores e comunidade

O pajé Jaime Figueira de Lima (esquerda) junto aos alunos e comunidade

Alunos da Equipe Team Prodixy, que compete nos torneios de robótica pela Escola SESI Dra. Emina Barbosa Mustafa, em Manaus,  viveram a experiência de montar uma pequena biblioteca comunitária e uma oficina de robótica na Escola Municipal Indígena Antonio Lima, localizada na aldeia indígena dos Mura, no município do Careiro da Várzea, a 29 quilômetros da capital. O projeto “Biblioteca sem Fronteiras”, dos alunos do SESI, recebeu doação de 500 livros infanto-juvenis, e ofereceu oficina para alunos, professores e comunidade.

Localizados em áreas do complexo hídrico dos rios Madeira, Amazonas e Purus, os povos indígenas Mura habitam terras espalhadas pelos municípios de Autazes, Borba e Careiro da Várzea. A Escola Municipal Indígena Antonio Lima, no Careiro da Várzea, é frequentada por 28 alunos que aprendem o português em sala de aula, juntamente com a língua isolada originalmente falada pelos Mura, o Nheengatú. 

Alunos do SESI chegaram ao local depois de uma viagem de 4 horas, com trechos de lancha e ônibus

Para chegar ao local a Equipe Team Prodixy, composta por sete alunos do 1º e 2º ano do ensino médio da Escola SESI, mais técnicos e professores, enfrentaram o percurso que envolveu traslado de lancha e ônibus em aproximadamente quatro horas de viagem. A comitiva embarcou em uma lancha no porto, em Manaus, desceu na sede do município de Autazes, onde seguiu de ônibus até a localidade de Novo Céu e, novamente em uma lancha chegaram ao destino - a comunidade de Santo Antônio (Careiro), que abriga a escola.  

A visita, muito comemorada pelos alunos, comunidade e professores locais, teve por finalidade propagar a leitura, apresentar e ensinar a comunidade local sobre as tecnologias chamadas Steam, método que busca integrar conhecimentos de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, como forma de desenvolver áreas da robótica.

O acervo de livros infanto-juvenis, fruto de doações realizadas em novembro, por meio de campanha liderada pelos alunos do SESI na escola e redes sociais, beneficiará mais do que os estudantes da Escola Municipal, de acordo com a secretaria de Educação do Careiro da Várzea, Eliane Araújo. De acordo com a professora, uma comunidade inteira indígena, moradora da região, poderá contar com esse espaço destinado a leitura feita pelo SESI no local.

Alunos do SESI na aldeia indígena dos Mura, no município do Careiro da Várzea (AM)

A escola, beneficiada com a ação dos alunos do SESI Amazonas, é formada por classes multisseriadas, com alunos de 5 a 10 anos de diferentes níveis educacionais. Araújo explica que, por conta de ser uma área de difícil acesso, o número de matrículas externas, fora a dos indígenas locais, é pequeno e, por isso, o ensino é unificado do 1º ao 5º ano.

“Esses alunos estudam dentro da aldeia indígena, hoje com uma estrutura boa e bem estruturada, porém sem muito contatos além aldeia. Eles falam o Nheengatú, mas aprendem dentro de sala de aula o português. A ideia, com o incentivo a leitura dado pelo SESI, é que a biblioteca estimule o aprendizado. Com certeza será muito bem aproveitada”, disse Araújo, ao agradecer à equipe do SESI.

Os alunos, professores e comunidade local, incluindo a participação do pajé da aldeia, Jaime Figueiredo Lima, participaram de oficina de robótica e tiveram contato com robôs educacionais. Aprenderam o funcionamento, algumas etapas de montagem, e puderam ter contato e montar partes principais do robô, como garras e rodas, enquanto aprendiam o início da programação para entender alguns desafios da missão de como fazer o robô andar.

“Percebemos que o contato com essas áreas era inédito, portanto, não tinham noção de programação e nem de montagem de robôs. Ensinamos na hora, de forma básica, alguns conceitos e eles se interessaram pelo assunto. Quando a gente estava somente mostrando os robôs, antes mesmo de começar a oficina em si, eles já estavam empolgados com as peças”, disse a líder da equipe Team Prodixy do SESI, Valeska Mendes.

Oficina de robótica com os alunos da Escola Municipal Indígena Antonio Lima

A Equipe Team Prodixy participa do torneio nacional de robótica First Tech Challenge (FTC). Como uma das seis categorias de avaliação da competição, prescritas em um caderno de engenharia, os alunos precisam “conectar” novos jovens nesses conhecimentos Steam e inspirar a sociedade a consumir ciência e tecnologia, por meio de trabalhos voluntários e outras estratégias criadas pelos participantes.

Premiada na última edição nacional da FTC na categoria “Conexão”, a Equipe Team Prodixy, da Escola SESI Dra. Emina Barbosa Mustafa foi considerada pelos juízes a mais conectada das equipes nacionais com as metodologias Steam, que permeiam a construção dos desafios.

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